Review

Final Fantasy XVI

Final Fantasy XVI
O mundo que você almeja é apenas uma fantasia!
Disponível para:
Playstation 5
Review escrito por:
Doizelly

Final Fantasy XVI é o mais novo capítulo da renomada franquia de RPG da Square Enix, que promete trazer uma revolução no gameplay e uma história mais madura e política do que os anteriores. O jogo é exclusivo para PlayStation 5 e teve seu lançamento em 22 de junho de 2023.

A ambientação: Valisthea, a terra dos Cristais-Máter

O jogo se passa em Valisthea, um continente onde existem enormes montanhas de cristais chamadas de Cristais-Máter. Esses cristais fornecem éter, uma forma de energia mágica, para os reinos que os cercam. Graças ao éter, as pessoas podem usar magia e viver com conforto e prosperidade.

Valisthea em Final Fantasy XVI

No entanto, Valisthea também é palco de conflitos entre as nações que disputam o controle dos Cristais-Máter. Além disso, uma praga misteriosa e mortal está se espalhando pelo continente, ameaçando a vida de todos.

Os Eikons são criaturas poderosas que podem ser invocadas pelos Dominantes, pessoas especiais que servem como receptáculos para os espíritos dos Eikons. Cada nação possui um Dominante e um Eikon associado a ele. Por exemplo, o Grão-Ducado de Rosaria tem a Fênix como seu Eikon do Fogo, e o Sacro Império de Sanbreque tem o Dragão como seu Eikon da Luz.

Os Eikons são capazes de causar grandes estragos nos campos de batalha, e são tratados de formas diferentes pelas nações. Algumas os reverenciam como divindades, outras os usam como armas de guerra, e outras ainda os temem como ameaças. A relação entre os Dominantes e os Eikons é um dos temas centrais da história.

Existem também os portadores, pessoas que conseguem canalizar o éter para usar em magias de menores escalas, como aquecer uma comida, diferente dos dominantes, os portadores são vistos como descartáveis e são utilizados como escravos, recebendo uma marca em seu rosto para simbolizar sua escravidão.

Os personagens: Clive, Joshua e Jill

Clive e Joshua

O protagonista de Final Fantasy XVI é Clive Rosfield, o filho mais velho do Arquiduque de Rosaria. Ele é um cavaleiro habilidoso e corajoso. Esperava-se que ele herdasse as chamas da Fênix e despertasse como seu Dominante, porém a Fênix escolheu seu irmão mais novo Joshua Rosfield, então Clive recebeu a alcunha de Primeiro Escudo de Rosaria por sua missão de proteger seu irmão mais novo.

Joshua é o Dominante da Fênix, o Eikon do Fogo de Rosaria. Ele tem o poder de se transformar na Fênix e conceder sua bênção aos seus aliados. Ele é um garoto gentil e bondoso, mas também frágil e inseguro por causa de seu destino como Dominante.

Jill Warrick

Jill Warrick é a amiga de infância dos irmãos Rosfield. Ela foi enviada para Rosaria como uma refém política dos Territórios do Norte, uma região que foi anexada pelo ducado. Ela cresceu junto com Clive e Joshua na casa Rosfield, e se tornou uma confidente e conselheira dos dois. Ela é inteligente, leal e determinada.

A História de Final Fantasy XVI

A história de Final Fantasy XVI é mais madura e sombria do que os jogos anteriores da série, explorando temas como política, religião, guerra e destino. O jogo tem uma narrativa linear e focada nos personagens principais, sem ramificações ou escolhas. O roteiro é bem escrito e envolvente, com reviravoltas surpreendentes e momentos emocionantes.

Os diálogos são naturais e realistas, com um tom mais sério e menos humorístico. O jogo também tem várias referências e homenagens a outros jogos da série, como nomes de personagens, lugares e monstros.

Shiva em Final Fantasy XVI

A história tem início com Clive, já em sua fase adulta e com a marca dos portadores em sua face. Nesse ponto inicial, ele responde pelo nome de Wyvern, encarregado da tarefa de capturar a dominante de Shiva, conhecida como a Eikon do gelo. Acompanhado por seus colegas portadores, encontra-se imerso no meio do conflito entre o Império Sacro de Sanbreque e a República de Dhalmekia, à espera da oportunidade propícia para agir. No entanto, um impacto repentino de destroços os atinge, deixando o protagonista em estado inconsciente e conduzindo-nos de volta ao seu passado.

