The First Berserker: Khazan é realmente a primeira vez que vejo a barbaridade e violência em um jogo com mecânicas souls. Fazia tempo que não via um personagem que me lembrasse tanto o jeito bruto de um bárbaro como Conan e a brutalidade no campo de batalha.
Vamos embarcar na história de vingança de Khazan e conhecer mais sobre esse jogo que mistura elementos de títulos anteriores sem se tornar cansativo e fazendo tudo com qualidade.
Gameplay violenta focada na ação com elementos soulslike
Desde que vi o primeiro trailer de Khazan, fiquei empolgado com o estilo do personagem e com a violência, algo raro nos jogos atuais.
Percebi que o jogo tinha elementos soulslike, o que me fez imaginar que já sabia como seria a jogabilidade. Porém, me enganei logo no tutorial.
No início ele parece um soulslike tradicional, mas rapidamente somos liberados para explorar uma árvore de habilidades que permite desbloquear combos e golpes com facilidade. Logo percebi que não era um jogo lento como a maioria dos soulslike, e sim um jogo de ação com influências do gênero, mas com uma pegada própria e muito mais dinâmica.
Essa surpresa foi extremamente bem-vinda. Apesar de Nioh já ter introduzido um combate mais rápido, The First Berserker: Khazan eleva ainda mais essa velocidade e apresenta uma árvore de habilidades extensa e criativa.
Poucas armas, mas com diversas possibilidades de build
O jogo oferece três tipos de armas: lança, empunhadura dupla e espadão. Cada uma delas possui jogabilidade distinta, introduzida em momentos específicos da campanha. Apesar da pouca variedade de armas, cada uma conta com sua própria árvore de habilidades, o que evita que o combate se torne repetitivo.
Outro ponto interessante são os conjuntos de armaduras, que além de impactarem o visual, desbloqueiam habilidades extras ou modificam drasticamente outras, possibilitando builds únicas.
Fiquei impressionado com a quantidade e o design dos conjuntos disponíveis, todos muito bem integrados ao universo do jogo. A vontade de descobrir os efeitos de cada armadura se renova constantemente.
Além disso, Khazan oferece uma arma espiritual que pode ser arremessada para causar dano crítico em pontos fracos dos inimigos, um ótimo recurso estratégico, especialmente contra inimigos mais difíceis e certos chefes.
Parry ou esquiva? Eu escolho os dois!
Sempre fui do time da esquiva, mas aqui me deparei com um sistema que incentiva tanto o parry quanto a esquiva. Ambos possuem suas próprias árvores de habilidade, o que é fantástico e assim você nunca se sente forçado a jogar de um único jeito.
O parry lembra bastante Sekiro em alguns momentos, especialmente quando é introduzido um sistema mais avançado com ícones vermelhos indicando ataques especiais dos inimigos.
Mesmo quem normalmente evita o parry vai gostar de usá-lo aqui, pois ele é bem implementado e recompensador. A curva de aprendizado é satisfatória e quando você domina o sistema, especialmente nos chefes, a sensação é incrível.
Khazan traz um universo incrível com personagens interessantes
A história se passa no Império Pell Los, onde Khazan, um general herói, é falsamente acusado de traição pelo imperador. Preso nos confins gélidos do continente, ele acaba sendo possuído por um espírito em busca de vingança, o que dá início à nossa jornada brutal.
O jogo impressiona com sua diversidade de cenários, desde montanhas congeladas até laboratórios com experimentos grotescos e vilas com temática nórdica. A campanha principal é dividida em missões e, após completá-las, surgem missões secundárias que, embora reutilizem mapas e inimigos, introduzem personagens secundários com histórias interessantes e laços com Khazan, aumentando o envolvimento do jogador com o mundo.
O verdadeiro significado de “Chefe” se encontra aqui
Os chefes são o ponto alto do jogo. Desde dragões imensos até vampiros ressuscitados, cada chefe tem uma presença marcante e mecânicas únicas. Os cenários das batalhas são ricos em lore e a dificuldade é elevada — o que pode afastar jogadores casuais.
Apesar disso, os combates são um verdadeiro espetáculo. Muitos chefes possuem fraquezas que podem ser exploradas com estratégia e precisão. A única crítica fica por conta das recompensas, que às vezes não fazem jus à dificuldade enfrentada.
Dificuldade até na hora de explicar
Khazan é um dos jogos mais difíceis que já joguei — e parte disso vem da falta de explicações claras em elementos essenciais. Por exemplo, alguns conjuntos de armaduras só podem ser completados comprando itens de um NPC aleatório, algo que o jogo não indica.
Também é possível melhorar atributos usando pedras obtidas em missões passadas, mas isso só é revelado se o jogador passar o cursor sobre as missões no mapa de memórias — uma mecânica nada intuitiva.
Esses detalhes prejudicam a experiência, mesmo em um jogo que, no geral, explica bem suas mecânicas.
The First Berserker: Khazan vale a pena?
Este é o ar fresco que o gênero soulslike precisava. Ele pega a base do estilo e adiciona ação intensa, combos fenomenais e uma direção de arte impressionante.
Os chefes são espetaculares, e o jogo como um todo é uma grata surpresa.
Como primeiro título da Neople nesse gênero, Khazan entrega muito conteúdo com qualidade, polimento e quase nenhum bug.
Um exemplo a ser seguido e que recomendo fortemente para fãs de jogos de ação e soulslike.
Agradecemos os amigos da Neople que nos enviaram uma cópia de PC para a criação deste review.
The First Berserker: Khazan está disponível para PlayStation 5, Xbox Series e PCs.
