Eu costumo dizer que se tem algo em que a Nintendo não costuma errar é em seus jogos de Mario e Zelda, onde a cada novo título seja de um jogo grande ou até mesmo um de menor escala a criatividade e diversão não irão faltar. E em The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom esta premissa novamente se repete.
Criativo, divertido e sabendo usar e abusar de estratégias e mecânicas já utilizadas em outros jogos da própria franquia temos mais um grande título e agora controlamos pela primeira vez a princesa que da nome a série de jogos.
Se você nunca jogou nenhum jogo da série The Legend of Zelda é importante dizer que embora haja uma timeline que interligue os jogos, em sua maioria cada novo título funciona de forma independente e poucos são continuações diretas como no caso de Majoras Mask e Tears of the Kingdom.
Assim, cada jogo possui mecânicas, mapas, histórias, personagens e estratégias novas que fazem a cada lançamento de um novo game ser tão aguardado pelos fãs e que em sua maioria é sempre bem recompensado com um jogo que entrega o que é aguardado.
O que esperar de The Legend of Zelda Echoes of Wisdom
Na história de Echoes of Wisdom iniciamos a jornada no controle de um guerreiro de roupas e gorro verde que adentra um perigoso calabouço para resgatar a princesa do reino que está presa em um cristal.
O terrível Ganondorf enfrenta o destemido heroi que consegue derrota-lo mas uma fenda se abre e antes que guerreiro caia nela consegue atirar uma flecha e libertar a princesa que consegue escapar antes que a fenda a capture.
De volta ao castelo enquanto explicava ao rei tudo que aconteceu e também contava sobre um heroi desconhecido vestindo roupas verdes que a salvou, uma nova fenda se abre engolindo o Rei e devolvendo uma nova versão dele que ordena que prendam e executem Zelda pois ela seria a responsável por todas essas fendas que estão se abrindo por todo o reino.
Na prisão Zelda recebe a visita de uma pequena luz dourada que se apresenta como Tri, e seria uma entidade mágica que teria o poder de acabar com essas fendas mas pede ajuda a ela para que possa auxiliar em encontrar suas companheiras para ficar cada vez mais forte e fechar fendas maiores.
Tri entrega um cetro a Zelda que é capaz de criar ecos, cópias de objetos que são memorizados e com ajuda desta nova habilidade a princesa consegue escapar da prisão e ambos notam que fendas cada vez maiores estão se abrindo e acabam por tomar todo o castelo.
A salvos eles devem então partir em busca dos companheiros de Tri e assim fechar as fendas, salvar o pai de Zelda e resgatar o desconhecido heroi vestido de verde.
Jogando The Legend of Zelda Echoes of Wisdom
A melhor escolha que a Nintendo fez foi justamente trazer não apenas a novidade de controlarmos a Zelda mas ela ser totalmente diferente do controle de Link.
Zelda utiliza os poderes do cetro que recebeu de Tri e assim a criação e controle dos ecos são o grade trunfo deste jogo.
Os ecos podem ser criados a partir de objetos inanimados como caixas, pedras, camas, vasos e cada inimigo derrotado no jogo, com excessão dos chefes, poderá ser convertido em um eco.
Ao todo serão mais de 130 ecos entre objetos e criaturas e praticamente todos terão algum tipo de uso em algum momento.
A cada novo eco memorizado é importante ler a descrição para entender um pouco sobre a criatura ou objeto e como poderiamos utilizar cada um deles da melhor maneira.
Entre os monstros acabamos por capturar um mesmo tipo em diversas áreas porém mais forte ou até mesmo outros que façam a mesma coisa no entanto de elementos diferentes. Como por exemplo os morcegos que possuem a versão comum, de gelo, de fogo e elétrica.
Capturar monstros e utiliza-los como nossas armas é uma forte referência a Pokémon onde monstros elementais são mais forte contra outros de elementos opostos.
Além disso existem limitações onde podemos invocar os monstros. Se chamarmos um morcego de fogo enquanto estiver chovendo ele não irá resistir, alguns monstros também não podem ser invocados dentro da agua assim com peixes também não podem ser fora dela.
Os objetos inanimados por sua vez ajudam Zelda na solução de puzzle e também auxilia a heroina a alcançar novos lugares pelos cenários. Podemos pular e nadar livremente pelos cenários, mas nosso pulo a principio é limitado, por isso nada que empilhar algumas caixas ou outros objetos criados com o Eco para conseguir alcançar plataformas mais altas.
