A proposta de Elden Ring: Nightreign é ambiciosa e arriscada quando leva os jogadores de volta ao universo do jogo mais popular da FromSoftware em uma nova proposta trazendo um jogo com foco no multiplayer e no estilo Roguelike.
Com combates refinados e desafios típicos da série, o jogo entrega momentos de pura excelência mas também frustra ao se distanciar da fórmula que consagrou o nome Elden Ring.

Assim como em Elden Ring e Dark Souls, o combate é o coração de Nightreign. Os controles continuam responsivos, os confrontos com chefes são intensos, e a necessidade de domínio das mecânicas segue presente. Cada embate exige atenção, paciência e estratégia, qualidades que continuam na franquia acima da média do gênero se comparado a outros Soulslikes.
Em Nightreign perdemos a construção dos personagens que iremos utilizar para explorar o mundo. Assim não é possível fazer criações, seja nas características visuais ou em seus status e para substituir e balancear esta demanda o jogo traz 8 personagens, cada qual com sua classe.
Todos estes guerreiros possuem características únicas que influenciam diretamente o estilo de jogo. Essa diversidade permite múltiplas abordagens e traz uma camada estratégica relevante na montagem dos times.
Elden Ring Nightreign é um jogo Multiplayer PvE, ou seja, Jogadores versos Inimigos do jogo. E para cada partida times com 3 personagens irão explorar o mundo de Limveld.
Por isso a importância de saber jogar com diversas classes e também montar times equilibrados, mesmo com a possibilidade de repetir personagens em uma mesma partida é fundamental.
Exploração vasta e punitiva
Nightreign é um jogo Roguelike e desta forma cada partida tem seu início e fim. A princípio tudo que for coletado e desenvolvido pelo personagem será perdido no final de cada tentativa, saia o jogador vitorioso ou derrotado.
Limveld lembra muito os cenários de Limgrave de Elden Ring trazendo pontos visuais muito semelhantes pois reaproveita todos os assets originais.
Os cenários amplos e bem construídos são visualmente faceis de se identificar e cheios de caminhos alternativos.

No entanto, o tamanho dos mapas pode se tornar um problema para quem tem tempo de jogo limitado. A exploração exige dedicação prolongada para que se descubra tudo o que os ambientes escondem e em um roguelike com runs sucessivas, esse ritmo pode se tornar exaustivo.
A Correria Substitui a Contemplação em Nightreign
Um dos maiores atrativos de Elden Ring era sua liberdade de explorar com calma, absorvendo cada detalhe do mundo. Em Nightreign, essa experiência é sacrificada pela urgência constante. O formato do jogo exige ritmo acelerado, o que pode desagradar fãs que preferem explorar ao seu próprio tempo.
Cada partida leva em torno de 45 a 55 minutos divididos em 3 etapas que aqui são chamados de dias.
Chegamos no primeiro dia sobrevoando Limveld e cairemos em um dos pontos do mapa de forma aleatória. A partir deste momento da inicio a uma corrida contra o tempo onde devemos buscar itens de aprimoramento e chefes para derrotar em troca de boas recompensas.

Toda esta correria tem de acontecer dentro de uma área delimitada, um grande circulo, que vai se fechando trazendo a chuva que mata tudo que toca.
Jogadores experientes, especialmente aqueles que já conhecem os mapas e localizações de itens importantes, têm vantagem clara por isso a dica para quem vai dar inicio as suas aventuras por Elden Ring Nightereign e não tem muito tempo disponível é tentar conhecer alguém que já esteja jogando o título a pelo menos alguns dias.
Toda vez que seu personagem morrer, será acionado um contador e para que ele volte sem nenhum tipo de punição os outros jogadores do seu time deverão acertar golpes até que ele volte a ativa. Quanto mais o jogador morrer durante a partida, mais golpes serão necessários.
Se por um acaso você estiver se aventurando longe dos outros dois exploradores e o seu tempo acabar, o personagem irá morrer e como punição perder todas as runas e um nível, ficando assim um pouco mais fraco e retornando próximo de onde morreu.

