SKATE. chegou e, com ele, veio também muita da nostalgia da franquia. Eu, francamente, não esperava dedicar mais de 60 horas a um título por serviço neste ano de 2025, mas essa é a magia da simplicidade bem feita: ela encanta até quem não quer se deixar levar pelo hype.

Foram quase 15 anos de espera por um novo jogo da série SKATE., e definitivamente não por falta de pedidos. Skate 3 (2010) é um dos títulos favoritos da comunidade pela sua gameplay viciante e seu espírito livre, que te faz sentir na pele de um skatista de verdade. E, pelo fato de estar hoje preso na sétima geração, muitos fãs pediam um remake ou uma continuação para a franquia.
Foi então que SKATE. apareceu. Com sua gameplay e exploração aos moldes de Skate 3, ele trazia junto uma grande mudança: um modelo de MMO esportivo.
Mas Skate funciona?!
SKATE., como modelo de serviço, tenta fazer algo parecido com The Crew e Riders Republic, jogos já conhecidos pela sua alta chance de retorno. O grande problema aqui é a forma pouco inovadora, e até mesmo preguiçosa, como essa mudança de ares foi implementada.

Algo que deve ser deixado claro logo de início é que, em nenhum momento das minhas mais de 60 horas, tive problemas com o jogo de skate em si. Minhas maiores críticas sempre foram direcionadas à forma predatória como a monetização funciona no game.
Como jogo de skate, SKATE. é tudo o que um fã da franquia poderia querer: algo leve, divertido e com muito da identidade de Skate 3. A escolha de transformar tudo isso em um grande “Fortnite de skate” ainda pode custar o futuro da série.

Diversão pura e simples!
Algo que não podemos negar é o quanto este jogo está divertido. Sair fazendo manobras pela cidade de San Van chega a ser ridículo de tão “skatável” que a cidade está. Pontas de corrimão voltadas para rampas, locais com saltos gigantes, até áreas para fazer manobras entre prédios.
Cada ponto da gameplay de skate em SKATE. é primoroso. Os movimentos que seu personagem faz ao realizar uma manobra ou levar um tombo continuam muito reais e muito divertidos de dominar.

A franquia continua tendo um gap de aprendizagem muito bem demarcado. Você é livre, desde o começo, para fazer as coisas mais mirabolantes possíveis, sem se prender a árvores de habilidades ou níveis para desbloquear movimentos. Toda manobra depende apenas da sua capacidade de executá-la e isso é incrível.
Nem tudo são flores na movimentação
Claro que não podemos esquecer que, mesmo com o jogo tendo recebido inúmeras atualizações para corrigir problemas de instabilidade, ainda não tivemos mudanças significativas para trazer manobras que já existiam no último game.
As críticas podem ser resumidas em:
“A gameplay é tão boa quanto a de Skate 3, mas sem todas as manobras que Skate 3 tinha.”

Algo, no mínimo, estranho quando se pensa em uma sequência que, por mais que não seja numerada, ainda resgata essa identidade.
Modos de jogo onde nos jogamos em lixeiras e elementos da cidade ainda estão presentes, mas não há um modo de criação de pista, o que é ainda mais estranho considerando o modelo do jogo.
Entendo que muitas dessas críticas podem ser respondidas com futuras atualizações na temporada 2 ou 3. Mas é inegável que fica o gosto de produto capado. Afinal, é muito mais vantajoso lançar algo “meio boca” e entregar conteúdo aos poucos do que fazer algo realmente completo e, depois, criar mais conteúdo em cima disso.
Quem é o vilão aqui?
SKATE. surge como uma luz no fim do túnel para os fãs nostálgicos. Uma sequência numerada, com tecnologias atuais e pensada para entregar uma experiência completa, seria o melhor dos dois mundos.
Mas o grande problema é que isso não deixa espaço para vender o passe de temporada do momento.

Claro que resumir o problema apenas ao modelo de serviço seria simplista, mas não podemos negar que esse formato entrega tudo o que as empresas mais querem hoje: risco baixo com alto potencial de lucro.
E nem mesmo com produtos criativos podemos contar. Isso é subjetivo, claro, mas mesmo com poucas roupas gratuitas, eu não via motivação alguma para gastar dinheiro real quando as peças da loja eram tão sem graça.

O potencial é muito grande
Sem sombra de dúvidas, o jogo tem um futuro brilhante. Na data de publicação desta review, o título acaba de encerrar seu primeiro evento, algo realmente chamativo, com moedas novas, pistas da comunidade com novas missões e roupas divertidas com tema de Halloween.

Mas não é apenas disso que um título por serviço deve depender. Atividades novas e áreas bem desenhadas para engajar o público precisam ser uma preocupação recorrente da equipe. Ações temáticas podem levantar o público, mas dificilmente farão com que ele se sinta valorizado a longo prazo.
Tenho muita esperança de que SKATE. reverta o gosto amargo de produto capado e predatório nas próximas atualizações. Ao final do grande evento, tivemos confirmações de que a equipe está ouvindo o feedback da comunidade e estruturando melhor as próximas mudanças.
Vamos ver se este será apenas o primeiro episódio de mais um sucesso multiplayer ou só outro título passageiro.
SKATE. está disponível para PlayStation 4 e 5, Xbox One, Xbox Series e PCs.













