Slipstream usa e abusa da nostalgia para agradar aqueles que amavam jogar jogos de corrida nos anos 90.
Desde o primeiro momento que vi o jogo foi impossível não viajar para o passado e lembrar do pequeno Danilo andando por algum shopping e vendo aqueles arcades gigantes de corrida e pedindo para o meu pai comprar uma ficha para que eu pudesse correr utilizando o volante e pedal, itens que na época eram impossíveis de se ter em casa.
O game desenvolvido por um brasileiro pega carona no que parece ser uma tendência por aqui, onde nos últimos anos tivemos diversos jogos que apelam para as lembranças de quem hoje é adulto e cresceu jogando, podendo citar aqui neste review os também incríveis Kaze and the Wild Masks que tem como referência clara Donkey Kong e o também de corrida Horizon Chase que tem Top Gear como referência.
Tudo em Slipstream nos leva ao passado, seu visual é lindo, cheio de cores fortes e contrastes, aquele tipo de visual que com certeza chamaria atenção de qualquer criança ao ver o jogo mesmo de longe.
A maioria dos circuitos são uma homenagem a clássicos cenários do Sonic e Vila Rica é uma singela homenagem a Minas Gerais, estado do Desenvolvedor do game.
A trilha sonora do game também segue o estilo nostálgico abusando de sintetizadores para formar musicas repetitivas e pegajosas que trazem ritmo as alucinantes pistas do jogo.
No entanto é importante ressaltar que Slipstream não é só um game arcade genérico e conta com 6 modos de jogo, sendo eles:
- Grand Tour onde o jogador deverá passar por cinco etapas conectadas tendo de vencer pilotos rivais e chegar até a proxima etapa antes que o tempo acabe.
- Corrida única onde o jogador deverá vencer um circuito a sua escolha contra outros corredores.
- Grand Prix onde o jogador deverá vencer cinco corridas separadas em pistas únicas no modo campeonato.
- Cannonball onde o jogador deverá vencer vários estafios conectados no estilo Rally.
- Desafio de tempo onde o jogador desafia a si mesmo tentando vencer seus melhores tempos
- Battle Royalle onde a cada novo estágio aleatório o piloto na ultima posição é eliminado e assim apenas um chegará a final.
Além dos modos de jogo, o jogador deve escolher entre 5 modelos de veículos que variam sua velocidade máxima, aceleração e controle.
Automático ou Manual
Existem ainda duas formas de jogar Slipstream selecionando o modo de direção manual e automática.
No geral este modo sempre correspondeu ao tipo de câmbio que seria utilizado nos veículos, em Slipstream o manual ou automático é responsável pela derrapagem do carro.
No modo manual ao entrar em uma curva o jogador deverá soltar o botão do acelerador e pressionar o freio para que o carro faça as derrapagens durante a curva, enquanto no automático o jogo fará isso para você porém diminuindo um pouco a velocidade do carro.
Jogar no Automático ajuda o jogador na mecânica que confesso ser difícil de se acostumar no começo no entanto nos pune como forma de incentivo a aprender a jogar no modo manual caso queira ter os melhores resultados no jogo.
Rebobinando o jogo
Tudo em Slipstream me lembra os anos 90 e um dos fatores nostálgicos também está implícito em sua jogabilidade que é o modo de rebobinar o jogo.
Sempre que batemos em algum obstáculo ou erramos algo no percurso podemos rebobinar o jogo por alguns segundos e refazer aquela parte. Não é exatamente uma mecânica totalmente inovadora mas ela se encaixa tão bem ao clima do jogo que para ficar perfeita faltou apenas inserir um ruído que simula aquele estalo que os aparelhos de videocassete faziam ao rebobinarmos o vídeo e que poderia facilmente acordar a casa toda se fosse feito a noite.
Esta mecânica de rebobinar no entanto não fica habilitada o tempo todo e sim apenas quando o jogador comete algum erro, no entanto, os segundos que são possíveis de serem rebobinados dependem do desempenho que você teve até aquele momento na corrida.
Slipstream vale a pena?
Assim como avaliei em outros jogos que também apelam para a nostalgia, Slipstream vale muito a pena para nós que jogamos este estilo de jogo no passado e dificilmente jogadores que começaram sua vida gamer a partir de gerações na época do Playstation 2 terão a mesma ligação que nós.
Com uma curva de aprendizagem alta, o game está longe de ser dominado facilmente e com uma lista grande de troféus e desafios vai garantir muitas horas de jogo.
Slipstream está longe de ser um game genérico, ele é muito superior a um jogo casual, você até pode decidir joga-lo aos poucos, apenas alguns minutos por dia, porém sempre que iniciar o jogo verá que ainda tem muito a conhecer e realizar.
Dito isto, vale sim a pena jogar Slipstream e deixamos aqui nossos sinceros parabéns ao Sandro, desenvolvedor do jogo, onde é nítido todo o carinho e capricho que ele tem com seu game.