Final Fantasy VII é sem dúvida é um dos mais importantes RPGs da história dos video-games.
O título trouxe inúmeros derivados, sendo outros jogos, animes, filmes, livros e mangás que abordam o universo criado pelo jogo lançado em 1997.
Dentro destes diversos conteúdos, Crisis Core foi um jogo originalmente lançado para PSP e se destacava pela sua jogabilidade que lembrava outro game contemporâneo da própria Square Enix, Kingdom Hearts.
Na história de Crisis Core Final Fantasy VII Reunion o protagonismo agora é de Zack Fair ao invés de Cloud.
E esta escolha faz todo sentido já que o game acontece antes da história original.
Importante dizer que Crisis Core pode sim ser jogado independente do jogador conhecer a obra original, no entanto pode não ter o mesmo valor.
Crisis Core destaca não só Zack que no jogo de 1997 é apenas citado em alguns momentos chaves mas também narra e mostra um pouco de seu passado e os caminhos e escolhas que o levaram até momentos que mudaram o destino de diversos personagens na trama.
Assim podemos ver durante a história do game como Zack influenciou e mudou a vida de Aerith, Cloud, Yuffie e Tifa, esclarecendo detalhes que na obra original não haviam sido explicados.
Embora seja um jogo original de 2007, lançado 10 anos após o primeiro título, Crisis Core se encontra em um momento interessante agora em 2022, já que ele hoje faz uma importante ligação com a parte final de Final Fantasy VII Remake que foi lançado em 2020.
Para quem não conhece o game original e jogou apenas o Remake, o final do jogo de 2020 explora algumas mudanças e situações que não aconteciam originalmente trazendo novos caminhos para esta história.
Zack agora parece ter ganho um peso ainda maior dentro da história, por isso Crisis Core ganhar um remake às vésperas do lançamento de Final Fantasy VII Rebirth, a segunda parte deste remake de 2020, faz com que o jogo seja ainda mais valioso para a lore dos personagens.
Para quem é fã da franquia e da história original que deu origem a todo este universo a história de Crisis Core complementa
Como é Jogar este Remaster?
O game abandona as batalhas em turno do original e parte para algo mais dinâmico.
Embora mantenha detalhes que encontramos em jogos de RPG como uma progressão através de pontos de experiência, níveis e equipamentos, Crisis Core tem um sistema de batalhas e uma gameplay que se assemelha a um Hack and Slash.
Não existem as clássicas barras de ATB que limitam o jogador a ter de esperar o momento em que possa tomar uma ação, permitindo assim que você possa atacar, soltar uma magia, realizar um movimento especial e utilizar itens a qualquer momento da batalha.
Tudo é muito rápido durante as lutas que acontecem de forma aleatória.
Enquanto andamos e exploramos os cenários, não avistamos os inimigos como acontece em Final Fantasy XII ou no próprio VII Remake sendo assim pegos de surpresa a qualquer momento de forma aleatória.
Não equipamos armas no personagem mas é possível equipar acessórios que melhoram nossos atributos e as matérias que são marca registrada de Final Fantasy VII também estão presentes, podendo ser utilizadas para magias, summons, ataques especiais e melhorias de status do personagem.
Durante o jogo também não contamos com time, Zack é o único em batalha o tempo todo.
Mesmo sem contar com um time existe o DMW que é uma espécie de roleta que gira sem parar durante as lutas.
O sistema de DMW tem valores aleatórios baseado em personagens que encontramos durante a história e como Zack se relaciona com eles.
Toda essa aleatoriedade pode nos ajudar ou ser neutro durante as batalhas sendo responsável por aumentar nossos atributos, criando imunidades temporárias ou liberando uso de magias infinitas por alguns segundos.
A evolução do jogo como aumento de nível de personagem, de matérias e até mesmo a utilização de ataques mais poderosos e summons depende da sorte neste modelo de roleta.
No painel de matérias também é possível realizar fusões entre elas para que novas matérias sejam criadas.
