Oakenfold explora de maneira competente dois nichos bem específicos de jogos, o gênero de Estratégia e o Roguelike.
Devo dizer que pessoalmente estou um pouco cansado de tantos Roguelikes que surgiram nos últimos tempos, parece que o mercado indie se apoiou no estilo que acaba contando com um alto nível de replay e não quer largar o osso.
Ainda que grandes produções como Returnal também apostem no gênero, muitos jogos acabam ficando com um gostinho genérico, sendo apenas um pretexto para que o jogador tente novamente e novamente aumentando artificialmente as horas de gameplay.
Este não é o caso de Oakenfold.
O game acaba tendo uma experiência maior como um game de estratégia e o roguelike está ali apenas para aumentar o desafio e aprendizado.
Como é jogar Oakenfold
Como dito anteriormente, Oakenfold mistura em toda sua essência dois estilos diferentes de jogo.
Quanto à estratégia você deverá ficar atento aos seus movimentos e ações dentro do tabuleiro para que assim possa avançar de fase em fase até encarar um chefão e assim partir para um novo estágio.
Em contrapartida, o lado Roguelike do jogo aumenta ainda mais a dificuldade e atenção do jogador em saber que não importa o momento em que esteja do jogo, se morrer terá de recomeçar sua campanha.
A escolha de ter uma jogabilidade no estilo Roguelike se equilibra bem com as dinâmicas e rápidas partidas em cada fase.
O desenvolvedor conseguiu um equilíbrio em tempo de partida em cada fase para caso o jogador tenha que recomeçar tudo de novo não tenha que perder horas e horas em apenas um local.
Muito deste equilíbrio de tempo nas fases também vem pelo grande diferencial na jogabilidade de Oakenfold que é o controle do tempo.
Jogos de estratégia se baseiam no raciocínio e tomada de decisões, sendo assim, poder voltar no tempo após uma decisão errada pode parecer uma trapaça ou que talvez você esteja facilitando seu jogo.
No entanto em Oakenfold faz disso sua essência. Não significa que voltar algumas ações e refaze-las te livre daquela tragédia na qual você sabe que será o seu destino.
Porém, ter esta possibilidade de controlar os movimentos e até mesmo ver qual será o seu destino traz um gostinho diferente e viciante ao jogo, você começa a se questionar até onde vale a pena recomeçar ou se aquela partida realmente não tem mais jeito.
Aliado às mecânicas vale dizer que existem 3 classes de personagens com características e formas de se jogar diferente.
As classes são bem distintas entre elas, desta forma aprender a jogar com a que você irá se adaptar melhor também é importante.
Além da escolha da classe o jogo também oferece a escolha do caminho que deseja trilhar.
Desta forma por mais que as fases sejam construídas de forma procedurais você tem pelo menos a escolha de quais objetivos realizar ou que tipo de cenário enfrentar.
E por ultimo ainda dentro das batalhas existem mesas de Craft, onde é possível utilizar recursos que os inimigos deixam na arena para criar novos itens ou upgrades para serem utilizados.
A História de Oakenfold
Na história a humanidade beira a extinção após a ameaça alienígena de seres que são conhecidos como Biocides.
Asha, a personagem principal tenta trilhar os ensinamentos de seu pai que morreu em um ataque e assim recuperar a última caixa com combustível para energizar Oakenfold e assim a humanidade, ou o que restou dela, poder escapar deste cenário apocalíptico.
Por isso durante as fases é importante preservar o máximo de caixas espalhadas pelo cenário, não permitindo que os inimigos a destruam e tampouco Asha as destrua com algum ataque em área, por exemplo.
Um grande jogo de um homem só
É notável a direção artística do jogo e o esmero nos detalhes gráficos de Oakenfold.
O design da protagonista Asha, os itens, monstros tudo tem um capricho ímpar.
Toda esta qualidade de arte e gameplay fica ainda mais louvável quando vemos que tudo foi desenvolvido por uma só pessoa, o holandês Rutger van Djik.
Fica claro que ele é apaixonado por ambos os gêneros e só nos mostra que quando quem desenvolve ou cria algo e faz isso de forma genuína e por ser consumidor também do que produz, dificilmente sairá um trabalho medíocre.
Oakenfold vale a pena?
Sem dúvida alguma o jogo é nicho dentro de nicho.
Acredito que para aqueles que gostam de um jogo Roguelike porém não são familiares a um jogo de estratégia não seja uma boa opção.
No entanto para os que apreciam um bom jogo de estratégia Oakenfold é uma excelente escolha.