Indiana Jones e o Grande Circulo, novo capítulo dessa série de filmes e jogos criada a quatro décadas que ainda tenta sobreviver nesse mundo tecnológico e rápido dos dias atuais.
Indiana Jones é uma franquia que mesmo para a década de 80, quando foi lançada a maior parte de seus filmes, já trazia um herói que tinha uma realidade de uma vida bem antiga, um herói dos anos 30/40 com uma arma diferente e uma profissão pouco conhecida ao grande público e isso que faz dele ser tão interessante.
Será que Indiana ainda consegue fazer isso ainda hoje?
Vamos descobrir!
Indiana Jones e o Grande Círculo é nostalgia e Aventura vista de uma perspectiva diferente
A maior preocupação de grande parte do público que viu o trailer de gameplay foi a decisão dele ser feito em primeira pessoa e eu entendo o receio do público. Já que esse estilo de história de aventura e exploração, incluindo arqueólogos, nos últimos anos foram retratados pela franquia Uncharted e Tomb Raider.
Eu realmente achei uma decisão corajosa de escolher esse caminho justamente pela recepção do público e acho que é isso que falta na indústria dos games, se arriscar mais.
Eu achei bem legal quando vi os trailers, ainda mais por ser produzido pela MachineGames que sabe muito fazer jogos em FPS, tendo um currículo muito bom, incluindo reboot na série Wolfeinstein que ficou incrível em minha opinião.
E essa qualidade pode ser vista em Indiana Jones e o Grande Círculo já em seus primeiros minutos de gameplay onde fielmente foi recriado a cena inicial do primeiro filme da franquia, os Caçadores da Arca Perdida.
Nessa visão o jogador pode sentir a densidade da floresta, o peso do chicote e a angustia de resolver as armadilhas e fugir delas e da famosa pedra gigante rolando!
O Mundo em suas mãos Dr Jones
A trama do jogo acontece após o primeiro filme e antes do terceiro, então o Indiana já possui uma fama no mundo da arqueologia e sentimos isso na universidade onde o aventureiro trabalha como professor.
Os artefatos que trouxemos estão a postos no museu e em nossa sala, até mesmo cartas pessoais de personagens de nosso passado estão lá. Assim começamos nossa aventura quando um homem de estatura bem alta invade o museu e o encontramos citando um ritual na frente de um destes artefatos.
Ele vem em nossa direção e o enfrentamos no mano a mano e após vencermos com muita dificuldade, o brutamontes foge com a relíquia e deixa cair um medalhão que nos leva viajar até o Vaticano, para assim poder descobrir mais sobre ele e os motivos de alguém estar atrás dessa relíquia.
Nesse ato de exploração do Vaticano, descobrimos que não só Indiana está atrás de saber mais sobre isso, mas também uma repórter chamada Gina que está à procura de sua irmã que sumiu fazendo uma pesquisa sobre essa relíquia. E como sempre as figuras dos Nazistas, comandada pelo nefasto arqueólogo Emmerich Voss, também estão a procura desta que pode revelar o mistério da lenda do Grande Circulo a vida.
Segundo a lenda, quem encotrar todas as relíquias poderá se telerportar para qualquer lugar do mundo, então descobrimos que as relíquias estão espalhadas em vários destinos do planeta, fazendo a forma de um círculo em volta dele.
Iremos então a procura destes em salas secretas do Vaticano, picos gelados do Himalaia, desertos escaldantes do Egito e muitos outros lugares incríveis do mundo.
O jogo ambienta isso muito bem por ser em primeira pessoa pois o jogador consegue ver todos os detalhes que implementados e é inacreditável.
Em cada lugar do mundo que visitamos podemos ver a cultura pelos nossos próprios olhos sem perder o charme do Indiana Jones, uma vez que a comunicação do personagem com o que está em sua volta faz com que o jogador nunca se esqueça que você está na pele dele.
