Tchia apareceu pela primeira vez como um simpático jogo em um evento da Playstation. Na ocasião chamou atenção por mostrar ser um jogo inspirado em um país desconhecido por muitos a Nova Caledônia.
O país fica na região da Oceania e é anexado à França, o que faz que seu idioma oficial seja o Francês além de diversos dialetos locais.
Embora Tchia tenha toda essa aproximação com o país, principalmente por parte de seus desenvolvedores serem naturais do arquipélago, em momento nenhum do jogo ele diz passar no país e tampouco usa referências de personagens ou fatos históricos locais.
Desta forma as referências acabam sendo culturais como no idioma, costumes locais, folclore, os totens e principalmente na ambientação onde é replicado diversos biomas característicos do país.
A história de Tchia.
Tchia é uma menina que vive com seu pai que até então o que podemos entender ser algum tipo de andarilho ou nômade que vive na ilha.
Ele ensina muito bem a Tchia como sobreviver até que um dia seres feitos de tecido surgem e o levam embora.
O pai de Tchia parece saber que estava sendo procurado e ao perceber a presença destes que os levaram tenta proteger escondendo a menina.
Neste momento quando Tchia vê seu pai sendo levado ela desperta um poder no qual pode ter sua alma transportada para qualquer objeto, fazendo assim tomar o controle da faca que o lider que sequestrava seu pai usava, no entanto ela não consegue salvá-lo.
Sem muita explicação sobre seus poderes, é contado a ela que o responsável pelo rapto de seu pai é o governante desta terra, mas os motivos pelo rapto, descobrimos apenas avançando pelo jogo.
Como é Jogar Tchia
Após esta primeira parte introdutória do jogo ganhamos controle da menina que tem a total liberdade para ir e vir de qualquer canto do arquipélago.
Tchia pode usar sua embarcação para velejar entre um local e outro e assim ela deve controlar a direção e também a abertura da vela, o que pode facilitar ou dificultar o controle principalmente em áreas mais fechadas.
O game é um grande Sandbox e exibe em seu mapa o local onde devemos ir para seguir a história e também as centenas de coletáveis espalhados pelo mapa.
Neste sentido Tchia é um game bem simples, e cabe a você decidir o que quer fazer, seguir pela história ou brincar explorando a ilha.
Dos coletáveis fica o destaque para as frutas que aumentam a energia da personagem e o empilhamento de pedras que servem para desbloquear novas músicas que Tchia poderá tocar com seu Ukulele.
Estas canções servem para mudar a hora do dia, invocar animais entre outras coisas.
O Ukulele também protagoniza diversas cenas totalmente musicais onde devemos ser ágeis para tocar o instrumento e apertar e posicionar os botões na ordem correta da canção. Este mini game é interessante e algumas músicas tem um alto nível de dificuldade.
As frutas que dão energia para Tchia servem para que ela possa realizar algumas ações no jogo como escalar por mais tempo, mergulhar por mais tempo e até mesmo planar utilizando uma espécie de paragliders.
Toda essa movimentação e ações de Tchia é claramente inspirada em Zelda Breath of The Wild e assim como no jogo da Nintendo esta liberdade de exploração que vemos aqui nos da um pouco da mesma sensação, porém em uma escala bem menor.
O mapa ainda apresenta pequenos acampamentos que ao serem desbloqueados poderemos nos alimentar e dormir e os portos que são fundamentais serem desbloqueados pois são os únicos pontos de viagem rápida no jogo.
Algo que é muito confuso no jogo é o mapa. Ele nunca apresenta nossa posição exata no jogo, mas sim uma estimativa de localização. Sabemos que estamos ali naquele raio de distância que o mapa foca, porém não temos o local exato em que Tchia se encontra.
Para auxiliar a movimentação é possível colocar um PIN no mapa, assim podemos marcar um ponto onde exista um item que queremos pegar e com o uso da bússola seguir em direção a ele. Assim que é coletado o item some do mapa e desta forma é possível sabermos em que ponto estamos e poderemos marcar um novo item a ser coletado.
Por não ser muito grande, o mapa pode ser facilmente explorado a pé por Tchia, mas tudo fica mais interessante utilizando o poder dela de transferir sua alma.
