Guayota é um jogo de desafios no formato de Puzzles que busca contar e apresentar aos jogadores um pouco do folclore e da cultura Guanche que vem das Ilhas Canárias.
Esta cultura, idioma entre outras coisas foram erradicadas durante a colonização europeia das ilhas e hoje o que sobra são histórias, vestígios arqueológicos e algumas palavras. A população da ilha ainda traz vestígios devido a miscigenação entre os espanhóis e as mulheres guanche.
Particularmente eu gosto muito quando jogos trazem como plano de fundo algum detalhe cultural de seu país e já fizemos reviews de outros jogos que tem este tipo de trama em seu enredo como o caso de Tunche, Imp of The Sun e Tchia.
Guayota na cultura Guanche é um demonio, responsável por roubar o sol e levar para o interior de uma montanha.
Mas aqui no jogo que recebe o nome jogamos com os colonizadores que estão na ilha Tenerife a principal ilha do arquipélago.
A história de Guayota
No ano de 1506 recebemos a missão dada pela coroa de que devemos ir em busca da ilha de São Brandão, que segundo lendas seria o paraíso na Terra e está situada próxima as Ilhas Canárias.
Durante esta exploração nossa tarefa será registrar qualquer descoberta que aconteça na ilha.
Ao chegarmos em Tenerife o povo local nos informa dos perigos desta exploração e que a ilha é rodeada por um denso nevoeiro que impede qualquer embarcação de tocar a sua costa.
Assim o segredo para alcançar esta terra misteriosa seria não desejar encontra-la e que todos que disseram ter pisado por lá afirma ter realizado tal feito por acaso, velejando sem rota ou por que as correntes marinhas levaram seus barcos enquanto dormiam.
Com essas informações a tripulação parte em direção a ilha e ao avistar a densa neblina resolvem dormir e deixar que o navio siga seu rumo o que acaba dando certo e assim chegamos a misteriosa ilha.
Após acordarmos encontramos Nicolás, um cronista que nos informa sobre um templo e que devemos explora-lo afim de encontrar algo sobre algus simbolos misteriosos que foram vistos em uma porta e que por estar debilitado devemos ser os seus olhos nestes locais documentando tudo que for visto e descoberto.
E assim partimos pela aventura na desconhecida ilha.
Como é Jogar Guayota
Todo o jogo ira ocorrer dentro dos templos descobertos na ilha que a princípio serão 3, cada qual trazendo um dos simbolos da misteriosa porta que encontramos ao acordar na ilha.
Por algum motivo desconhecido nossa tocha não se apaga dentro dos templos que são bem escuros e assim a nossa visão ficará limitada pela área da chama.
Os templos são divididos em salas e cada uma destas terá um mural em seu fim que nos ajudará a descobrir um pouco mais dos mistérios da ilha.
Para chegar nos murais devemos abrir portas iluminando pedras místicas.
Estas pedras podem ser acesas com a luz de nossas tochas, mas quando nos afastamos elas se apagarão novamente, por isso devemos procurar pedras iluminadas e posiciona-las de uma maneira que o ambiente se ilumine e assim portas irão se abrir.
Toda a mecânica do jogo será baseada nessas iluminações, e cada templo trará mecânicas novas o que refresca bastante as possibilidades na hora de se jogar Guayota.
As formas de se resolver embora mudem constantemente entre uma fase e outra não deixa o jogador com a liberdade de faze-las como bem entender assim trazendo sempre uma forma correta de se resolver cada situação mas que exigirá em sua grande maioria um esforço grande para entender como e por onde se movimentar nos cenários.
Ainda existem perigos como flechas, veneno entre outras coisas que se movimentam ou armadilhas que podem ser ativadas ao passar por cima.
Ainda dentro da mística do jogo sempre que o personagem morrer quando seu HP chegar ao fim, antes de cair na loucura ou insanidade que os templos podem trazer, ele será revivido por uma entidade que o ajudará a não enlouquecer e conquistar a saída.
Após voltar a vida o ambiente estará diferente apresentando novas paredes, caminhos alternativos e sem inimigos. A única forma de escaparmos dali é de fato conseguindo chegar ao fim.
Este detalhe é importante para a história já que no mural final, neste mundo onde acordamos pela entidade a mensagem é diferente e por isso deveremos passar pelos desafios do jogo das duas formas, vivos enferentado os desafios e com a entidade para descobrir o que está escodido nas mensagens.
Os templos não contam com muitas fases, no entanto ter de fazer cada fase 2 vezes e com desafios diferentes aumentam bastante o tempo de jogo.
Sobre o controle do personagem, achei que falta um botão para corrermos já que sua movimentação é meio lenta enquanto anda pelos corredores.
Contamos com um botão de esquiva que ao ser usado é necessário esperar alguns segundos para reutilizar está habilidade. Essa espera em diversos momentos é meio chata e cansativa sendo uma movimentação fundamental para algumas partes e temos que ficar esperando a toa sua recarga.
Essa movimentação mais lenta também em diversos momentos foi a causa de minhas mortes já que sentia que seria possível passar por um obstáculo mas o personagem não respondia aos meus comando na velocidade em que eu queria.
Talvez essa lentidão não fosse um problema se o jogo não contasse com inimigos e apenas com a exploração e solução de puzzles, como acontece na versão do jogo quando estamos com o apoio da entidade.
Realizar tudo que precisa quando temos inimigos e situações que tentam nos matar o tempo todo acaba sendo um pouco frustrante quando morremos e temos que fazer tudo do zero mais uma vez. Acho que aqui o game poderia ser um pouco mais amigável.
Outro detalhe importante de se saber é que Guayota não vai pegar na mão do jogador em momento algum. Ele não vai explicar as possibilidades e assim cabe ao jogador experimentar e entender o que pode ou não ser feito.
A necessidade de fazer o cenário duas vezes também pode cansar um pouco aqueles que desejam jogar o game por completo de uma só vez.
Guayota vale a pena?
Se você gosta de jogos que te façam pensar e traçar estratégias com os objetos que temos ao nosso alcance Guayota pode ser uma ótima aposta.
A arte e os cenários são bem elaborados e trarão um desafio na medida certa, fazendo o jogador explorar com inteligência.
Para este review joguei a versão de Nintendo Switch e ao meu ver o jogo é perfeito para o portátil, já que durante as minhas horas explorando o jogo eu poderia simplesmente parar e voltar novamente depois com muita fluidez.
Guayota entra na minha lista de jogos que exploram culturas das quais não temos muito contato e apenas por esse motivo já valeria a pena experimenta-lo.
Junte este detalhe mais puzzles inteligêntes e o que temos aqui é um jogo bem competente para o genêro e que vale a pena conhecer.
Agradecemos os amigos da Dear Villagers por nos enviarem uma cópia de Guayota de Nintendo Switch para a criação deste review.