Review

Assassin’s Creed Mirage

Nós trabalhamos nas sombras para servir a luz
Disponível para:
Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series S/X, PC
Review escrito por:
Doizelly

Assassin’s Creed Mirage é o mais novo capítulo da famosa franquia da Ubisoft, que nos leva para a Bagdá do século IX, durante o auge da dinastia abássida. O jogo é uma prequel de Assassin’s Creed Valhalla, e conta a história de origem de Basim e que promete ser uma volta a origens da franquia abandonando a recente trilogia RPGs da Ubisoft, mas será que ele agrada? Descubra lendo essa review.

História

A história de Assassin’s Creed Mirage se desenrola no século IX, na vibrante cidade de Bagdá. O jogo narra a jornada de Basim, um jovem órfão que sobrevive nas ruas ao lado de sua leal amiga, Nehal, roubando para viver. Porém, a vida de Basim é atormentada por visões enigmáticas de um D’Jinn (um gênio) que desafiam qualquer explicação.

Em busca de uma vida melhor e motivado por um desejo de surpreender os Ocultos, sociedade secreta de assassinos, Basim toma a ousada decisão de invadir o imponente Palácio de Inverno de Anbar. Lá, ele se depara com um artefato misterioso que está sob a guarda da enigmática Ordem dos Anciões. Entretanto, sua presença não passa despercebida, e o Califa, o soberano de Bagdá, o descobre. Porém, uma reviravolta inesperada ocorre quando Nehal, sua amiga, intervém e mata o Califa, permitindo que ambos escapem apressadamente do castelo.

Após uma noite de sono tumultuada, Basim desperta determinado a reunir-se com Nehal, mas se depara com uma cena devastadora. Todos os amigos que ele conhecia foram brutalmente assassinados pelo governo, exceto Nehal, que, em um momento de raiva, o rejeita e afirma que nunca mais quer vê-lo. Basim se vê sendo perseguido pelos guardas, mas uma vez mais, encontra a salvação agora nas mãos de Roshan, uma membro dos Ocultos.

Roshan o conduz para a fortaleza de Alamut, onde Basim iniciará seu treinamento e se tornará um membro dos Ocultos. Anos depois, ele retorna a Bagdá com um objetivo claro: destruir a Ordem dos Anciões que opera secretamente na cidade, levando vidas duplas. Para alcançar essa missão, Basim terá que seguir uma trilha de pistas que o levará à identificação e eliminação de cada membro da Ordem, um por um.

Como Assassins Creed Mirage foi originalmente pensado como uma DLC de Assassins Creed Valhalla e depois se tornado um jogo Stand Alone, é de se esperar que ele teria uma história mais curta, e isso realmente acontece, o jogo é facilmente finalizado por volta das 15 horas de gameplay e tem uma história mais apressada e que chega a agradar os fãs mais antigos que estavam cansados do enrola enrola que foi a trilogia recente, porem o jogo peca em carisma de personagens, sem ficarmos apegados a nenhum personagem e quando algum eventualmente morre não sentimos nenhum sentimento.

Se não fosse pelo final da história eu poderia dizer que Assassins Creed Mirage poderia ser jogado para novatos da franquia, mas sinto que quem iniciar nesse jogo ficará sem entender grande parte da história de Bassim, e ficarão muito confusos com o final do game que é um dos mais misteriosos de toda franquia, a qual tentarei explicar para aqueles que jogaram e não entenderam na área de spoilers dessa review.

Outro ponto negativo da história de Assassins Creed Mirage é a falta do presente na história, ela é toda focada na vida de Bassim e não tem nenhuma referência ao presente e ao animus que é uma das grandes marcas da franquia.

Como é jogar Assassins Creed Mirage

É impossível eu não comparar a jogabilidade de Assassin’s Creed Mirage com outros jogos da mesma franquia, especialmente considerando a promessa de um retorno às raízes. A trilogia composta por Origins, Odyssey e Valhalla, que adotou elementos de RPG extensos, pode ter se desviado um pouco da essência de um Assassin’s Creed, o que gerou certa saturação entre os jogadores. Para uma análise justa, é válido comparar Mirage com Assassin’s Creed Unity, um jogo que, apesar de seu lançamento problemático com diversos bugs, é considerado por muitos o melhor da franquia em termos de jogabilidade.

Unity, mesmo após quase 10 anos de seu lançamento, ainda supera Mirage em diversos aspectos. Em Unity, o protagonista Arno demonstrava um domínio impressionante da escalada, permitindo que os jogadores explorassem estruturas de forma maestral. No entanto, em Mirage, o personagem Bassim parece ir contra o jogador em muitos momentos, especialmente no parkour. Tarefas simples como atravessar uma janela ou escalar uma árvore se tornam frustrantes em Mirage. Outra fonte de estresse é tentar escalar uma torre e não ter mais caminho para subir e quando o jogador aperta o botão destinado para descer o personagem continua insistindo em subir até que em algum momento Bassim simplesmente ativa seu instinto suicida e salta para a morte. Parece que o sistema do jogo está constantemente indo contra o jogador, em vez de obedecer aos comandos.

Em Assassin’s Creed Unity, as opções de escalada pareciam quase ilimitadas, e os jogadores podiam explorar livremente, pois o jogo tinha um design de mundo aberto muito bem projetado.

Uma outra área em que Assassin’s Creed Unity superava Assassin’s Creed Mirage é nas animações de combate. Arno possuía uma ampla gama de opções de ataques, incluindo movimentos simples, duplos, rápidos ou lentos. No entanto, em Mirage, você notará que as mesmas animações são repetidas ao longo de todo o jogo variando apenas entre Bassim pulando em cima do inimigo ou o matando diretamente pelo solo.

