Review

Tales of Arise

Uma história sobre amizades
Disponível para:
Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series S/X, PC
Review escrito por:
Doizelly

Tales of Arise é o décimo sétimo jogo da série Tales, que é conhecida por suas histórias envolventes, seus personagens carismáticos e seu combate dinâmico. O jogo se passa em um mundo dividido entre dois povos de planetas distintos: o povo de Dahna, um lugar pobre e oprimido, e o povo de Rena, um império avançado e tirânico. O jogo acompanha a jornada de Alphen, um escravo de Dahna que não sente dor, e Shionne, uma renana que causa dor a quem a toca, que se unem para libertar os dahnianos da dominação renana

História Inicial

Tales of Arise mergulha os jogadores em um cenário dividido entre dois povos de mundos contrastantes: os povos medievais de Dahna e os povos mais avançados tecnologicamente de Rena. Essa dualidade é marcada pela opressão dos Renans de Rena, que há três séculos conquistaram e escravizaram Dahna, estabelecendo cinco reinos controlados por Lordes, cada lorde carrega consigo um núcleo-mestre que representa um elemento da natureza.

A dinâmica central do jogo gira em torno de um torneio de sucessão onde os Renans extraem energia astral dos Dahnanos para fortalecer seu próprio núcleo-mestre e assim determinar o próximo Soberano de Rena.

A narrativa segue a jornada de dois protagonistas de origens opostas: um homem conhecido como Máscara de Ferro, um escravo amnésico insensível à dor, e Shionne, uma Renana com uma maldição que causa dor a quem a toca e um núcleo mestre roubado.

A história se desenrola quando Máscara de Ferro, no reino de Cazália, acaba encontrando Shionne, uma fugitiva de seu próprio povo, após roubar o núcleo mestre de fogo, dentro de um trem. Durante essa cena revela-se que Shionne possui uma espada poderosa, porém prejudicial para o usuário. A incapacidade de sentir dor torna Máscara de Ferro o candidato perfeito para empunhar essa arma.

O desenrolar das primeiras horas de gameplay, acontece o confronto brutal contra Balseph, o Lorde do reino de Cazálida, onde um golpe revela a verdadeira identidade de Máscara de Ferro como Alphen, recuperando parte de sua memória. Com a espada flamejante, Alphen derrota Balseph e quebra a barreira que separava Cazália dos demais reinos, decidindo então unir-se a Shionne para derrotar os 4 outros senhores renanos.

O verdadeiro Tales of Arise são os amigos que fazemos pelo caminho

Tales of Arise cativa os jogadores não apenas pela narrativa que segue o padrão clássico do conflito entre o bem e o mal, mas especialmente pela profundidade das relações entre os personagens.

Ao longo da jornada, Alphen e Shionne encontram aliados como Rinwell, uma maga dos Corvos Carmesins, Law, em busca de vingança, Kisara, uma capitã de guarda, e Dohalim, um nobre renano que almeja a reconciliação entre os povos.

O jogo apresenta um sistema de histórias em quadrinhos que permite explorar mais a fundo a vida e os interesses dos companheiros de jornada.

Durante a gameplay você pode perceber que talvez haja situações na trama que careçam de maior explicação e detalhes. A boa notícia é que esses detalhes serão abordados nas histórias em quadrinhos. Com um total de 320 histórias em quadrinhos, essas narrativas complementares oferecem uma visão mais íntima dos personagens, permitindo que você se aprofunde em suas personalidades e motivações.

Ao longo das dezenas de horas de jogo, essa imersão nas histórias individuais dos personagens cria um laço mais significativo entre o jogador e o elenco. Conhecer suas tramas pessoais contribui para uma conexão mais forte durante as batalhas, tornando a experiência mais enriquecedora e gratificante. No final, você certamente apreciará muito mais esses personagens do que no início da jornada, graças à compreensão mais profunda de suas histórias e motivações.

Como é jogar Tales of Arise?