Retornamos então a 13 anos atrás, mergulhando na vida de Clive e Joshua, em companhia do exército de Rosaria, em direção ao portal da Fênix com o objetivo de realizar um ritual Eikonico. Num instante inesperado, uma noite de celebração se transforma em uma noite de tragédia, pois o portal da Fênix é invadido pelo sacro império de Sambreque, que tem como missão sequestrar Joshua e eliminar todos os outros presentes.

Fênix vs Ifrit

Diante da visão devastadora da morte de seu pai, Joshua manifesta a essência da Fênix, metamorfoseando-se nela. Clive, observando a cena à distância, corre em direção a seu irmão, porém é detido por uma figura enigmática de capuz que surge à sua frente, convocando Ifrit, um segundo Eikon de fogo, contrariando a crença de que tal ser não poderia existir.

Infelizmente, Ifrit aniquila a Fênix e todos aqueles no portal da Fênix encontram seu trágico fim, exceto Clive, que consegue sobreviver à catástrofe. Em seus momentos finais de consciência, Clive faz um juramento solene de encontrar o misterioso encapuzado e buscar vingança pela morte de seu irmão. Entretanto, Clive desmaia, e nesse instante descobrimos que o ataque foi meticulosamente planejado por Anabella Rosefield, a mãe de Clive, que ordena sua captura como escravo para integrar as fileiras do exército de Sanbreque.

Os saltos temporais e o sumário dinâmico

Uma das inovações de Final Fantasy XVI reside na implementação de saltos temporais dentro da trama, permitindo-nos acompanhar Clive em três momentos cruciais de sua vida. O primeiro desses momentos foi apresentado anteriormente, com Clive aos 15 anos, e constituirá as primeiras horas de jogo. Em seguida, avançamos 13 anos para o futuro, quando reencontramos Clive aos 28 anos, imerso em sua missão de sequestrar Shiva. Por fim, experimentamos um salto temporal de 5 anos, situando-nos ao lado de Clive, agora com 33 anos, à medida que trilhamos o caminho até o desfecho do jogo.

Diferentes fases da vida de Clive

A trama de Final Fantasy XVI é verdadeiramente rica e complexa, repleta de uma variedade de personagens e terminologias.

Para tornar a compreensão da história mais acessível, o jogo apresenta uma funcionalidade chamada Sumário Dinâmico. Ao pressionar o Touch Pad do DualSense, os jogadores podem acessar um resumo dos principais eventos da narrativa a qualquer momento, acompanhados por ilustrações e um texto elucidativo. Esse sumário é continuamente atualizado à medida que a história progride, adaptando-se a cada nova cena, e abrange informações vitais sobre personagens, locais e termos essenciais.

Para aqueles que preferem evitar interromper as cenas e ainda desejam aproveitar o benefício do Sumário Dinâmico, há um Personagem que registra todos os diálogos e eventos no sumário. Isso permite que os jogadores consultem o NPC para recuperar as informações que possam ter perdido, evitando a necessidade de interromper a jogabilidade para acessar o resumo dinâmico.

Sumário Dinâmico

O sumário dinâmico é uma ferramenta útil para quem quer se aprofundar na história, ou para quem precisa relembrar algum detalhe que tenha esquecido. Ele também ajuda a manter o ritmo do jogo, evitando que o jogador se perca ou se entedie com as mudanças temporais.

Como é jogar Final fantasy XVI?

O jogo apresenta um mapa de mundo semiaberto minuciosamente detalhado, onde cada área, embora não interligada, possui um tamanho considerável que convida o jogador a explorar livremente. A diversidade dos cenários é notável, abrangendo desde exuberantes florestas e vastos desertos até pequenas cidades e ruínas abandonadas.

Cada um desses ambientes possui um charme singular, e a função de modo fotográfico oferece a oportunidade de perder-se por horas, capturando momentos deslumbrantes com apenas alguns cliques.

Infelizmente, Final Fantasy XVI abandona diversos elementos icônicos da série, notavelmente o sistema de grupo.

Neste título o sistema de Party foi praticamente extinto, estamos majoritariamente acompanhados apenas por Torgal, o fiel cão de Clive. Embora possamos emitir alguns comandos para ele utilizando os botões do D-Pad, como ataques, investidas e cura, a localização desses comandos deixa muito a desejar.