Seja um bom dia na língua local, as frutas que comemos ou os itens que usamos para auxiliar na exploração e no combate. Realmente é um espetáculo poder usar essa perspectiva para explorar as maravilhas do mundo que encontramos nesta aventura.
Stealth ou Chicote na cara? Em Indiana Jones e o Grande Circulo você decide
Indiana possui seu famoso chicote e revolver como armas principais, porem durante toda a aventura podemos usar uma vasta variedade de armas brancas e armas de fogos que podem ser encontradas em posse dos inimigos ou até mesmo em lugares corriqueiros como uma igreja ou um bar.
A variedade de armas improvisadas é surpreendente e quando você acha que já viu de tudo o jogo sempre traz alguma novidade nesse sentido. Garrafas, picaretas, pás e até um mata mosquito podem ser usados ao seu favor.
Com isso a parte stealth se torna mais divertida, dando ao jogador a vontade de eliminar os inimigo com a maior quantidade de objetos inusitados, o que pode ser cômico em certos momentos.
No começo o jogo tem uma pegada mais na surdina, até mesmo pela primeira missão no Vaticano acontecendo durante a Noite. A experiência da MachineGames é colocada em pratica quando na primeira área com inimigos a quantidade de rotas que o jogo oferece para que você passe sem ser percebido é impressionante, e isso eu posso dizer que se expande sobre o jogo todo.
O jogador sente mais vontade de explorar rotas diferentes para completar a missão, porem nem tudo são flores, o stealth sofre por ser bem básico, voltamos aquele arroz com feijão de sempre, o mesmo sistema usado na maioria dos jogos de hoje em dia onde quando um inimigo notar sua presença ficará em situação de atenção e após alguns segundos te esquece.
Mas mesmo sendo detectado Indiana tem seu chicote que é capaz de desarmar, puxar ou derrubar inimigos, fazendo com que alguns upgrades e pratica faça com que ele vire um exímio lutador. Isso aconteceu ainda no primeiro capítulo onde a maioria dos inimigos usam armas brancas, fazendo com que eu conseguisse derrotar vinte inimigos de uma vez só e olha que eu estava jogando no modo difícil.
Mais para frente da trama os inimigos com armas de fogo irão começar a aparecer com frequência e agora sim a dificuldade se eleva, pois o dano recebido aumenta drasticamente fazendo com que a cautela seja maior e faça com que os disfarces adquiridos em cada capítulo seja útil para essas ocasiões.
Na maioria das regiões do mundo Indiana terá um ou mais disfarces para poder entrar em certas áreas restritas. Somente desta forma você poderá adentrar e isso vai desde a Capela Cistina onde somente padres podem circular ou lutas de boxing clandestinas onde os fascistas se reúnem para ganhar um dinheiro sujo.
O único inimigo que é capaz de perceber que você não faz parte daquele lugar são os capitães, porem eles são raros e fáceis de poder incapacitar, fazendo com que o stealth fique mais fraco quando você consegue esses disfarces, ja que o lugar do mapa que foi criado para ter desafios agora virou um passeio no parque onde tudo está liberado.
E essa foi uma das minhas questões mais críticas a esse jogo, que mesmo Indiana disfarçado de Padre, se pendurando e balançando seu chicote a lá Tarzan na frente de uma multidão, ninguém se importa, como se fosse normal um padre fazendo parkour ou se balançando usando uma tirolesa improvisada.
Indiana Jones e o Grande Círculo parece obrigar o jogador a fazer as coisas no stealth para quem não quer explorar, pois terão pouca vida e poucos upgrades para suas armas principais, porém para aqueles que gostam de explorar, o jogo vai ter solução para qualquer tipo de inimigo encontrado.
O stealth será usado em raros momentos, afinal são tantos upgrades de vida, vigor e força do personagem que o Indiana acaba virando um tanque a ponto de resolver tudo na mão e mesmo se não quiser desse jeito você tem a opção de vários disfarces.
