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Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii – Conheça a Nova Aventura de Goro Majima

Like a Dragon Pirate Yakuza in Hawaii - Review de Jogos
Uma aventura desmemoriada com um dos personagens mais queridos da série Like a Dragon.
Disponível para:
Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series S/X, PC
Review escrito por:
Danilo Manzato

Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii é o novo jogo da famosa série produzida pelo Ryu Ga Gotoku Studios, que, nos últimos anos, vem ganhando mais destaque e conquistando fãs a cada novo lançamento.

E é impossível falar sobre a série Like a Dragon sem comentar sobre seu estúdio, pois ele segue na contramão da maioria das empresas da atualidade, que demoram anos para entregar um novo título.

Like a Dragon Pirate Yakuza in Hawaii

O Ryu Ga Gotoku Studios não apenas lança jogos regularmente, mas também os faz com qualidade, oferecendo conteúdos extras, boas histórias e jogabilidades diversas. Assim, demonstra para outros estúdios da indústria que é possível entregar jogos excelentes quando se tem uma visão clara e um profundo conhecimento sobre o próprio produto.

A história de Pirate Yakuza in Hawaii

Goro Majima acorda em uma ilha sem a menor ideia de quem seja ou até mesmo de seu próprio nome após ser resgatado por um garoto chamado Noah.

Ainda confuso sobre sua identidade, ele e o garoto são atacados por piratas e apesar de não se lembrar do passado, Goro ainda sabe lutar muito bem.

Noah vive com seu pai, Jason, e sua irmã, Moana, em uma pequena ilha próxima ao Havaí. Jason desconfia da história de Goro e, ao notar suas tatuagens, o reconhece como um integrante da Yakuza.

Jason explica que vários Yakuzas estão reunidos em uma ilha próxima. Assim, Goro decide encontrar um meio de sair da ilha para reencontrá-los e tentar descobrir mais sobre seu passado.

Enquanto busca uma maneira de partir, ele derrota o capitão de um navio pirata atracado na ilha. Como resultado, Goro é nomeado o novo capitão da embarcação, podendo agora navegar pelos mares em busca de sua identidade.

Nesta nova aventura, Goro atende ao pedido de Noah para acompanhá-lo, pois o jovem deseja conhecer o mundo. Jason também se junta a eles por ser um experiente explorador e caçador de tesouros além de não deixar seu filho Noah sozinho com um desconhecido.

Goro Majima

Este é apenas o início de uma jornada que começa com a perda de memória do protagonista e se transforma em uma busca por um lendário tesouro, repleta de confrontos com criminosos, Yakuzas e piratas.

A escolha do carismático Goro, o “cachorro louco de Shimano”, como protagonista é perfeita.

Por ser um spin-off e contar com um protagonista que perdeu a memória, este é um título acessível até mesmo para quem nunca jogou outros games da série Like a Dragon.

A narrativa proporciona grande liberdade para qualquer tipo de acontecimento. Além disso, para aqueles que não conhecem o passado de Goro Majima, encontrar personagens antigos gera a mesma sensação de descoberta do protagonista, sem saber se são amigos ou inimigos.

O jogo não explora flashbacks. Todos os acontecimentos ocorrem a partir do momento em que Goro desperta sem memória, mantendo essa abordagem até o final.

A miscelânea característica da série Like a Dragon

Para quem não conhece a franquia, é difícil explicar a “loucura” que é um jogo da série Like a Dragon.

Eles possuem uma característica única: conseguem equilibrar uma jogabilidade central bem estruturada com uma série de minijogos extremamente divertidos.

Grande parte desses minijogos surgem das sidequests, que se desenrolam ao conhecer pessoas pelas ruas e locais do jogo.

Explorando os mapas, é fácil encontrar atividades como cozinhar, fazer entregas de bicicleta, correr de kart, jogar cartas e, meu favorito, o karaokê.

Esses são apenas alguns exemplos dentre dezenas de minijogos que podem consumir horas e fazem parte integral da história e da vida ativa do jogo.

Todos são bem feitos e interessantes. Quando nos damos conta, já passamos dezenas de horas aproveitando tudo o que o jogo oferece.

Além disso, o game respeita o histórico da SEGA, trazendo jogos antigos completos, como uma seleção de clássicos do Master System, que podem ser jogados em áreas de descanso.

As sidequests também contribuem para recrutar novos tripulantes para o navio, uma das principais mecânicas do jogo.

O incrível Goromaru

Pirate Yakuza in Hawaii inicia sua história na ilha Rich. Logo após conquistar o navio, conhecemos um dos principais modos do jogo: o controle do navio pirata e suas batalhas navais.

Goromaru

Goro se torna capitão do Goromaru, um navio que participará de batalhas e viajará pelos mares, levando os personagens aos principais destinos do jogo.

Os mares funcionam como pequenos mapas, contendo terras onde podemos desembarcar, faróis que servem como checkpoints e pontos de viagem rápida, além do porto final, que é a cidade daquela região.

