Nesta quarta-feira (26), depois de meses, ouvindo as defesas de ambos os lados, o CMA anunciou que bloqueou a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft, no Reino Unido, um negócio de US$ 69 bilhões (R$ 349,1 bilhões), citando preocupações com a competição no mercado de streaming de jogos.

De acordo com a Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA), a compra da Activision pela Microsoft, que detém franquias populares como “Call of Duty” e “Candy Crush”, prejudicaria a concorrência no mercado de jogos, especialmente no segmento de nuvem, onde a Microsoft já tem forte presença com seu serviço Xbox Game Pass.
“A Microsoft já desfruta de uma posição poderosa e uma vantagem sobre outros concorrentes no jogo em nuvem e este acordo fortaleceria essa vantagem, dando-lhe a capacidade de minar concorrentes novos e inovadores”
Martin Coleman, presidente do painel independente de especialistas que conduz esta investigação.
Embora a Microsoft tenha se comprometido a oferecer acesso à franquia “Call of Duty” da Activision para as principais plataformas de jogos em nuvem, a CMA afirmou que isso não resolveria efetivamente as preocupações.
Microsoft diz que irá recorrer
Após algumas horas da decisão final do CMA, Microsoft declarou em comunicado que continua comprometida com a aquisição da Activision e que vai recorrer da decisão.
Continuamos totalmente comprometidos com esta aquisição e iremos recorrer. A decisão da CMA rejeita um caminho pragmático para abordar questões de concorrência e desencoraja a inovação tecnológica e o investimento no Reino Unido. Já assinamos contratos para disponibilizar os jogos populares da Activision Blizzard em mais 150 milhões de dispositivos e continuamos comprometidos em reforçar esses acordos por meio de soluções regulatórias. Estamos especialmente desapontados porque, após longas deliberações, essa decisão parece refletir uma compreensão falha desse mercado e da forma como a tecnologia de nuvem relevante realmente funciona.
A compra será ou não aprovada?
A aprovação do negócio depende da autorização de órgãos reguladores do Reino Unido, Estados Unidos e União Europeia. O CMA é o primeiro dos três reguladores a tomar a decisão, enquanto a Europa deve decidir sobre a aquisição até 22 de maio. A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos também é contra o negócio.