Isso se deve ao fato de que a seleção de itens também é realizada pelo D-Pad, e a troca entre o uso de itens e os comandos para Torgal é controlada pelo botão esquerdo. Como resultado, perdi a conta das vezes em que, ao tentar ordenar um ataque a um inimigo, acabei por engano utilizando uma poção de cura.

Clive e Torgal

Além da presença constante de Torgal, Clive ocasionalmente se depara com NPCs que o acompanham por períodos breves. No entanto, nesses momentos, a interação do jogador com esses personagens secundários é limitada, uma vez que não é possível emitir comandos diretos.

Ao invés disso, esses aliados temporários são controlados inteiramente pela inteligência artificial do jogo. Isso cria uma dinâmica onde a estratégia e ações desses personagens são determinadas pela programação do jogo, deixando os jogadores como meros observadores da ação conjunta.

Essa abordagem pode, por vezes, limitar a sensação de controle sobre a situação e a colaboração entre Clive e esses NPCs passageiros. Seria interessante se jogo permitisse uma maior influência do jogador sobre as ações e comportamento desses aliados temporários, ou até mesmo equipa-los com itens.

As Missões secundárias de Final fantasy XVI

Com uma significativa parcela da equipe de desenvolvimento de Final Fantasy XVI também responsável por Final Fantasy XIV Online, torna-se notável uma forte influência da estrutura de missões secundárias característica de um MMO. O jogo é abundantemente povoado por essas tarefas adicionais, totalizando 76 missões secundárias divididas em dois tipos distintos:

Primeiramente, temos as Missões Secundárias Baseadas na História. Essa é a categoria mais comum de missões secundárias encontradas em Final Fantasy XVI, identificáveis por um círculo verde em torno de um ponto de exclamação branco. Esses marcadores de missão estão presentes tanto no mapa quanto acima das cabeças dos fornecedores de missões no mundo do jogo.

Mssões secundárias de Final Fantasy XVI

Em segundo lugar, temos as Missões Secundárias Baseadas em Itens. Essas missões são identificadas por um símbolo de adição (+) em vez do ponto de exclamação. Essa distinção indica que, ao completar tais missões, Clive receberá algum tipo de aprimoramento como recompensa. Isso pode abranger desde aumentar o número de itens de cura que Clive pode transportar ao longo do jogo até a obtenção de um Chocobo como montaria.

Clive em seu chocobo

No entanto, uma crítica substancial recai sobre as missões secundárias de Final Fantasy XVI, predominantemente pela simplicidade e trivialidade que muitas delas apresentam.

A maioria dessas missões se resume a uma fórmula padrão de “vá até um local, derrote uma criatura e retorne”. Ou então, “visite determinado local para coletar um item e, posteriormente, retorne”. Com exceção das missões secundárias baseadas em itens, a motivação para empreender tais tarefas muitas vezes é escassa. Entretanto, uma notável exceção ocorre nas missões secundárias do último ato do jogo.

Nesse ponto, muitas dessas missões oferecem um desenvolvimento mais substancial dos personagens, contribuindo para um envolvimento mais profundo por parte do jogador.

O quadro de caça

À medida que a trama se desenrola, o jogador se depara com uma intrigante adição: um quadro de caçadas afixado no esconderijo. Estas caçadas não são para os imprudentes, já que se concentram em monstros singulares, possuindo localizações únicas e uma ameaça mortal que ultrapassa consideravelmente a média.

Esses monstros, que poderiam ser comparados a mini chefes, são categorizados através de uma classificação alfabética, variando desde a assustadora “S”, a mais poderosa, até a modesta “C”, representando a mais fraca.

O atrativo reside nas recompensas oferecidas, que se revelam particularmente generosas em termos de experiência (XP) e Gils, a moeda do jogo.

Quadro de Caça - Final Fantasy XVI

No entanto, caçar essas formidáveis criaturas é mais acessível em comparação a encontrá-las. A tarefa de localizá-las é uma empreitada desafiadora, uma vez que suas coordenadas são apresentadas de maneira abstrata e imprecisa.

Descobrir onde se escondem requer um esforço diligente e uma abordagem investigativa, muitas vezes fazendo com que os jogadores vasculhem meticulosamente diversos cantos do mundo de Valisthea.