A física do jogo ainda brinca com a questão de peso dos objetos que podem ser arrastados com o vento ou que flutuam ou afundam quando ecoados em aguas mais profundas.
Utilizar os ecos nos traz uma liberdade incrível ao jogar Echoes of Wisdom e assim como em Breath of the Wild e Tears of the Kingdom, não existem maneiras corretas de se superar um desafio ou resolver um puzzle. Cada jogador irá encontrar seu meio criativo com o que tem em mãos.
Acredito que até mesmo eu quando rejogar Echoes of Wisdom acabarei fazendo de outras formas alguns desafios e isso acontecerá de forma natural e não calculada. Como o jogo funciona quase que como um game de mundo aberto tudo vai depender do que já foi feito, explorado e quais ecos foram memorizados no momento em que chegamos a cada desafio.
Digo que é até mesmo dificil explicar o quão gostoso são as possibilidades deste jogo pois a quantidade de ecos é tão grande que somente jogando com o controle em mãos, sentimos o gostinho de vitória altamente recompensador quando resolvemos algo utilizando o que temos por ali.
Além dos ecos Zelda também pode usar o seu cetro para comandar uma ação onde Tri poderá se apossar de algum objeto do cenário, inimigo ou até mesmo eco criado.
Com Tri apossado deste somos capazes de arrastar grandes objetos que estão longe de nosso controle ou que não teriamos força física para isso. Um outro poder quando estamos em posse é a possibilidade de copiar o movimento deste. Por exemplo, se nos apossarmos de uma plataforma que se movimenta em um trilho acima de um penhasco de um lado para o outro, poderemos copiar seu movimento e acompanha-lo mesmo não estando em cima desta plataforma para assim chegar ao outro lado, ou até mesmo copiar os movimentos de um passaro e sair voando pelos mapas.
Todas essas possibilidades nos da a liberdade de explorar este jogo como um grande brinquedo onde a imaginação e as peças que temos são nossos únicos limites.
Um outro limite é a quantidade de ecos que podemos utilzar. Tri possui uma espécie de calda composta por triangulos e a quantidade de triangulos é o número do qual ele tem de poder de Ecos.
Para cada objeto ou criatura que memorizamos, ela possui um número e isso é o que nos limita na hora de utilizar cada eco. Por exemplo quando vamos fazer uma caixa, ela exige 1 triangulo e digamos que o limite de Tri sejam 4, assim quando criamos a quinta caixa, a primeira será quebrada. O mesmo acontece para as criaturas, as mais fortes exigem mais de Tri e dificilmente você irá conseguir ecoar mais de 1 ao mesmo tempo, enquanto outras exigem menos fazendo assim com quem cada jogador crie sua estratégia.
Algo que não gostei muito foi o menu com as opções do ecos. Eles são dispostos lado a lado em uma linha única. No começo quando são poucos ecos é tranquilo de administrar porém quando a quantidade aumenta é ruim ter de ficar andando de um lado para o outro atras do eco que você deseja usar.
O menu poderia ser mais amigavel ou pelo menos permitir selecionar alguns para deixarmos como favoritos e ter acesso de forma mais amigavel.
Para as batalhas além da invocação dos ecos Zelda também pode usar o espirito do guerreiro, onde ela basicamente se transforma em Link e poderá usar as habilidades do heroi.
Toda vez que o espirito do guerreiro for utilizado uma especie de barra de mana vai sendo consumida e ela só será recarregada se matarmos inimigos bem especificos que vivem dentro das fendas, por isso principalmente no inicio do jogo não é tão simples assim recuperar esta energia o que faz com que o uso desta habilidade também seja algo bem estratégico de cada um.
Encantador na medida certa
Zelda Echoes of Wisdom utiliza basicamente o mesmo estilo gráfico apresentado em The Legend of Zelda: Links Awakening, um remake que foi lançado para Nintendo Switch a alguns anos.
O jogo utiliza a visão isométrica e um estilo visual que faz com que tudo no jogo pareça uma maquete ou diorama. E isso ajuda ainda mais a nos dar esse gostinho de tudo ser uma grade brincadeira com bonecos e vários objetos em um tabuleiro.