Tales of Arise é um jogo de RPG de ação que funde exploração, combate e interação com personagens. Nele, o sistema de combate, capacita os jogadores a controlar um dos seis membros do grupo, enquanto os demais são controlados pela inteligência artificial. A dinâmica possibilita a alternância entre personagens durante o combate, usando habilidades especiais denominadas Artes, as quais consomem pontos de arte (PA). Cada personagem apresenta um estilo de luta e assume um papel distinto, como atacante, suporte ou curandeiro.

Vale ressaltar que apenas 4 personagens ficam no campo de batalha ao mesmo tempo enquanto os outros 2 ficam apenas para dar habilidades pontuais de suporte quando suas barras são carregadas. Além disso, o jogo permite ataques combinados dos protagonistas para causarem mais dano ou até mesmo finalizar os inimigos.

Por exemplo, ao assumir o controle de Alphin, você realiza ataques de espada, combos e utiliza habilidades atribuídas aos botões X, Quadrado e Triângulo no controle do PlayStation. Além disso, é possível realizar saltos pressionando o botão de Círculo e esquivar-se dos inimigos ao pressionar o R2.

O jogo oferece uma experiência de ação frenética, permitindo que um personagem ataque, utilize suas habilidades, lance-o ao ar e, em seguida, traga outro membro do grupo para aplicar um golpe adicional. Isso resulta em uma sinfonia caótica na tela, porém o jogo introduz as habilidades gradualmente para que sejam aprendidas. Inicialmente, começa-se apenas com Alphin como personagem jogável, depois adiciona Shionne a sua party e assim por diante com os próximos protagonistas, proporcionando ao jogador tempo para aprender e dominar cada personagem antes de se aventurar completamente na loucura caótica que o jogo se torna.

Além disso, o jogo disponibiliza um sistema de exploração que possibilita aos jogadores explorarem diversas regiões de Dahna e Rena. Essas jornadas proporcionam a descoberta de itens, embates com inimigos, a realização de missões secundárias, atividades como pesca e até a criação de animais em uma fazenda. Tudo isso é realizado em um ambiente de semi-mapa aberto, no qual os jogadores têm a liberdade de voltar a áreas anteriores e explorar regiões extras. Contudo, o jogo segue uma estrutura um tanto linear, assemelhando-se a ruas, onde o jogador tem uma direção pré-definida e uma área limitada para explorar em cada região.

Adicionalmente, está presente o sistema de acampamento, oferecendo aos jogadores a oportunidade de descansar, cozinhar, interagir socialmente e aprimorar seus equipamentos.

Beyond the Dawn

Após uma espera de 2 anos para descobrir o desenrolar dos eventos após o final do jogo, a Bandai Namco finalmente lançou a tão aguardada DLC “Beyond of Dawn” em 9 de novembro de 2023.

A trama desta expansão se desenrola um ano após os eventos do jogo principal, com o grupo separado e se reunindo apenas ocasionalmente nos mausoléus espalhados pelo planeta. Essas estruturas ancestrais, legado de um povo antigo da região, guardam tecnologia que podem se tornar perigosas nas mãos erradas. Alphin e Shione são os únicos capazes de fechá-las, então sempre que uma nova é descoberta, o grupo se une para impedir que caiam em mãos erradas.

A razão para a existência desses mausoléus e por que Alphin e Shione têm essa habilidade é algo que evitarei discutir para não dar spoilers aos que não jogaram o jogo base.

Certo dia, quando Alphin e Shione retornavam a Niez para se encontrar com os amigos e partir para um novo mausoléu, deparam-se com homens perseguindo uma garotinha, Nazamil Hildris. Os homens alegam que ela é filha de um Lorde e representa uma ameaça. Alphin discorda das intenções hostis dos homens e os afasta, decidindo então convencer Nazamil a acompanhá-los a Niez para resolver a situação.

Ao chegarem a Niz, descobrem que Nazamil, além de ser filha de um Lorde, tem uma mãe originária de Dahna, o que a torna rejeitada tanto pelos Dahnianos, por ser filha de um Lorde que os escravizou, quanto pelos Reanianos, por ser uma mestiça sem linhagem pura. Diante desse dilema, Alphin e seus amigos decidem que a única forma de manter Nazamil segura é mantê-la por perto enquanto fecham o mausoléu próximo à área, enquanto buscam um local onde ela possa encontrar um lar.

