Como um novato na série Dynasty Warriors, embarcar em Dynasty Warriors: Origins foi como descobrir um mundo novo. Apesar de sempre ouvir falar da franquia como um marco do gênero musou, nunca havia me sentido atraído o suficiente para experimentá-la.
Este reboot, projetado para ser acessível tanto para iniciantes quanto para veteranos, parecia ser a oportunidade ideal. Afinal, quem não gostaria de liderar exércitos contra hordas inimigas enquanto se envolve em uma narrativa épica ambientada na China antiga?
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Desde o início, fui surpreendido pela profundidade oferecida pelo jogo. Dynasty Warriors: Origins não é apenas um simulador de “1 contra 1.000”, ele é uma experiência tática que equilibra ação frenética com estratégia.
A história de Dynasty Warriors: Origins
A narrativa de Dynasty Warriors: Origins começa com a decadência da Dinastia Han e a Rebelião dos Turbantes Amarelos, eventos históricos que desencadearam a formação dos Três Reinos.
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O jogador assume o papel de um herói sem nome, marcado pela amnésia, mas guiado por um forte senso de justiça, uma escolha narrativa que pode ser considerada genérica mas que facilita a conexão para iniciantes. Essa abordagem permite que o protagonista e o jogador desvendem juntos o mundo de Dynasty Warriors: Origins, proporcionando uma imersão gradual e envolvente.
No início da história, ele descobre que os guardas locais, em vez de entregarem os suprimentos enviados pelo rei ao povo faminto, estão traficando esses alimentos. Essa revelação acontece enquanto o protagonista salva uma criança que tentou roubar comida de um dos guardas corruptos, um momento que rapidamente o coloca no meio de uma batalha colossal entre os soldados do governo e o Exército dos Turbantes Amarelos, um grupo rebelde revoltado contra a opressão do regime.
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No entanto, o jogo não se limita a esse confronto inicial. Após alguns meses, o Exército dos Turbantes Amarelos, inicialmente retratado como uma força de resistência legítima, começa a atacar aldeões inocentes, transformando-se em uma nova ameaça.
Essa mudança leva o protagonista a se aliar ao exército de voluntários liderado por Liu Bei para combater os antigos rebeldes, adicionando camadas de complexidade ao conflito. Mesmo assim, a escolha narrativa de um protagonista amnésico sem grandes nuances enfraquece a imersão, deixando a história com pouco impacto emocional. Os eventos são apresentados por meio de cutscenes incrivelmente bem animadas e diálogos interativos.
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Personagens icônicos como Liu Bei, Cao Cao e Lu Bu ganham vida com camadas de profundidade e motivações, complementados por uma trilha sonora que mistura instrumentos tradicionais chineses com ritmos modernos.
Porem, dois grandes problemas técnicos prejudicam a experiência narrativa. Primeiro, o jogo não possui legendas em português, dificultando a compreensão para jogadores que não dominam outros idiomas. Segundo, as legendas disponíveis são extremamente pequenas, tornando quase impossível lê-las sem estar muito próximo à TV. Esses detalhes tornam a interpretação da história frustrante, mesmo para os mais dedicados.
Como é jogar Dynasty Warrios: Origins?
No campo de batalha, a experiência vai muito além de esmagar botões. A profundidade estratégica de Origins está em sistemas como o de moral, que afeta diretamente a eficiência das tropas aliadas e inimigas.
Por exemplo, derrotar um oficial inimigo ou capturar uma base aumenta a moral dos aliados, enquanto perder oficiais ou falhar em emboscadas prejudica sua posição no campo de batalha.
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Os controles são intuitivos, podendo ter um ataque leve, ataque forte, esquiva, bloqueio e parry, mas o jogo oferece camadas de complexidade para quem busca dominar as mecânicas.
As Artes de Batalha, que incluem ataques especiais alimentadas pelo consumo de Bravery, adicionam uma camada estratégica às lutas. Cada arma conta com estilos exclusivos, incentivando tanto a experimentação quanto o domínio de diferentes abordagens.
O jogo também apresenta uma barra de Musou com dois níveis: no primeiro, o protagonista executa um ataque poderoso em área; no segundo, ao permitir que a barra carregue completamente, o personagem se torna imune a danos por um período, permitindo um foco total no ataque. Quando a barra se esvazia, o personagem automaticamente desferirá outro ataque devastador na área.
Outro elemento marcante é a introdução das Grandes Forças, que consistem em tropas inimigas organizadas em formações massivas e moral elevada. Para derrotá-las, os jogadores precisam eliminar generais mais fracos, quebrando a formação e enfrentando um desafio estratégico, com momentos de grande satisfação ao superar essas batalhas.
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Além disso, o sistema de aliados se destaca em missões específicas da história. O jogador pode selecionar um aliado para lutar ao seu lado, que o acompanhará durante toda a batalha. Quando a barra de Musou do aliado estiver cheia, é possível alternar para o controle do aliado, permitindo a execução de ataques únicos.
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Duelos contra generais, como o confronto com Zhang Jiao, criam momentos intensos e cinematográficos, destacando a experiência de combate como um dos pontos mais emocionantes do jogo.
Exploração do mapa
O mapa-múndi funciona como um hub dinâmico que conecta missões principais, missões secundárias e eventos aleatórios.
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Você pode descansar nas pousadas, receber cartas de aliados, comprar equipamentos, fortalecer laços com oficiais aliados e coletar materiais para criar gemas que dão bônus ao protagonista. O sistema de paz em cada província adiciona um incentivo para concluir missões e aumentar a estabilidade regional, desbloqueando recompensas.
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Esse aspecto do jogo oferece uma pausa das intensas batalhas, mas ainda assim reforça a narrativa geral.
Eventos específicos com oficiais aliados, como treinamentos ou pedidos, dão um toque mais pessoal à experiência.
Vale a pena jogar?
Como meu primeiro contato com a franquia, Dynasty Warriors: Origins foi uma grata surpresa.
Ele consegue balancear acessibilidade para novatos com profundidade suficiente para agradar veteranos. O combate dinâmico, a narrativa e a apresentação visual impressionante fazem deste jogo uma entrada excepcional na série.
Os visuais de Origins são um dos pontos altos. Com milhares de soldados em tela, o jogo consegue manter uma taxa de quadros estável, porem as sombras do jogo são meio estranhas mesmo jogando na qualidade mais alta. Os cenários variam entre florestas exuberantes, campos de batalha devastados e fortalezas monumentais, cada um oferecendo um senso de escala que é raro em jogos do gênero.
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O design dos personagens e armas também impressiona, com atenção aos detalhes históricos e artísticos. A trilha sonora complementa perfeitamente a ambientação, misturando instrumentos tradicionais chineses com batidas modernas.
Elementos como a evolução do protagonista, a rica interatividade no mapa-múndi e a escala impressionante das batalhas fazem de Origins um marco na franquia. Se você nunca jogou Dynasty Warriors, este é o ponto de partida ideal. É uma obra que não apenas celebra o legado da franquia, mas também aponta para um futuro promissor.
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Agradecemos a Koei Tecmo que gentilmente nos enviaram uma copia do jogo para a análise e criação deste review.
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