Em alguns momentos também é possível jogar etapas de alguns calabouços ou cavernas como um jogo de plataforma tendo a visão lateral como em um jogo 2.5D.
Enquanto Links Awakening acontece em uma ilha, Echoes of Wisdom acontece no reino de Hyrule e também nos mundo clássico de zelda que conta com outros reinos clássicos já visto em inumeros jogos como os Gerudos, Gorons e Zora.
Por isso o que temos aqui parece ser um mapa bem maior já que são varios reinos e áreas a serem explorados, no entanto mesmo que o jogo aparente ter toda essa grandeza a locomoção por ele é bem rápida e os reinos quase viram bairros vizinhos.
Para facilitar ainda mais, existem dezenas de pontos de teleporte, inclusive em dungeons, que ajudam demais a locomoção e estimula a exploração, já que nunca é inutil ir a algum novo lugar.
Esses teleportes podem ser acessados a qualquer momento, basta abrir o mapa, selecionar um ponto e pronto. Em tempos onde não da pra ficar perdendo nenhum minuto está ajuda é mais do que bem vinda.
Ainda existem cavalos que Zelda pode utilizar que fazem as travessias serem mais rápidas, mas honestamente eu usei bem pouco. O mundo tem tanta coisa legal para ser explorada e descoberta que eu não tinha a menor pressa. Além disso com tantos teleportes espalhados era muito mais prático utiliza-los.
Toda a beleza deste mundo e este estilo gráfico que embora não seja novidade mas encanta tanto acaba sofrendo com os mesmos problemas de Links Awakening, trazendo quedas de FPS e um visual muitas vezes serrilhado.
Acredito que Echoes of Wisdom inclusive tenha mais problemas que Links Awakening neste sentido.
Quando estamos andando pelo mapa principal, sem estar dentro de alguma dungeon, caverna ou construção, o jogo aplica uma espécie de borrão nas extremidades de baixo e de cima do jogo. Ele faz isso para dar a impressão de que o mundo é muito maior e também como se estivessemos tão alto que não teriamos como focar em todo o cenário dando assim prioridade em vermos com mais lucidez a Zelda.
Confesso que este borrão me incomodou principalmente quando joguei com o console no modo portátil. Pode ser minha idade ou implicância mas eu me sentia bem mais confortável com o jogo quando estava dentro de algum local e quando estava na em areas abertas ficava movimentando o console pois parecia que era um problema em meus olhos.
Porém, quando joguei em um monitor e também na TV este problema foi inexistente. Por curiosidade até joguei alguns minutos de Links Awakening e notei que la esta questão me incomoda bem menos sendo algo quase imperceptivel.
O jogo também conta com um bom tempo de gameplay, levando em média umas 20h para terminar, mas para quem buscar completar todas as sidequests e coletaveis poderá dobra facilmente esse tempo.
The Legend of Zelda Echoes of Wisdom vale a pena?
Comecei dizendo que acredito que a Nintendo não erra em jogos da franquia Zelda e mais uma vez ela acertou em cheio, entregando um novo título carismático, criativo e que aumenta ainda mais o grande valor que essa série tem para toda a história dos video-games.
Echoes of Wisdom deve facilmente agradar a todos os fãs mostrando locais, personagens e situações já conhecidas e também pode ser uma excelente porta de entrada para os novatos mostrando as possibilidades criativas que um jogo destes pode entregar em forma de entretenimento.
Alias, vale dizer que este também é o primeiro jogo The Legend of Zelda oficialmente traduzido e localizado para o nosso idioma, o que faz muita diferença na hora de jogar.
Infelizmente aqui mais uma vez o grande problema é a limititação do Hardware do Nintendo Switch que falha na performance e na qualidade gráfica em alguns momentos. Não chega a atrapalhar mas deixa um gostinho de algo que já deveria ter sido ultrapassado a tempos.
Dito isso The Legend of Zelda Echos of Wisdom não só vale a pena como é um desses jogos que são obrigatórios para quem possui um Switch.
Agradecemos os amigos da Nuuvem que nos enviaram uma cópia de The Legente of Zelda Echos of Wisdom para a criação deste review.
E para comprar este e outros jogos para o seu Nintendo Switch a Nuuvem é a melhor opção, tendo a possibilidade de parcelar suas compras adquirindo jogos digitais originais para o seu console.