Quando surgiram as primeiras informações sobre Kaze and the wild masks as descrições apontavam que ele seria um game que traria toda aquela sensação de jogos de plataformas da era de ouro dos 16 bits.
Personagens antropomórficos, estilo cartunesco em pixels, poucos botões para se preocupar e o desafio de se passar por fases e mundos.
Se alguém ler apenas esta premissa, pode imaginar que Kaze and the Wild Masks é só mais um joguinho de plataforma qualquer querendo navegar na onda retrô, porém Kaze vai além, ele realmente consegue levar o jogador de volta aos anos 90 e com maestria.
Como é jogar Kaze and the wild masks.
Com um design bonito, controles responsivos e simples o jogo traz uma variação de fases que é simplesmente impossível não se lembrar das tardes em que você passava jogando, Mickey Magical Quest, Klonoa, Super Mario e principalmente Donkey Kong.
Isso pode ser ruim ou bom, depende muito de quem está jogando. Algumas fases chegam a ser tão semelhantes que ao jogar você pode entender isso como uma homenagem ou sentir uma sensação de algo sem graça, uma simples cópia.
Hoje em dia, muitas empresas quando resolvem desenvolver um jogo no estilo retro, acabam pensando muito no desafio, ”se não for difícil não é retro” e Kaze vai na contramão deste pensamento. O game é uma experiência muito agradável, despretensiosa, leve, que busca apenas o puro entretenimento na forma de vídeo-game.
Quanto ao desafio das fases, vai depender de cada jogador. Aos novatos de jogos de plataforma poderão se surpreender um pouco mais com as dificuldades do estilo, aos veteranos acaba sendo um jogo relativamente fácil, você acaba sentindo que já passou por isso, portanto não terá muito desafio em terminar o game em poucas horas.
Mas para aqueles que buscam completar o jogo todo o desafio levará algumas horas a mais. Cada fase tem 4 objetivos principais, sendo eles, encontrar as letras que formam K A Z E pela fase, encontrar e vencer os dois bonus, conseguir pelo menos 100 cristais e terminar a fase sem tomar dano.
Conseguindo estes objetivos, você ainda pode tentar um Time Trial, terminando a fase antes do tempo estabelecido.
Ainda dentro dos mundos, existem fases secretas que você só consegue ter acesso se conseguir encontrar todos os bônus das fases e com isso buscar completar o jogo por inteiro, aumentando assim o fator replay.
O jogo ainda possui as máscaras selvagens que são encontradas em fases e representam quatro animais e suas habilidades.
A mecânica lembra a mesma que vimos em Crash Bandicoot 4, onde as máscaras possuem características próprias para vencer pontos específicos da fase e não para se usar a qualquer momento, desta forma a jogabilidade para cada máscara muda bastante e deixa o gameplay bem dinâmico.
Quanto ao enredo, uma característica nos antigos jogos de plataforma, muitas vezes por conta até de suas limitações, é de que não havia muito foco nas histórias. Em geral você sabia inicialmente o que aconteceu, e saia em busca do seu objetivo enfrentando fases de água, gelo, fogo, entre outras. Os jogos não precisavam ter um enredo forte, reviravoltas, tramas fantásticas e em Kaze and the Wild Masks isso não é diferente.
O jogo tem uma história mas ela não é o foco principal, você não vai ficar vendo filminhos, animações, nada disso. A cada fase que você termina e consegue completar as letras K A Z E é liberada uma imagem que ao final forma uma timeline para que você entenda um pouco mais do enredo do jogo.
Vale a pena jogar Kaze and The Wild Masks?
A minha percepção é que existem dois públicos diferentes para os que irão jogar Kaze and the Wild Masks.
Tenho 37 anos e muito da minha paixão por jogos veio dos games de plataforma que joguei em meu Super Nintendo e isso me traz uma carga nostálgica muito grande e acredito que esta mesma carga nostálgica está nas veias da equipe que desenvolveu o game.
Eu optei por jogar a versão do Nintendo Switch, o jogo lembra tanto o meu Super Nintendo que quis jogar nesta plataforma apenas por este detalhe.
Vale ressaltar que Kaze é um jogo brasileiro, feito com muita competência e carinho. É nítido que a equipe que o desenvolveu o fez por que gosta do estilo e até mesmo sente falta de jogos desse porte no mercado.
Portanto, se você se encaixa neste público que amou e cresceu em algum momento de sua vida jogando games deste estilo, Kaze é um jogo imperdível e indispensável de se jogar.
Já pensando em um público que não tenha este histórico emocional com jogos de plataforma deste estilo podem não ter essa mesma experiência que tive. Muito do que faz de Kaze um sucesso está na história pessoal de cada um com esse estilo de jogo. Isso está longe de trazer uma experiência ou ruim ou fazer com que a pessoa não se divirta, mas pode parecer ser um jogo simples demais.
Como experiência eu pretendo jogar Kaze com meu sobrinho que hoje tem 7 anos e está descobrindo o mundo dos games e assim vou poder ver como o mesmo jogo impacta duas gerações tão distintas.
Kaze and The Wild Masks está disponível para PS4, Xbox One, Nintendo Switch e PC.