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Mark of the Deep – Uma Jornada pirata com Toques de Lovecraft e Ação

Review Mark of the Deep
Novo jogo da Mad Mimic promete entregar uma experiência Soulslike e Metroidvania.
Disponível para:
Playstation 5, Xbox Series S/X, Nintendo Switch, PC
Review escrito por:
Danilo Manzato

Mark of the Deep é uma produção nacional do estúdio Mad Mimic, que retorna aos holofotes após o sucesso de Dandy Ace. Desta vez, eles apostam em uma aventura com visão isométrica, que promete trazer elementos de Soulslike e Metroidvania, em uma narrativa ambientada em um sombrio mundo pirata.

Uma Ilha Misteriosa e um Pirata Sobrevivente

No controle de Markus “Rookie” Ramsey, um pirata que sobrevive misteriosamente a um naufrágio, o jogador desperta em um altar em uma ilha desconhecida, sem memórias claras do que aconteceu. A partir daí, começa uma jornada para descobrir o que aconteceu com a tripulação de seu navio — muitos dos quais sucumbiram a uma maldição e passaram a se transformar em criaturas marinhas corrompidas.

Rookie precisa entender por que foi poupado e encontrar uma forma de escapar vivo da ilha, desvendando segredos antigos por meio de escrituras, encontros com entidades misteriosas e com os próprios tripulantes.

A atmosfera de Mark of the Deep remete a obras de H.P. Lovecraft, com sua ambientação obscura e a constante presença do desconhecido como ameaça iminente.

Dublagem e Imersão

Por ser um projeto brasileiro, Mark of the Deep conta com dublagem em português — em sua maioria feita por influenciadores digitais. No entanto, a atuação inconsistente pode quebrar a imersão. Por essa razão, preferi jogar com a dublagem em inglês, que oferece uma performance mais uniforme.

Experiência de Jogo

Logo de início, a câmera isométrica remete a jogos como Diablo, mas a promessa de mecânicas Soulslike e Metroidvania gera expectativas que nem sempre são plenamente atendidas.

Soulslike?

O título se apresenta como Soulslike, mas não entrega todos os elementos típicos do gênero. Tirando o sistema de esquiva com rolamentos e o retorno ao último checkpoint ao morrer, outras mecânicas características e estrutura de progressão complexa estão ausentes.

O jogo acaba se apoiando em uma definição simplificada de apenas “ser difícil”, o que pode frustrar fãs do gênero.

Metroidvania?

No aspecto Metroidvania, o jogo apresenta backtracking e habilidades que desbloqueiam novos caminhos, mas a ausência de um mapa e a exploração limitada prejudicam a profundidade esperada.

Além disso há momentos em que a progressão se torna desnecessariamente confusa.

Dito isso, o sentimento de que o jogo falha nos dois estilos em que ele se propõe seria injusto dizer que o que temos aqui é um jogo ruim. Ao contrário disso, Mark of the Deep é um bom jogo e muito bem resolvido no que ele é.

Por isso acho errado ele tentar se agarrar a outros gêneros quando ele deveria ser simplesmente ele mesmo.

Combate, Equipamentos e Progressão

O protagonista utiliza um anzol gigante como arma principal, permitindo sequências de ataque e mecânicas de esquiva. Durante a aventura, armas de fogo são adicionadas ao arsenal, funcionando com munição limitada e recarga estratégica.

A progressão é baseada em amuletos que modificam atributos e influenciam o estilo de combate. O uso dos amuletos é limitado por slots, simulando uma criação de “builds” simples, porém funcional.

O uso de amuletos é limitado à quantidade de espaços de encaixe disponíveis. Para isso cada tipo de amuleto exige uma quantidade específica, o que pode simular a criação de uma build de personagem mas que no geral é algo bem mais simples e limitado que uma personalização que faça a real diferença na jogabilidade.

Os mapas contam grandes áreas abertas, algumas dungeons e chefes e sub-chefes que devem ser derrotados para que o progresso do jogo aconteça. E por ter inspiração em Metroidvanias certas áreas só poderão ser alcançadas após adquirir um novo equipamento ou habilidade.


Há também sessões de puzzle e sidequests com consequências reais (inclusive a morte de personagens) e um acampamento central que funciona como hub para compras e upgrades.

Dificuldade e Problemas Técnicos

A dificuldade é pontual, concentrada nos chefes, que exigem leitura de padrões e precisão. Porém, problemas técnicos como hitboxes imprecisos e animações lentas comprometem a fluidez do combate. Além disso, algumas batalhas são alongadas artificialmente por conta de chefes com vida excessiva.

Esses pequenos problemas seriam resolvidos facilmente com ajustes na jogabilidade e atualizações do jogo.

Outro ponto negativo é o ritmo inicial do jogo, que demora a apresentar novas habilidades, tornando as primeiras horas um tanto arrastadas, repetitivas e com uma dificuldade desnecessária.

Conclusão: Vale a Pena Jogar?

Mark of the Deep não entrega com precisão as experiências prometidas pelos rótulos de Soulslike e Metroidvania, mas isso não o torna um jogo ruim. Muito pelo contrário: quando visto pelo que realmente é — uma aventura de ação com boas ideias, ambientação envolvente e história cativante ele se destaca.

Um jogo sólido que sabe explorar seus limites, que traz bons gráficos e um desafio que no começo do jogo parece exagerado mas que no decorrer do jogo você irá se acostumar e dominar

Com atmosfera sombria e um enredo que instiga a curiosidade do jogador, o jogo mostra que o estúdio Mad Mimic está amadurecendo. Os problemas de ritmo e combate existem, mas são pequenos diante do conjunto da obra.

Mark of the Deep é um jogo nacional que merece destaque especialmente por quem aprecia histórias de piratas, mistério e fantasia sombria.

Agradecemos os amigos da Mad Mimic por nos enviarem uma cópia de Mark of the Deep para a criação deste review.

Mark of the Deep está disponível para PlayStation 5, Xbox Series, Nintendo Switch e PCs.

Conheça também estes jogos

Sem spoilers para Mark of the Deep

Mark of the Deep – Uma Jornada pirata com Toques de Lovecraft e Ação

Disponível para:
Playstation 5, Xbox Series S/X, Nintendo Switch, PC
Versão que jogamos:
PC
O jogo é dublado e legendado em Português.

Pontos Positivos

  • Direção de arte
  • História envolvente

Pontos Negativos

  • Falta de mapas para auxiliar exploração
  • Combate poderia ser mais polido
Review escrito por:
Danilo Manzato

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