A história abordada na expansão é genuinamente cativante. Observar o caminho tomado pelos personagens, com os quais nos envolvemos intensamente durante o jogo principal, e o desenvolvimento das sociedades de Dehna é extremamente interessante. Contudo, é crucial ressaltar que se trata de uma expansão de curta duração. A trama principal pode ser concluída em um período médio de 6 a 10 horas, longe das 20 horas prometidas durante o pré-lançamento.

Ao adentrarmos na análise da jogabilidade da expansão, as coisas se complicam ainda mais. De imediato, percebe-se que o conteúdo está separado do jogo base; o jogador precisará acessar a DLC pelo menu principal e não terá acesso a nada do jogo principal enquanto estiver explorando a expansão. Outro aspecto a ser destacado é que toda a progressão do jogador será descartada. Todos começarão a expansão no nível 65, consideravelmente distante do nível máximo do jogo base, que é 100. A única variação entre os jogadores é que aqueles que possuírem o save do jogo principal receberão um bônus em dinheiro para iniciar a DLC, permitindo-lhes uma certa vantagem.

A jogabilidade e os cenários permanecem os mesmos do jogo original, sem grandes diferenças. Os jogadores percorrerão lugares e cidades presentes no modo história, porém com pequenas alterações, como construções em andamento. De maneira geral, os cenários permanecem os mesmos. A única diferença notável são as três novas dungeons e alguns inimigos aprisionados, cabendo ao jogador escolher desafiá-los ou não para obter recompensas e experiência.

Vale a pena jogar Tales of Arise?

Tales of Arise é um verdadeiro tesouro para os amantes de RPG de ação, entregando uma experiência envolvente, repleta de uma história cativante, personagens cativantes, um sistema de combate dinâmico e gráficos deslumbrantes. O jogo não apenas se destaca como uma excelente adição à renomada série Tales, mas também se posiciona como um dos melhores jogos do gênero.

A adição da DLC “Beyond of Dawn” eleva ainda mais a grandiosidade desse universo, expandindo tanto a duração quanto a profundidade da experiência. Apesar de sua curta duração, a expansão oferece uma continuação intrigante para a história principal, revelando novos desafios e aprofundando ainda mais o mundo de Tales of Arise.

Em suma, Tales of Arise é uma jornada imperdível para qualquer entusiasta de RPG e aventura. Tanto o jogo base quanto a expansão proporcionam momentos memoráveis, tornando-se uma experiência que merece ser vivenciada por todos os fãs do gênero.

Agradecemos a equipe da Bandai Namco que nos enviaram uma cópia do jogo para a criação deste review

Na análise anterior, foi destacado que Tales of Arise segue o paradigma clássico do embate entre o bem e o mal, sugerindo um desfecho previsível onde os heróis triunfam sobre os vilões, libertando o mundo da opressão dos Renanianos. No entanto, a previsibilidade não obscurece o jogo de surpresas. A revelação de que o torneio de sucessão era uma farsa, sem nenhum lorde se tornando soberano, foi genuinamente surpreendente.

O ponto culminante da união dos dois planetas no final da história foi especialmente impactante. Jogar a expansão imediatamente após o término do jogo base foi uma decisão acertada, pois permitiu um vislumbre mais profundo da vida pós-escravidão, mostrando como os povos estão se adaptando a compartilhar um mesmo planeta, buscando uma convivência pacífica entre duas culturas distintas.

Tales of Arise

Disponível para:
Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series S/X, PC
Versão que jogamos:
PC
O jogo possui legendas em Português mas não é dublado.

Pontos Positivos

  • Combate dinâmico e divertido
  • História emocionante
  • Personagens carismáticos
  • Trilha sonora envolvente

Pontos Negativos

  • Câmera durante o combate as vezes atrapalha
  • Curta duração da Beyond of Dawn
Review escrito por:
Doizelly

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