A dificuldade de rastreamento adiciona uma camada de complexidade ao processo de caça, tornando a recompensa final não apenas uma conquista em termos de gameplay, mas também um triunfo sobre os enigmas implícitos na localização de cada adversário formidável.

Sistema de caças em Final Fantasy XVI

A jornada promete um total de 32 caçadas, desvendando-se gradualmente à medida que a narrativa se desenrola, sendo 2 provenientes de missão secundárias.

O combate de Final fantasy XVI

Ao contrário de todos os outros títulos da série Final Fantasy, o 16 adota um enfoque exclusivo na ação Hack in Slash.

Prepare-se para deixar de lado os combates por turnos e táticos que caracterizaram os predecessores da franquia. Nesse novo sistema, a destreza é fundamental.

Os confrontos se baseiam inteiramente na habilidade de esquiva, com o botão quadrado designado para ataques de espada e o botão triângulo para lançar magias.

Inicialmente, o protagonista Clive é agraciado com os poderes do Eikon da Fênix, concedendo-lhe duas habilidades especiais à escolha do jogador.

Clive em Combate

Através do comando R2, o jogador pode desencadear ataques ainda mais poderosos pressionando novamente os botões quadrado ou triângulo. Esses golpes mais devastadores têm o potencial de infligir danos significativos à vida do inimigo ou de reduzir sua barra de postura.

Uma vez esgotada essa barra, o inimigo fica vulnerável e atordoado por alguns preciosos segundos, criando uma abertura estratégica para infligir danos extras.

Conforme a narrativa avança, Clive irá conquistar o poder de outros Eikons, desbloqueando árvores adicionais de habilidades. No entanto, vale destacar que Clive só pode ter três Eikons selecionados por vez.

Habilidades de Final Fantasy XVI

Para aqueles que têm uma longa trajetória como jogadores de Final Fantasy, os clássicos trazem à memória a importância dos diversos estados como veneno, fogo e congelamento, tanto para infligir quanto para resistir.

No entanto, é notável que Final Fantasy XVI optou por deixar de lado esse aspecto marcante da franquia.

Aqui, a ênfase recai exclusivamente sobre o dano direto. A situação em que você enfrenta um inimigo de fogo e espera que a utilização de uma habilidade de gelo traga vantagens estratégicas torna-se uma ilusão. Infelizmente, tal diferenciação de elementos não encontra espaço neste título. A abordagem simplificada desse sistema afeta até mesmo a maneira como avaliamos as espadas, que, aliás, são o único tipo de arma disponível ao longo do jogo.

Nesse sentido, as espadas são reduzidas a meros números de dano e potencial de atordoamento.

Curiosamente, todas elas possuem a mesma série de movimentos, o que resulta em uma sensação de substituibilidade quando se depara com uma nova espada que traz apenas um leve incremento estatístico.

Essa falta de progressão substancial acaba se tornando frustrante, pois a ausência de um senso crescente de poder ao longo do jogo é notável.

A única exceção a essa relativa estagnação é a aquisição de novas habilidades dos Eikons ao longo da jornada. Isso, contudo, não é suficiente para impedir que o jogo caia na armadilha da repetição e da exaustão.

Acessível, mas nem tanto

A opção da Square em tornar o jogo acessível a todos os tipos de público é evidente, através de uma variedade de níveis de dificuldade e auxílios disponibilizados. Por exemplo, foram implementados anéis que permitem a Clive se auto-curar, a capacidade de desacelerar o tempo para esquivar com precisão, e até mesmo a opção de esquiva automática para Clive.

Adicionalmente, existe um anel que executa combos automaticamente com um único toque de botão, simplificando as batalhas a ponto de serem jogadas com apenas uma mão. Isso garante que jogadores de todas as habilidades possam participar, contribuindo para uma experiência inclusiva.

Entretanto, a abrangência da acessibilidade do jogo atinge um limite aqui. Não foram incorporadas opções para jogadores daltônicos, nem mesmo recursos para aumentar o tamanho do texto na tela, exceto pela legenda. Ao contrário de outros jogos que se dedicam a oferecer uma gama abrangente de opções acessíveis, Final Fantasy XVI parece não aplicar essa preocupação de forma abrangente, deixando de lado aspectos importantes que poderiam aprimorar a acessibilidade para um público mais amplo.