Você pode por exemplo pegar uma Blizzard e fundir com uma Fire para criar uma matéria nova que mescle os dois elementos, ou misturar duas matérias de um mesmo elemento para criar uma versão mais forte, por exemplo duas matérias Fire no máximo para criar uma Firaga.
Este modo de fusão do jogo é bem interessante para criarmos matérias novas e não ficarmos limitados às poucas básicas que o jogo proporciona.
Fora os detalhes de jogabilidade o game acontece em capítulos, sendo 10 no total e além de sua história é possível fazer missões secundárias para rever detalhes da história, enfrentar novos monstros e conquistas mais itens e matérias.
Essas missões ficam habilitadas nos pontos de salvamento do jogo ou conversando com alguns poucos NPCs e embora sejam totalmente opcionais aumenta em muito as horas do jogo.
Crisis Core não é um jogo longo e você poderá terminar sua história principal por volta de 10h caso ignore as missões secundárias, porém o jogo conta com um NG+ podendo reiniciar o game mantendo seus equipamentos, matérias e nível desde o início do game.
Os cenários não são grandes e a exploração por eles acontece de forma simples sem a necessidade de muita exploração. É importante sabermos que o jogo continua sendo um produto pensado para o PSP e essas limitações de estrutura e tamanho de cenários se mantêm, já que estamos falando de um remaster.
Remake ou Remaster?
No geral já é bem confuso definir quando um jogo é remake e quando é um remaster.
Costuma-se separar da seguinte forma, quando um jogo é completamente refeito, mudando sua engine, gráficos e até mecânicas ou detalhes da história convém chamarmos de remake. Já quando um jogo se atenta apenas a melhorar seus gráficos atualizando para plataformas mais modernas é conhecido como remaster.
Crisis Core Final Fantasy VII Reunion está entre estes dois mundos.
No entanto, a Square Enix insiste em dizer que o game é um remaster e não um remake.
O jogo está de fato muito bonito e com uma qualidade impecável de seus personagens e cenários.
Em diversos momentos quando são utilizados vídeos para contar a história, percebemos que a qualidade do gráfico do jogo de hoje é muito superior ao vídeo pré-renderizado do original de PSP.
Mas como a desenvolvedora decidiu em Final Fantasy VII Remake não só melhorar o visual mas recontar certos detalhes da história e mudar totalmente suas mecânicas, entendemos o motivo de chamar Crisis Core de Remaster.
Com exceção do visual do jogo, nada foi alterado. Todos os diálogos, caminhos, mapas, inimigos e acontecimentos são 100% iguais ao jogo original.
Crisis Core Final Fantasy VII Reunion vale a pena?
Sem dúvida alguma o jogo é muito importante para a franquia que se tornou o titulo Final Fantasy VII mas é importante saber o que você sabe do jogo original antes de joga-lo.
Mesmo sendo um jogo que funciona perfeitamente bem sozinho, Crisis Core Final Fantasy VII Reunion narra e mostra acontecimentos que após ter absorvido informações da obra original fazem todo o sentido e trazem uma carga emocional muito maior a este jogo.
Até mesmo aqueles que só jogaram o remake podem não ter o mesmo tipo de experiência.
Digo isso como alguém que joga e consome materiais da franquia a mais de 20 anos.
No entanto, se você busca um bom RPG de ação e com uma boa história para contar mesmo sem saber os fatos que o sucedem, ainda assim terá um excelente jogo em mãos.
Acredito que Crisis Core Final Fantasy VII Reunion vale muito a pena e deve ser jogado, fica apenas a crítica pela falta de localização com legendas em português.
Foi uma grande mancada da Square Enix não ter localizado o jogo levando em consideração que o Final Fantasy VII Remake possui uma ótima tradução para o público brasileiro e este título é de total importância para entender a obra como um todo!
Agradecemos a Square Enix que nos enviaram uma cópia do jogo para a avaliação e criação deste review.
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