Assim podemos transferir Tchia para um pássaro e voar pela ilha ou para um cervo e correr mais rápido pelos cenários.
Um detalhe o quanto exótico em Tchia é que desde o primeiro momento é capaz de escolher o capitulo que deseja jogar, incluindo o último.
Isso acaba revelando que de fato o jogo não se importa muito com a história e sim com as possibilidade de exploração e o que fazer pelo mapa.
O poder de se transportar
Tchia possui um poder único capaz de transferir sua alma para praticamente tudo que encontra pelo caminho.
Assim podemos tomar o corpo de seres vivos como animais e insetos para explorar o mapa, peixes para explorar o mar e até mesmo seres inanimados.
Desta forma Tchia pode simplesmente transportar sua alma para uma pedra por exemplo e assim dar vida a ela.
Quando pensamos nos animais temos a liberdade de nos movimentar, voar e nadar livremente por ai mas mesmo sendo uma pedra também é possível fazer isso.
A diferença principal fica responsável pela utilidade de se transportar para algo sem vida e descobrir que diferente de um ser vivo, estes objetos podem ser arremessados.
Com isso podemos por exemplo nos transportar para uma fogueira virando um pedaço de lenha em chamas que sera arremessado contra um inimigo.
O tempo em que Tchia pode permanecer com sua alma em outros seres é limitado e poderá ser aumentado explorando cavernas que são abertas através de um mini game onde devemos esculpir um totem idêntico ao que está na porta.
Devo dizer que provavelmente pela característica infantil que o jogo possui em vários momentos não é dificil de se fazer isso, basta encontra a caverna, ver qual o desenho da porta que é exibido inclusive no mini mapa e assim que encontrar um acampamento que tenha uma barraca para esculpir os totens criar algo idêntico ao que é mostrado na imagem, simples assim.
Ter uma energia maior para ficar transformado é bem útil para exploração do mapa, fazendo Tchia chegar de um canto a outro de maneira mais rápida e eficaz.
Também é possível emendar uma transformação em outra, por exemplo é capaz de ser arremessado de uma forma de pedra para o alto para alcançar um pássaro que está voando a uma distância maior ou em momentos de batalha ficar migrando de item a item sem que o inimigo consiga te capturar.
Tchia vale a pena?
Tchia chegou em seu lançamento gratuitamente para os assinantes dos planos Playstation Plus Extra e Deluxe, o que o faz ser um jogo acessível.
No entanto, eu fico confuso quanto ao seu público.
Ele é um jogo bem casual, focado em exploração e encontrar pequenos itens sem uma verdadeira recompensa a não ser sentir que seu extinto de complecionista está satisfeito.
Também poderia dizer que é um ótimo título para se jogar com crianças, porém é importante que elas saibam ler caso queiram jogar sozinhas já que o game não conta com dublagem em Português e nem mesmo em inglês.
As crianças até podem saber falar Francês, mas nos momentos em que o jogo utiliza dialetos locais é quase impossível entender o que está acontecendo sem ajuda de legendas.
Neste ponto é que vem a minha dúvida de quem é o público para Tchia. Ele acerta e falha para o público infantil e adulto ficando em um limbo que acaba nos entregando um jogo divertido de se explorar mas totalmente dispensável quando pensamos em algo mais objetivo.
Quando falamos de Zelda Breath of the Wild memes e piadas são comuns a respeito de Zelda estar a espera de Link no Castelo enquanto passamos 200 horas atrás de Koroks, Shrines e fazendo diversas sidequests.
Zelda está a 100 anos presa no castelo, um dia a mais que passamos por Hyrule até mesmo fazendo um grande nada não nos causa impacto na história já que até mesmo Link não se lembra de nada.
No entanto em Tchia quando pensamos que o nosso pai acabou de ser sequestrado ficar catando coquinho, tirando foto de pássaro e fazendo qualquer outra coisa pelas ilhas nos tira totalmente do jogo e por isso acaba virando um sandbox cheio de coisas para se fazer mas vazio de alma.
Se Tchia vale a pena? Se você for assinante da Plus experimente o jogo é divertido de jogar e só isso mesmo, agora se for comprar o game espere por um preço mais convidativo.