As batalhas de Eikons

As confrontações épicas entre Eikons representam um dos aspectos mais impressionantes e empolgantes de Final Fantasy XVI. Essas criaturas colossais personificam os elementos naturais, como fogo, gelo, trovão e terra, e a colisão de dois Eikons no campo de batalha desencadeia uma demonstração imponente de poder, que quase sempre resulta na quase completa destruição do ambiente circundante.

Eikons em Final Fantasy XVI

Embora as batalhas entre Eikons sejam escassas e espaçadas ao longo da jornada em Final Fantasy XVI, cada uma delas assume um caráter monumental. Sempre que Clive se prepara para enfrentar um dominante, os jogadores podem antever um acontecimento de grande magnitude prestes a se desenrolar.

No entanto, a complexidade das lutas entre Eikons varia consideravelmente em dificuldade. Estas majestosas criaturas se movem lentamente devido ao seu tamanho e peso imponentes, o que significa que a abordagem de ataque ininterrupto e esquiva constante nem sempre é a estratégia mais eficaz.

Batalha de Eikons

Por outro lado, algumas destas confrontações assumem um papel mais simbólico, quase como cenas grandiosas nas quais os jogadores testemunham o desenrolar dos eventos em sua plenitude, pontuados por momentos de ação rápida, conhecidos como quick time events.

Os Cronolitos

Os Cronolitos são estruturas enigmáticas que surgem inesperadamente em várias localizações de Valisthea. Dentro deles, encontram-se simuladores de campo de batalha que espelham os Eikons do jogo, onde os jogadores podem testar e aprimorar suas habilidades.

Cronolitos

Cada Cronolito oferece aos jogadores um desafio cronometrado, no qual eles enfrentam ondas consecutivas de inimigos mortais, utilizando apenas os poderes e habilidades pré-determinados de um Eikon específico. Antes de iniciar o teste, os jogadores precisam localizar os Crônicos explorando Valisthea, pois essas estruturas não são visíveis no mapa até serem descobertas.

Embora a designação “provas cronometradas” possa se aplicar aos Cronolitos, eles possuem uma complexidade maior. Cada teste começa com um tempo determinado, e para estender esse tempo, os jogadores devem executar uma série de táticas de combate. Essas técnicas de batalha concedem bônus de tempo, e seus detalhes são apresentados antes de cada fase do teste. Portanto, é crucial analisar os requisitos de cada técnica antes de dar início.

Cronolito em Final Fantasy XVI

A jornada em cada Cronolito é composta por quatro etapas: três fases de enfrentamento de hordas de inimigos e uma fase final, onde um chefe poderoso aguarda. O tempo acumulado persiste ao longo das fases, até a fase final do chefe. Nessa fase crucial, no entanto, não há mais acréscimo de tempo.

Isso torna essencial chegar à fase final com o máximo de tempo e vida possível, uma vez que a derrota ou a exaustão do tempo, em qualquer fase, demanda recomeçar a prova desde o início.

Pedra de Areté

Dentro do acampamento de Clive, encontra-se uma estrutura denominada Pedra de Areté, a qual apresenta uma variedade de “modos de jogo” intrigantes, englobando os seguintes:

Pedra de Areté

Salão da Virtude: Jogadores ansiosos por aprimorar suas aptidões em combate, como as habilidades Eikonicas, a execução de combos precisos e o domínio das janelas de esquiva, terão grande satisfação no Salão da Virtude. Esse espaço equivale, em essência, a um campo de treinamento no universo de Final Fantasy XVI.

Modo Arcade: Nesse modo, os jogadores podem encarar fases previamente completadas, sendo avaliados com base em seu desempenho e buscando estabelecer pontuações elevadas. Uma particularidade desse modo é a restrição imposta ao nível e às habilidades de Clive, intensificando o desafio.

Reprise de Fase: A Pedra de Areté também concede aos jogadores a capacidade de imergir novamente em fases já vivenciadas, sem quaisquer limitações quanto a equipamentos ou níveis. A Reexperiência de Fases viabiliza a Clive, agora fortalecido e munido de uma variada gama de habilidades, a oportunidade de revisitar momentos passados e observar como os eventos desenrolam-se.

Provações do Cronolito (Modo Difícil): Uma vertente mais desafiadora das pedras cronolitos, caracterizada por limites temporais ainda mais exíguos e complexos.

