Existe uma dificuldade enorme em escrever essa review, para ser justo tanto com o jogo que estou resenhando, quanto com a comunidade que preza por uma opinião embasada e justa, tento me manter focado em apresentar Sniper Elite Resistance de uma forma mista, uma review que pensa em quem não jogou nenhum game da franquia e quem já é um fã da velha guarda.
Aqui iremos ver um jogo que traz apenas as melhores escolhas para seus consumidores, um jogo que aprendeu com seus erros e trouxe apenas boas ideias e o que sabemos que funciona, o que é divertido,em outras palavras, a experiência definitiva de Sniper Elite, mas infelizmente estou me referindo aqui a Sniper Elite 5.

Um passado nem tão distante.
Em minhas mais de 17 horas para zerar e jogar algumas partidas online, tive uma experiência dividida, ao mesmo tempo que me encantava com as mecânicas, ambientações, e as mortes com tiros em raio-X. Eu me perguntava o que exatamente ali era uma novidade, não apenas uma novidade, mas algo para justificar um preço cheio em um mundo já com tantos lançamentos sem inovação.
É complicado tratar o jogo dessa maneira pois eu não culpo os jogos que tentam apenas ‘melhorar a receita’ em seus lançamentos, algo como buscar sempre a ‘experiência definitiva’ da franquia apenas com as melhores opções dos outros jogos, mas já tivemos em 2022.

Então de fato, como podemos falar de um jogo que se preocupa demasiadamente em manter o que seu anterior fez, deixando de lado algo que justifique sua existência?
História, cenário e personagens de Sniper Elite Resistance
Uma mudança que tivemos aqui foi a introdução de um novo atirador, aqui temos a oportunidade de controlar Harry Hawker, personagem já recorrente dos jogos em que Karl Fairburne era nosso personagem principal e também dos quadrinhos da saga.

Definitivamente temos uma outra personalidade por trás do rifle mas de forma singela e modesta, Harry não nos traz tanta conexão e tampouco tanto carisma com suas piadas estilo homem aranha, poderíamos sim ter um protagonista mais falador e piadeiro que pudesse trazer um ar mais leve para a campanha? Acredito que não apenas poderíamos mas se faz necessário, um misto de mesmice se faz presente sempre que conversamos com demais NPCs lembrando das interações do Karl.
O cenário para a guerra está definido, com a França ocupada pelo exército alemão, estamos unindo forças com a resistência para descobrir os planos de um departamento de armas experimentais do führer. Com o passar de algumas horas de gameplay podemos ver que nem mesmo a maneira como o jogo conta suas descobertas mudou, ainda temos as mesmas cenas pós missão com um vídeo nos mostrando um resumo de tudo que descobrimos, algo que chega até ser cômico.
Nenhum grande erro te faz não embarcar na história do jogo, ela apenas existe tal qual qualquer outra história da franquia, ou seja, não agrada e nem desagrada, mas definitivamente deixa a desejar.

Mecânicas e combates extras
Como de costume temos aqui um grande foco na abordagem silenciosa, com foco na furtividade qualquer missão de um homem só se torna possível, mesmo sem ter tanta paciência para bolar uma estratégia completa, o improviso também é uma boa pedida, já que contamos aqui com um vasto arsenal customizável para armas de longo e médio alcance, podendo até mesmo usar 3 diferentes tipos de munição caso além de ser furtivo você queira optar por uma abordagem não letal.

Com uma conexão online também podemos ter a possibilidade de invadir ou ser invadido por outros jogadores, assim deixando sua experiência ainda mais caótica e intensa já que agora do lado inimigo teremos outra pessoa.
Partidas onlines também estão presentes de forma simples mas que podem entregar uma experiência divertida. E para quem busca uma aventura em co-op o jogo também vai te satisfazer.

Além dos modos extras como as Missões de propaganda que nada mais são que uma missão secreta que fica liberada após pegar um pôster em fases do jogo, aqui teremos um desafio completo com armas únicas e regras exclusivas, entregando uma rejogabilidade imensa.
O visual e ambientação de Sniper Elite Resistance
Visualmente, a sua experiência vai seguir uma padrão de qualidade alto, cada detalhe, cada pequeno ambiente é sempre muito povoado de objetos, vegetação e tudo mais que o ambiente pede, tudo cria essa atmosfera amedrontadora de guerra, com um ar sombrio e claustrofóbico.

Mesmo com otimo trabalho nos cenários e movimentação plástica ainda temos momentos um tanto quanto ‘pateta’ do jogo, como os personagens com pouca ou nenhuma expressão nas cutscenes e momentos em que nosso personagem não consegue pular uma mureta de 20 centímetros por que não é uma área demarcada para parkour.
Considerações finais de um fã apaixonado!
Estamos novamente na luta infinita contra o terceiro reich, e mesmo sabendo que o pano de fundo da franquia não muda e nem tem necessidade disso, me causa desconforto o jogo anterior se passar exatamente na mesma região, talvez a coragem que nos entregou campanhas do norte da África no Sniper Elite 3 e a Itália de Mussolini no Sniper Elite 4 tenha deixado mais saudades que gostaria de admitir.
Por mais que o jogo tenha seu foco em gameplay sabemos sim que reutilizar assets é uma técnica frequente da indústria e lançar um jogo com a região ocupada que tínhamos no jogo anterior com certeza teve um impacto na sua produção, mesmo tendo um trabalho brilhante em deixar cada região única e bem ambientada, ainda sinto que preciso ser honesto nessa review e deixar aqui minha reclamação como fã da saga.
A verdade triste e simples é que Sniper Elite Resistance não se justifica como jogo novo, ele sim tem as melhores qualidade da franquia e um senso de satisfação e tensão que vimos no Sniper Elite V2 e outros jogos, mas como uma ‘experiência definitiva’ se é que podemos chamar assim, temos um candidato já disponível no mercado para ocupar esse posto, Sniper Elite 5 nos traz tudo que a franquia já acertou e deixa de fora grande parte dos seus erros
Agradecemos os amigos da Rebellion que gentilmente nos enviaram uma cópia de Sniper Elite Resistance para a criação deste review.