Essa secundária pertence a um museu
Um verdadeiro arqueólogo ama explorar e aqui não é diferente, Indiana Jones é um apaixonado em exploração sobre qualquer objeto ou história mostrado a ele e isso é muito bem trabalhado e servido ao jogador, desde o primeiro capítulo.
Fiquei impressionado pela gigantesca quantidade de missões secundárias que o jogo possui. Estamos falando de descobrir um artefato raro para uma região ou mesmo ajudar uma pessoa a encontrar seu gato desaparecido, o que não falta são secundárias que te dão o incentivo de explorar cada canto em cada mapa que iremos visitar em Indiana Jones e o Grande Círculo.
A recompensa de ser um explorador não é à toa, pois com cada êxito de missão ou segredo descoberto nós somos recompensados com pontos que serão essências no upgrade de seu personagem. Estes upgrades são feitos por livros que podem ser encontrados pelo mapa ou comprados em vendedores.
Cada lugar novo nos dá uma vontade gigantesca de explora-lo, uma missão pode começar com Indy escutando uma conversa ou até mesmo estar na hora exata em que um gato fujão deixou um item cair.
São muitos lugares para explorar e muitas histórias para escutar. Indiana Jones e o Grande Círculo tras culturas, tumbas e desafios totalmente diferente em cada região do mundo, fazendo com que esse espirito de exploração seja muito forte e o incentivo em fazer tudo no mapa é muito satisfatório e recompensador.
Uma equipe brilhante a altura do desafio
Indiana Jones é um personagem muito ligado a figura do ator Harrison Ford, porém no jogo somente a feição dele é aproveitada e a voz original em inglês é dada pelo ator Troy Baker, muito conhecido no Mundo dos games como a voz do Joel na franquia The last of us.
Eu fiquei meio receoso achando que não iria combinar, já que a voz dele é conhecida em tantos jogos famosos que poderia não encaixar no timbre e voz de Indiana, mas fiquei de cara no chão quando comecei a jogar e pude observar o carinho e o trabalho árduo posto por ele em sua interpretação do personagem.
O tom de voz e as sacadas são muito parecidas a voz original, e isso faz o jogador se sentir mais conectado a aquele mundo e a esse personagem tão icônico.
E vale dizer que não é só Indiana que brilha com uma atuação de ponta mais sim grande parte do elenco principal, dando destaque ao vilão Emmerich Voss que foi brilhantemente interpretado pelo ator Marios Gavrilis, que conseguiu trazer sarcasmo, comedia e tensão que um grande vilão merece. Eu me vi rindo de certas cenas onde ele realmente traz reações e falas que ninguém esperava naquele momento.
Indiana Jones e o Grande Círculo vale a pena?
Indiana Jones e o Grande Círculo é uma surpresa, chegou no final do ano mais deixou uma marca muito positiva para a franquia.
Ao jogador que gosta de uma boa história, personagens carismáticos e principalmente de exploração, esse jogo consegue ser um dos melhores do ano, valendo cada minuto e centavo investido.
Fazia tempo que não me sentia na pele de explorador de catacumbas, onde o personagem não é um super-humano que sai destruindo qualquer desafio sem pensar.
Temos uma aventura e exploração que é muito bem-vinda atualmente, sem perder a essência do personagem e de sua franquia, fazendo com que uma fagulha de esperança floresça e quem sabe esse não seja o início de uma nova série nos games.
AGRADECEMOS OS AMIGOS DA NUUVEM QUE NOS ENVIARAM ACESSO AO GAME PASS PARA JOGARMOS A VERSÃO DE PC DE INDIANA JONES E O GRANDE CÍRCULO.
Indiana Jones e o Grande Círculo está disponível para Xbox Series e PC e está incluso no Game Pass. Uma versão para PlayStation 5 ainda sem data chegará em 2025.