Gráficos e desempenho

Antes de mais nada, é importante destacar que Final Fantasy XVI se destaca como um dos jogos mais impressionantes e exigentes da atual geração de consoles. Nesta seção da análise, irei explorar detalhadamente os dois modos gráficos oferecidos pelo jogo: Modo Qualidade e Modo Desempenho.

O Modo Qualidade concentra-se primordialmente na resolução e nos detalhes visuais do jogo, proporcionando uma experiência visual nítida e repleta de efeitos visuais deslumbrantes.

Nesse modo, o jogo opera em uma resolução nativa de 1440p, a qual é posteriormente aprimorada para 4K (2160p). No entanto, o FPS fica limitado a um máximo de 30 FPS. Consequentemente, é possível que o desempenho do jogo sofra quedas em momentos mais intensos, como nas batalhas contra chefes ou em áreas densamente povoadas

Clive em Final Fantasy

Por outro lado, o Modo Desempenho foi projetado para oferecer uma jogabilidade mais fluida, visando alcançar uma taxa de quadros de 60 FPS. Nesse modo, a resolução é reduzida, atingindo no máximo 1080p e, em certos momentos, podendo diminuir para 720p.

Entretanto, a tecnologia de reconstrução de imagem não consegue acompanhar de forma ideal as flutuações na resolução, resultando em artefatos visíveis na tela. Além disso, o nível de detalhes e os efeitos visuais sofrem redução, o que impacta negativamente o apelo gráfico do jogo.

Na minha perspectiva, o Modo Qualidade se revela como a escolha mais recomendada para quem deseja mergulhar na beleza e na imersão do jogo. Apesar do FPS mais baixo, a jogabilidade mantém-se aceitável e responsiva nesse modo, com quedas de desempenho sendo raras e de pequena magnitude. Além disso, o Modo Qualidade é o único que permite apreciar as cenas em tempo real em todo o seu esplendor, já que essas cenas são travadas a 30 FPS, independente do modo selecionado.

Clive em Final Fantasy XVI

O Modo Desempenho, por sua vez, constitui uma alternativa para quem prioriza a jogabilidade acima de tudo. No entanto, é importante notar que esse modo implica um compromisso significativo na qualidade visual do jogo, reduzindo substancialmente o seu apelo e impacto estético.

Adicionalmente, a taxa de quadros nesse modo não é constante nem estável, oscilando entre 40 e 60 FPS na maior parte do tempo. Essa variabilidade pode resultar em inconsistências na jogabilidade e na sensação de controle.

Final Fantasy XVI vale a pena?

Final Fantasy XVI se destaca como um jogo repleto de potencial nas esferas narrativa, jogabilidade e aspectos visuais, embora ainda careça de alguns ajustes para atingir seu apogeu.

A obra impressiona por sua estonteante beleza e diversidade de cenários, personagens e criaturas, contudo, é afetada por oscilações de estabilidade e uma otimização insuficiente. A trama, profundamente complexa e amadurecida, aborda temas intrigantes e surpreende o jogador; entretanto, tropeça devido ao excesso de missões secundárias. No entanto, esse contratempo é compensado pelo desenvolvimento aprofundado dos protagonistas centrais da narrativa.

O gameplay revela-se inovador e envolvente, deixando de lado elementos do RPG tradicional para focar totalmente em mecânicas de ação e combate dinâmico. Essa troca resulta em uma experiência cativante e divertida.

O jogo se revela recomendado tanto para os devotos da franquia, com uma narrativa que reforça sua essência de “Final Fantasy“, quanto para novos jogadores que talvez nutrissem apreensões quanto a RPGs mais tradicionais, a exemplo dos títulos anteriores da série. Na minha experiência de jogo, foram necessárias, em média, 80 horas para explorar todos os elementos que o jogo tinha a oferecer.

Nesta seção da análise, aconselho que você jogue o jogo antes de continuar a leitura. Isso se deve ao fato de que estou compartilhando minhas opiniões sobre o que apreciei e não apreciei no jogo. Para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de jogá-lo, além dos possíveis spoilers, as informações que estou apresentando podem não ser tão claras. Portanto, é recomendável experimentar o jogo em primeira mão antes de prosseguir para esta parte da análise.