O sistema de combate do jogo também se apresenta como um ponto negativo. Desde o início, somos informados de que Bassim é fraco, e isso se reflete na jogabilidade. Quando somos descobertos e o combate se torna inevitável, a melhor opção é, na verdade, fugir.

Mecanicamente, o combate é simples, com inimigos apresentando dois tipos de ataques: os de cor amarela, que podem ser refletidos com um parry, e os de cor vermelha, que exigem esquiva. Bassim possui apenas um ataque simples com o botão R1, tornando o combate desigual, com vários inimigos se acumulando contra ele. Devido à sua lentidão e à dificuldade em lidar com múltiplos oponentes, o combate se torna uma fonte constante de frustração.

O Stealth

A furtividade é um dos elementos mais cruciais em Assassin’s Creed Mirage, e, em minha opinião, é o que mais se destaca. O jogo oferece uma ampla variedade de opções e ferramentas para que o jogador possa explorar esse aspecto.

Uma das habilidades que facilita a abordagem furtiva é o “Olho de Águia”, que permite ao jogador detectar inimigos nas proximidades, mesmo através de paredes. Além disso, a “Águia Enkidu” é uma ferramenta valiosa, capaz de sobrevoar o ambiente e revelar informações sobre a localização de inimigos, objetos e pontos de interesse. No entanto, é importante notar que certas áreas são patrulhadas por caçadores de águias, e para usar o Enkidu, é necessário eliminá-los primeiro.

Outras estratégias incluem o uso de fichas para subornar guardas ou informantes, o que pode proporcionar informações valiosas ou acesso a áreas restritas. Também é possível contratar mercenários para distrair os guardas, contratar cantores para criar distrações ou seguir grupos de pessoas para se infiltrar em áreas restritas sem ser notado.

Outro destaque para a furtividade são as ferramentas disponíveis para Bassim. Ao longo do jogo, os jogadores podem desbloquear até seis ferramentas, incluindo tochas, facas arremessáveis, dispositivos de ruído, armadilhas, bombas de fumaça e dardos tranquilizantes.

Além disso, Bassim adquire a habilidade “Foco de Assassino” à medida que progride no jogo. Essa habilidade permite que, quando não detectado, ele selecione inimigos para abater simplesmente segurando o botão R3. No entanto, no início, o jogador possui apenas duas barras de foco, mas esse número pode ser aumentado para até cinco. A inclusão dessa habilidade gerou debates na comunidade de jogadores, já que o jogo pretendia retornar às raízes da franquia, e a capacidade de teletransporte parece irônica. Os desenvolvedores explicaram que isso se deve a uma falha do Animus, alegando que Bassim é tão rápido que o Animus não pode acompanhá-lo. No entanto, é importante observar que o jogo não faz menção ao Animus em momento algum.

O jogo também apresenta um sistema de notoriedade que varia dependendo das ações do jogador. Se o jogador chamar muita atenção, pode ser perseguido pela guarda da cidade. Para reduzir a notoriedade, é possível remover cartazes de procurado ou subornar os arautos.

Vale a pena jogar Assassins Creed Mirage?

Assassin’s Creed Mirage oferece uma experiência divertida, mesclando elementos clássicos da série com algumas inovações bem-vindas, como o foco do assassino. O jogo cativa com sua trama envolvente, diversidade de jogabilidade e visuais deslumbrantes. No entanto, enfrenta desafios na modelagem de personagens. Embora apresente uma narrativa por vezes inconsistente e falhas notáveis na jogabilidade, como problemas no parkour e combate, brilha em seu ponto forte: o Stealth. Destinado aos ávidos fãs da franquia em busca da nostalgia dos primeiros títulos, pode deixar a desejar para aqueles que anseiam por algo mais inovador e profundo. Assassin’s Creed Mirage se posiciona como um bom jogo, embora não alcance o status de grandeza.

Agradecemos a equipe da Ubisoft que nos enviaram uma cópia do jogo para a criação deste review

Conforme prometido na review, tentarei esclarecer o desfecho do jogo para aqueles que possam não tê-lo compreendido completamente.

Um dos principais desafios em Mirage é a dificuldade em orientar os novos jogadores dentro do seu ambiente, bem como a ausência de elementos do Animus e referências aos antigos deuses, os Isus, o que se torna particularmente notável quando o jogo finalmente introduz os Isus na cena derradeira, tornando-a bastante confusa.

No desfecho do jogo, Bassim retorna a Alamut em busca de verdades sobre si mesmo, adentrando uma fortaleza secreta, onde ele se depara com uma prisão contendo Nihall, sua amiga de infância. No entanto, Bassim logo percebe que Nihall nunca existiu fora de sua própria mente. Para quem não jogou Assassin’s Creed Valhalla, essa reviravolta pode parecer confusa, uma vez que Mirage não oferece uma explicação clara de que Bassim é, na verdade, uma reencarnação do deus Loki. Ao final do jogo, Bassim aceita seu destino e se funde com Loki, tornando-se um só. Isso é evidenciado na última cena do jogo, quando a águia Enkidu abandona Bassim e faz um rasgo em seu rosto, uma vez que ela não mais o reconhece como seu fiel dono, agora que ele se transformou em Loki.

Assassin’s Creed Mirage

Disponível para:
Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series S/X, PC
Versão que jogamos:
Playstation 5
O jogo é dublado e legendado em Português.

Pontos Positivos

  • História curta
  • Jogabilidade de mundo aberto simplificada
  • Stealth
  • Várias ferramentas e customizações para o estilo de jogo

Pontos Negativos

  • Combate frágil e pouco variado
  • Controles ocasionalmente rígidos e imprecisos
  • Bugs ocasionais
  • Parkour mal executado
Review escrito por:
Doizelly

Últimos Reviews

Veja também

plugins premium WordPress