Quando o dia está para acabar e a noite enfim chegar o cenário estará com uma área bem reduzida e então dará inicio a batalha contra um chefe mais poderoso. Estes chefes são aleatórios e no geral são inimigos que vimos em Elden Ring e até mesmo em outros jogos Dark Souls, contando com pequenas variantes em seu moveset.
O verdadeiro desafio aqui é justamente lutar em grupo pois esses chefes principais tem uma HP muito alto, idem a sua defesa por isso vai ser necessário muitos e muitos golpes para derrota-los.
Diferente de quando estamos explorando, nestas batalhas contra um chefe decisivo caso o jogador morra não existe o timer para sua morte porém você poderá ser ressuscitado da mesma forma, com seus companheiros acertando golpes em você. Se por um acaso os 3 jogadores acabem morrendo esta partida termina por aqui e deverão dar inicio a uma nova tentativa.
Este gameplay se repete no segundo dia e o terceiro é focado apenas na batalha contra um chefe mais poderoso, esse sim trazendo um inimigo inédito para este título.
Toda vez que vamos iniciar uma nova expedição, que é o nome dado a cada partida, você poderá escolher quem será este último chefe no terceiro dia. Para cada chefe final escolhido variações de mapa e de chefes encontrados no decorrer da expedição serão alterados.

O Peso da Aleatoriedade
Por seguir a estrutura de roguelike, Nightreign aposta fortemente no RNG. Itens, talismãs e armas dependem da sorte ao derrotar chefes, o que impede a construção plena de builds personalizadas. Isso traz variedade às partidas, mas também frustra: uma expedição pode ser drasticamente comprometida pela má sorte nos drops.
Para alguns, é um tempero interessante. Para outros, uma quebra no senso de progressão.
Sempre que uma expedição acabar, seja por que você morreu ou conseguiu derrotar o chefe final no terceiro dia, o jogador receberá relíquias que poderão ser equipados em seus personagens que poder dar algum tipo de benefício como iniciar com a arma usando status de fogo por exemplo.

Estas relíquias ganhamos de forma aleatória e também não são todas que podem ser equipados em qualquer personagem. E este pode ser um problema já que ganhamos relíquias de forma aleatória e pode acontecer de após uma suada vitória a recompensa ser simplesmente algo inútil para você.
Multiplayer Limitado e Solo Decepcionante
Jogar sozinho não é apenas difícil é punitivo a ponto de se tornar pouco divertido. Por outro lado, depender de jogadores aleatórios no modo online também traz frustrações, especialmente quando há falta de comunicação e sinergia entre o grupo. O ideal, quase obrigatório, é jogar Nightreign com amigos.
A ausência de um balanceador de dificuldade para o modo solo, bem como a falta de suporte para duplas é um erro de design que compromete a acessibilidade. Soma-se a isso a falta de crossplay e o multiplayer se torna ainda mais restrito do que deveria ser em 2025.

O jogo também não conta com um sistema para que possamos nos comunicar diretamente por ele, o que é uma grande falha. A comunicação em Nightreign é fundamental para não perdemos o foco e trabalharmos em equipe.
Se deseja jogar conversando com os amigos deverá usar outras formas como o Discord ou até mesmo as chamadas diretamente pelo console. Mas ao jogar com desconhecidos que vem através do sorteio automático do jogo, esta comunicação é inexistente.
Um jogo de sorte
Elden Ring: Nightreign oferece uma experiência intensa e desafiadora. Ele preserva o combate refinado e adiciona variedade tática nas classes, mas tropeça em decisões de design que limitam seu potencial, especialmente no que diz respeito à acessibilidade, balanceamento e multiplayer.
Para quem busca um soulslike com toque de roguelike e tem um grupo fixo de amigos para jogar, Nightreign pode ser uma jornada recompensadora e muito divertida.
Mas para os fãs do jogo base que prezam por exploração meticulosa, imersão e progressão controlada, a experiência pode soar como uma versão apressada e frustrante de algo que é muito mais grandioso.

Recomendar este como um primeiro jogo para a franquia, pelo menos em minha experiência e da forma que eu conheci o estilo e tantos outros títulos da FromSoftware não seria nem de longe a minha dica. Acredito que Elden Ring Nightreign funciona melhor com jogadores um pouco mais experientes com o que vão encontrar pela frente.
No final das contas tudo em Nightreign gira em torno da sorte. A sorte de bons equipamentos, de cair em uma boa rota, de ter bons amigos e companheiros e de torcer para que este jogo não seja abandonado em breve sem novas atualizações para que ele continue atrativo e inovador.
Agradecemos os amigos da Bandai Namco Brasil que nos enviaram uma cópia de Elden Ring Nightreign de PlayStation 5 para a criação deste review.
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