Uma das principais inquietações que tive em relação a Final Fantasy XVI foi a sensação de que ele não abraçava verdadeiramente as características típicas da série, tanto no que diz respeito à jogabilidade quanto à narrativa. Desde o início até a metade do jogo, o título se imerge completamente em uma atmosfera semelhante à abordagem de “Game of Thrones”, com intrigas políticas e conflitos entre reinos. No entanto, à medida que se aproxima do desfecho, essa abordagem é gradualmente deixada de lado para revelar o que realmente define Final Fantasy XVI e justifica o uso do seu nome na série.

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Sem dúvida alguma, Ultima se destaca como um dos mais impressionantes antagonistas em toda a série, ao menos na minha perspectiva. Mesmo que ele não tenha uma presença visível desde o início, a narrativa revela que sua influência sempre esteve presente. Recorda-se da cena em que Clive tenta salvar Joshua e um enigmático homem encapuzado aparece? De fato, esse homem era Ultima, despertando o poder de Ifrit dentro de Clive. No entanto, esse ato resulta na perda de memória, ocultando a verdade de que Ifrit, o ser que derrotou seu próprio irmão, era na verdade ele mesmo, Clive Rosefield.

O enredo é habilmente construído para que Ultima conduza Clive a seguir um caminho que serve aos planos do vilão. Clive é incitado a derrotar outros dominantes, adquirindo mais poder, uma vez que Ultima requer que Clive absorva todos os Eikons, transformando-o em um recipiente ideal. No entanto, um aspecto que me causou desconforto foi o fato de o jogador descobrir antes de Clive que Joshua estava vivo o tempo todo. Essa revelação antecipada se desenrola no enredo, e é um tanto frustrante testemunhar Clive inicialmente buscando vingança por meio de sua jornada, apenas para depois descobrir que ele, como Ifrit, foi responsável pela morte de seu próprio irmão. Observar a agonia que Clive carrega por horas após essa descoberta é uma experiência angustiante.

Indiscutivelmente, para mim, Dion é o personagem mais cativante em todo o jogo, contudo, é lamentável que sua presença seja tão escassa. Dion ostenta a posição de Dominante do Bahamut, um dos Eikons de maior poder nesse universo. Curiosamente, ele é o primogênito do Imperador de Sanbreque, mas sua condição de bastardo o priva de herdar o trono. A máxima honra que Dion consegue alcançar é o posto de Comandante dos Dragões, a força militar do império.

A história de Dion ganha profundidade ao testemunhar a derrocada de seu pai, enredado pela manipulação de Ultima, que se faz passar por seu legítimo herdeiro, obtido durante o casamento do Imperador com Anabella, mãe de Clive e Joshua. Cegado pela influência de Ultima, o Imperador é instigado a abdicar o título de Imperador antes do tempo, levando Dion a perceber a trama por trás disso. Essa percepção culmina na dolorosa decisão de Dion de instigar uma guerra civil, que culmina na morte de seu próprio pai por suas próprias mãos.

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Um outro aspecto que destaca Dion é a coragem de ser o primeiro personagem na saga a assumir sua homossexualidade. Seu relacionamento terno com Terrance, seu leal escudeiro, é comovente. Contudo, novamente, a narrativa não concede o merecido tempo de tela para esse enredo, o que é lamentável. Sinceramente, eu teria grande interesse em ver uma DLC focada na rica história de Dion, pois ele possui um potencial intrigante e digno de ser explorado.

A minha maior desilusão com o jogo surgiu na penúltima batalha, onde Clive assume a forma de Ifrit, Joshua se transforma em Fênix e Dion incorpora Bahamut – os três unidos na luta contra Ultima. No entanto, essa empolgante batalha se desenrola inteiramente por meio de Quick-Time Events, deixando o jogador apenas como espectador, pressionando alguns botões rapidamente. Compreendo que encontrar uma alternativa viável para essa luta deve ser desafiador, entretanto, confiar exclusivamente em Quick-Time Events é francamente decepcionante.

Final Fantasy XVI

Disponível para:
Playstation 5
Versão que jogamos:
Playstation 5
O jogo possui legendas em Português mas não é dublado.

Pontos Positivos

  • Combate Hack-in-Slash divertido
  • Gráficos impressionantes
  • História madura
  • Personagens carismáticos

Pontos Negativos

  • Problemas de performance no modo desempenho
  • Problemas de ritmo na história
  • Missões secundárias desinteressantes
Review escrito por:
Doizelly

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