O novo jogo Dragon Ball: Sparking! Zero é a volta da Franquia Budokai Tenkaichi com todo seu resplendor mas ainda comete erros bobos como uma campanha confusa que tentar ser muito mais do que consegue, menus que travam sua navegação e uma gameplay refinada e caótica que vai fazer qualquer fã chamar os amigos para uma partida online.
Faça sua própria história, ou quase
Em mais uma aventura dos guerreiros Z para os videogames, Sparking! Zero traz mais uma oportunidade de brincar com as linhas do tempo alternativas da série Dragon Ball.
Dessa vez nossas motivações vão além de um protagonista superpoderoso e seus inimigos, aqui temos a premissa de ramificações não oficiais, os famosos “what if” ou “e se” em português. Essa artimanha tão usada pela franquia desde a Série Dragon Ball Z dos anos 90, é sempre válida mas ao mesmo tempo muito recorrente para os jogos do Goku e seus amigos, não faz tanto tempo que tivemos a série Xenoverse brincando com exatamente o mesmo conceito em 2 jogos do mesmo universo.
A inovação para o enredo fica por conta da variedade de histórias para contar nas diferentes campanhas. O game então nos leva para os acontecimentos de cada um dos integrantes principais com seus acontecimentos reais e reimaginados.
Agora imagine o “e se” durante a batalha contra o Raditz: e se o Goku estivesse indo para a batalha sozinho e sem a companhia do Piccolo? Isso teria alguma reviravolta futura, teríamos batalhas extras frutos desse efeito borboleta?
Embora tenha muito conteúdo canônico (canon) de qualidade em Dragon Ball Sparking! Zero, o mesmo não pode ser dito dos seus anacronismos históricos, já que em sua maioria temos apenas uma série de fotos com um texto dublado em Inglês ou Japonês, e alguns remendos na história para que tudo fique diferente mas ao mesmo tempo nem tanto.
Não me entenda mal, é sim muito divertido ver o Vegeta ser o guerreiro mais poderoso do universo no jogo, já que é assim que ele se imagina. Mas a forma como o jogo nos mostra todo o desenrolar dessas histórias cria uma sensação de pressa, talvez pela falta de animações mais detalhadas, diálogos mais profundos e uma dublagem em português brasileiro, mas ficamos sempre com aquele gosto de que falto algo.
De fato, temos sim várias campanhas no jogo, cada uma com os acontecimentos canon do DBZ e até o DB Super, acredito que o preço para ter pelo menos 2 ou 3 histórias paralelas para cada um deles, tenha feito a equipe se sobrecarregar e entregar algo não tão impactante. Um modo história mais sucinto e focado em menos integrantes poderia ser o ideal.
Tão bom quanto na infância
Eu carrego comigo um carinho muito grande pela série Budokai Tenkaichi, e ver como o Sparking! Zero mantem cada um daqueles aspectos de loucura controlada, tão bem feitos e plásticos no jogo, me faz querer sempre mais uma partida.
Temos aqui uma gameplay totalmente feita para um jogo de luta de arena, isso é importante ser dito já que, jogos de luta tem inúmeras ramificações de estilo.
E para um jogo de lutas em arenas devemos nos lembrar que a “apelação” é algo natural, cada personagem aqui tem um potencial enorme de prender um adversário por um combo quase infinito, ou lançar uma bola de energia do tamanho de um trem (menos o Mrs. Satan).
Então tendo isso em vista, cada batalha exige um reflexo rápido, raciocínio ainda mais rápido além de um entendimento das mecânicas básicas mais apurado. Cada luta vai ser tensa, e pode ter o resultado virado em um só combo bem executado.
De fato, o combate faz o que deveria fazer, te envolve e te ensina mais sobre as técnicas de esquiva, os tempos e alcance dos ataques mais poderosos do seu personagem favorito. Temos sim uma grande diferença entre o que Sparking! Zero quer ser quando comparamos com seu Irmão mais velho Dragon Ball FighterZ, mas isso de longe é um ponto negativo, apenas uma ressalva necessária.
Minha experiência com o Online de Dragon Ball: Sparking! Zero
Como um jogo de luta deve ser, aqui temos a oportunidade de enfrentar pessoas do mundo todo para ver quem é o mais forte, ou mais apelão.
Meu maior problema nas mais de 100 partidas é uma constante desconexão quando encontrava partidas.
Nesse modo precisamos escolher entre batalhas de equipes, pontos e individual, criando 3 filas separadas para cada experiência. E independente do modo, pude experimentar bugs de travamentos e quedas da partida em mais lutas do que gostaria de admitir, enquanto nas partidas “ranqueadas” a conexão é minimamente estável.
Ele é tudo isso, mas poderia ser mais
Depois de quase 30 horas de jogo e uma platina a mais para meu card, posso garantir que o conteúdo apresentado no game base é suficiente para fazer qualquer fã da franquia se sentir em casa.
Temos pouco mais de 30 batalhas bônus, contando uma breve história de confrontos imaginados, mas que sofre do mesmo problema da campanha de ser um pouco preguiçosa demais em suas telas, lembrando que nessas batalhas nem dublagem temos.
Contamos aqui também com um modo troneio curto, mas divertido e um caminhão de personagens para o modo batalha. É simplesmente impossível ser um fã e ver a quantidade de jogadores na seleção de personagem e não querer jogar com os integrantes da saga Z, dos filmes, do anime atual e sua saga mais recente e até mesmo do infame Dragon Ball GT.
Dragon Ball Sparking! Zero não apenas nos traz aquela nostalgia gostosa de voltar da escola e jogar nosso querido PS2, mas traz também uma roupagem nova com gráficos e efeitos belíssimos.
Infelizmente finalizamos com aquela velha sensação de que com um pouco mais de tempo ou polimento (ou até mesmo os dois) teríamos um jogo que não é tão feio e travado nos menus, um modo história com mais foco em cenas animadas e não simplesmente fotos com texto na tela.
Quem sabe até com um pouco mais de capricho esse título não seria facilmente recomendável para qualquer fã de jogos de luta, e não apenas faz de Dragon Ball.
Agradecemos os amigos da Bandai Namco Brasil por nos enviarem uma cópia de Dragon Ball Sparking Zero no PlayStation 5 para a criação deste review.
O jogo está disponível para PlayStation 5, Xbox Series e PCs.