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Keeper: Quando a beleza não é o suficiente para manter a luz acesa

Keeper - Review e Análise
Um farol de ideias brilhantes que se apaga rápido demais.
Disponível para:
Xbox Series S/X, PC
Review escrito por:
Danilo Manzato

Keeper é o mais novo título da sempre criativa Double Fine, estúdio conhecido por suas ideias fora da curva. E aqui eles realmente foram além fazendo o jogador assumir o controle de um farol senciente, uma construção viva, capaz de sentir e se mover.

Logo no início, após uma misteriosa queda, o farol desperta entre os escombros, cria raízes e pernas, e começa a explorar o desconhecido ao lado de um simpático pássaro verde, seu fiel companheiro de jornada.

Keeper

Esses primeiros momentos são repletos de curiosidade e encanto, despertando o desejo de entender o que há nesse mundo já que tudo à nossa volta parece pertencer a um planeta completamente distinto do nosso.

O ponto mais forte de Keeper, sem sombra de dúvidas, é sua direção de arte. Cada cenário transmite uma sensação constante de deslumbramento. O uso de câmeras fixas é um toque inteligente e a cada nova área, a posição da câmera é cuidadosamente escolhida para realçar o que há de mais bonito em tela.

É aquele tipo de jogo que dá vontade de parar por alguns segundos apenas para apreciar o ambiente. Visualmente, Keeper é uma experiência cativante e de encher os olhos.

O jogo se passa em um universo onde o farol parece ser a única lembrança ou conexão com a civilização humana. Tudo o mais como fauna, flora e arquitetura é completamente original, o que dá uma sensação de frescor e liberdade criativa.

Keeper

Explorar esse mundo é tentador, já que cada canto parece esconder uma história não contada. Há, inclusive, um pouco de lore para quem quiser se aprofundar ao encontrar e reconstruir monumentos (os troféus do jogo), pequenas descrições são reveladas, trazendo fragmentos da história desse estranho lugar.

Mas a luz de Keeper se apaga rápido

Infelizmente, é aqui que Keeper tropeça e perde o brilho.
Apesar do conceito incrível e da beleza visual, a jogabilidade é extremamente limitada. Durante quase toda a jornada, o jogador faz basicamente uma coisa que é andar.

Keeper

Há alguns poucos puzzles que utilizam a lanterna do farol onde o jogador pode mirar a luz para interagir com elementos do cenário, mas essas situações são raras e, quando aparecem, são simples e pouco criativas.

Essa limitação acaba transformando Keeper em uma experiência contemplativa que tenta seguir o caminho de títulos como Journey ou Rime, mas sem a mesma profundidade emocional ou o senso de descoberta que esses jogos oferecem.

Um farol sem propósito

Mesmo com tentativas pontuais de mudar o gameplay, Keeper não consegue manter o interesse. A falta de desafios e a monotonia das ações tornam a experiência cansativa e o encanto inicial vai desaparecendo aos poucos.

Keeper

Como diria uma famosa peixinha do cinema: “Continue a nadar” e foi o que eu fiz até chegar ao fim deste game, mas aqui, a frase se aplica de forma literal sendo do inicio ao fim só andar, andar e andar.

No fim, Keeper é um jogo que tenta emocionar, mas não consegue tocar, tenta envolver, mas não prende, e tenta brilhar, mas sua luz se apaga rápido demais.

Uma obra visualmente deslumbrante, um daqueles jogos que poderiam ser pendurados na parede como quadros. Porém, quando o objetivo é jogar, a beleza sozinha não sustenta a experiência.

Se a intenção da Double Fine era criar um título contemplativo, o estúdio conseguiu mas esqueceu de adicionar substância ao que há por trás das paisagens.

Keeper está disponível para Xbox Series e PC, também disponível para os assinantes do Game Pass.

Conheça também estes jogos

Sem Spoilers para Keeper

Keeper: Quando a beleza não é o suficiente para manter a luz acesa

Disponível para:
Xbox Series S/X, PC
Versão que jogamos:
PC
O jogo possui legendas em Português mas não é dublado.

Pontos Positivos

  • Direção de arte impecável e visual deslumbrante

  • Mundo criativo e cheio de personalidade

  • Boa ambientação e design de câmeras fixas

Pontos Negativos

  • Jogabilidade extremamente limitada

  • Falta de desafios ou variedade de mecânicas

  • Ritmo lento e pouco envolvente

  • Puzzles simples e desinteressantes

Review escrito por:
Danilo Manzato

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