Depois de 21 anos, voltamos ao mundo de Metal Gear 3, agora repaginado com gráficos realistas de última geração e mudanças na gameplay. O jogador pode optar entre a inovação ou o método nostálgico da época do PlayStation 2.
Vamos retornar às florestas da antiga União Soviética e redescobrir juntos toda essa história.
Um passo tímido para um novo futuro na franquia Metal Gear
Depois de um grande hiato na série Metal Gear e da conturbada saída de Hideo Kojima da Konami, muitos acreditaram que a franquia teria seus dias contados, já que grande parte dos fãs considera que Metal Gear sem Kojima não é o mesmo.
No entanto, a Konami vem desmistificando isso com novos lançamentos, como a Metal Gear Collection Volume 1 para os consoles atuais. Mesmo sendo algo básico, pois a coleção já existia, ainda demonstra que há pessoas na Konami que se importam com a série. Muitos dos envolvidos trabalharam nos títulos originais e sabem o que estão fazendo.
Isso fica ainda mais evidente com o lançamento de Metal Gear Delta, que representa o primeiro grande passo para trazer a série a um novo público.
Mesmo com avanços mais modestos se comparado a outros remakes recentes da própria Konami, como Silent Hill 2, que trouxe inovações mais ousadas, acredito que uma franquia tão marcante para a história dos games deve avançar com cautela, equilibrando nostalgia e renovação.
Remake ou Remaster? Um misto das duas coisas!
Metal Gear Delta acerta ao oferecer um espetáculo visual impressionante. Os gráficos realistas permitem ver detalhes como texturas de pele, camuflagem, machucados e até o líquido dentro de cápsulas de dardos tranquilizantes. É incrível testemunhar esse salto visual!
O jogo original do PS2 era magnífico para sua época, um verdadeiro deslumbre cinematográfico, mas limitado pelo hardware, como a baixa taxa de quadros. Essa nova versão resolve essas questões com uma reimaginação gráfica e trazendo melhorias na gameplay, permitindo jogabilidade em terceira pessoa com câmera livre, movimentos agachados e tiros em 360 graus.
Mesmo com todo esse avanço gráfico e de gameplay o jogo não inova muito na maneira em que ele é apresentado para os antigos fãs. As cenas são quase as mesmas, todos os mapas estão exatamente como no original e continuam sendo áreas pequenas e fechadas, os controles continuam em certas ocasiões sendo bem estranhos e em algumas situações, coisa de quem vem de outros jogos mesmo da própria Konami como Silent Hill 2 pode achar que poderiam ter tido melhorias nessas áreas.
Porem Delta fica em um lugar seguro, seguro ate demais em certas coisas, assim dando aquele aspecto de um jogo velho com gráficos novos, mesmo sendo avisado que seria assim, o aspecto de um jogo de 21 anos atrás pode não agradar em certas decisões de gameplay como por exemplo o jeito de pegar o equipamento de seus inimigos, onde o jogador deve segurar o corpo do inimigo e levanta-lo para liberar um único item e continuar a fazer isso para pegar mais, isso é muito chato e tira o dinamismo do jogo, uma melhora nesse sentido como por exemplo um botão dedicado para poder fazer uma revista e dropar os itens no chão seria muito melhor e tiraria esse aspecto de antigo.
Mas eu tenho que ressaltar que mesmo estando igual, a Konami teve a atenção de que cada modo de jogo a IA trabalhe diferente, por exemplo no método de jogo em terceira pessoa, como o Snake tem muito mais visão e habilidades para resolver seus desafios a IA é mais inteligente comparado com a câmera original onde o jogador tem menos visão e agilidade de mirar ou resolver problemas.
Por isso Metal gear Delta consegue de um jeito estranho trazer a inovação de um remake e ao mesmo tempo ficar na sua velhice que traz elementos de um remaster, porem de qualquer jeito, isso não faz tirar o brilho do jogo porem ele poderia brilhar muito mais.
Controles novos dão nova vida a um clássico
No PC, a estreia de Metal Gear ocorreu com Metal Gear 5, que já havia mostrado a eficiência do mouse e teclado. Em Delta, essa precisão retorna, trazendo agilidade e dinamismo à gameplay. Comparado aos controles clássicos, a diferença é notável.
Entre as melhorias, destaca-se o menu rápido para seleção de camuflagem, antes acessado apenas pausando o jogo. Agora, basta um atalho para escolher a melhor opção em tempo real. Outro recurso é o botão dedicado ao codec, que agiliza a comunicação sem abrir menus. Ainda que alguns movimentos, como a locomoção agachada, continuem pouco intuitivos, o conjunto geral de melhorias de qualidade de vida supera os problemas.
Otimização deixa a desejar
A performance de Metal Gear Delta decepciona nos consoles e PCs. A troca da Fox Engine pela Unreal Engine 5 trouxe limitações já conhecidas, como quedas de framerate e falhas gráficas. Embora não seja um jogo que dependa de alta taxa de quadros, estamos na era do PS5, e certas falhas não deveriam existir.
No PC, a ausência do DLSS 4 também pesa, resultando em artefatos em áreas mais densas. O jogo, no entanto, se mantém bonito mesmo em configurações médias, rodando geralmente entre 50 e 60 frames. Ainda assim, estar travado em 60 fps soa como uma decisão preguiçosa, principalmente pelo preço cobrado.
Áudios reciclados podem afetar a imersão
Metal Gear Delta recicla os áudios originas de Metal gear 3 de PS2 onde encontramos algumas falas com entonações que não se encaixam bem para esse visual gráfico que Delta quer nos apresentar e podemos ver isso na música de abertura do jogo Snake Eater que foi regravada pela cantora original, que ao meu gosto passou um novo soar para uma música antiga e eu achei que combinou mais com a proposta artística do jogo atual, mesmo eu amando a música original.
Porém aqui por usar as vozes originais, em certos diálogos fica uma sensação de amadorismo ou que as vozes, textos e interpretações não foram realizadas pensando no jogo e podem passar uma sensação de estranheza para certos jogadores.
Uma coisa que me incomoda é, já que vamos seguir a bizarrice e a loucura do jogo original, porque tirar certos dialogos de um chefe e deixar em outros? Ou em outros diálogos eles mudarem para encaixar na realidade de quando o jogo foi lançado que ate ficou legal. Essas escolhas são estranhas pois tem momentos que são incríveis e outros que são bem sem graça para quem conhece o jogo, essa indecisão de não saber se fica no passado ou se arrisca no progresso atrapalha em alguns momentos.
Considerações Finais
Metal Gear Delta abre um novo capítulo para a série após anos de hiato. Sem arriscar muito, equilibra nostalgia e melhorias de gameplay para agradar tanto os fãs antigos quanto os novos jogadores.
Apesar de problemas de otimização e de escolhas conservadoras, a experiência geral é positiva, com visuais impressionantes, controles mais ágeis e a atmosfera clássica preservada.
Definitivamente, Metal Gear Delta é um jogo que merece ser jogado, seja por veteranos da franquia ou por quem sempre ouviu falar dela, mas nunca teve a oportunidade de experimentar. Este é o momento ideal para mergulhar novamente no mundo de Metal Gear e aguardar os próximos capítulos de uma série que transformou a indústria dos games.
Agradecemos os amigos da Konami que gentilmente nos enviaram uma cópia do jogo de PC para a criação deste review.