Eventualmente, seremos abordados por embarcações inimigas, iniciando batalhas marítimas.

Essas batalhas possuem um estilo arcade, com controles simples: Goromaru tem metralhadoras para ataques frontais e canhões laterais acionados pelos gatilhos do controle.

Além disso, o navio conta com uma aceleração brusca, que pode ser usada tanto para fugir de ataques quanto para colidir com embarcações inimigas.

Cada vez que Goromaru desembarca em uma ilha, inicia-se um modo de jogo onde devemos derrotar todos os inimigos locais para conquistar o tesouro escondido.

Goro Majima em Pirate Yakuza in Hawaii

Essa progressão também aumenta a experiência de Goro Majima, aprimorando suas habilidades. Embora essas missões possam ser repetitivas, são rápidas e dinâmicas.

Ao final de cada área de navegação com o Goromaru, chegamos às regiões principais do jogo, que são quatro: Ilha Rich, Ilha Nele, Madtlantis e Honolulu.

Sempre que ativamos um farol ou chegamos a um desses quatro destinos, podemos descansar, recuperar nosso HP, restaurar o HP do navio e realizar uma viagem rápida para outro farol da mesma região ou de outra, além de viajar diretamente para uma das quatro cidades principais.

A tripulação do Goromaru

Mencionei anteriormente a importância de completar minijogos e sidequests para fortalecer a tripulação do Goromaru. Isso é essencial, pois os tripulantes são responsáveis por operar as armas do navio durante as batalhas marítimas e também acompanham Majima nas explorações em busca de tesouros.

Muito do sucesso da série Like a Dragon vem do seu humor peculiar, e aqui não é diferente. No fim das contas, grande parte da tripulação é formada por um bando de desajustados que não têm nada melhor para fazer e acabam se juntando a Majima em sua jornada pirata desmemoriada.

Conquiste sua tripulação.

Os tripulantes podem ser recrutados de diversas formas: alguns se juntam apenas por conta do seu ranking como pirata, outros depois que você vence um desafio de sinuca, usa uma pintura facial específica e assim por diante. Não cheguei a completar 100% do jogo, mas devo ter recrutado pelo menos 60 personagens para a tripulação do Goromaru ao longo da minha jornada.

Cada tripulante possui habilidades específicas, indicando em quais funções se saem melhor: combate corpo a corpo, controle das armas do navio ou manutenção da embarcação.

Administre a tripulação do Goromaru

Em algumas batalhas, além de destruir a embarcação inimiga, também será necessário invadi-la e derrotar sua tripulação.

Nesses momentos, é essencial saber quais membros da tripulação são mais eficientes em combate, pois, na maioria das vezes, o número de inimigos será maior do que o número de aliados.

Confesso que, na prática, as lutas viram uma grande bagunça, com todos batalhando ao mesmo tempo, mas isso só torna a experiência ainda mais divertida!

Invada e conquiste outras embarcações em Pirate Yakuza

A volta da pancadaria em Like a Dragon

Os últimos títulos principais da franquia, Yakuza: Like a Dragon e Like a Dragon: Infinite Wealth, adotaram um sistema de batalhas por turno, diferente dos jogos anteriores, que eram focados em combate corpo a corpo.

Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii resgata o estilo de pancadaria em tempo real.

Batalha em Pirate Yakuza in Hawaii

Embora o jogo não seja exatamente um beat ‘em up, há diversos momentos em que somos confrontados por grupos de inimigos e, assim como em um RPG, a batalha se inicia de forma dinâmica.

Goro pode utilizar dois estilos de luta distintos: Cachorro Louco e Lobo do Mar, cada um com suas próprias características.

O estilo Cachorro Louco é mais ágil, mesclando socos e chutes. Além disso, Goro pode invocar clones espirituais que o auxiliam no combate toda vez que uma barra especial se completa.

Goro Majima em Pirate Yakuza

Já o Lobo do Mar é ideal para enfrentar grandes grupos de inimigos. Nesse estilo, Goro empunha duas espadas de pirata, desferindo golpes que atingem uma ampla área.

Além das espadas, o estilo Lobo do Mar também permite o uso de um gancho, que ajuda Goro a se aproximar rapidamente dos inimigos, e de uma arma de fogo, útil para ataques à distância. Os golpes especiais deste estilo devem ser encontrados e invocam antigos espíritos do mar que causam diferentes situações.

Goro Majima Lobo do Mar

Há ainda uma barra de ataque especial que, quando completamente carregada, libera um golpe poderoso capaz de derrotar inimigos comuns com um único ataque e causar grande dano a chefes e oponentes mais resistentes.

Esses ataques, sempre acompanhados de animações divertidas, podem ser executados apenas por Goro ou em conjunto com outros membros da tripulação, como Jason, pai de Noah.

As batalhas são sempre rápidas, ágeis e dinâmicas, proporcionando uma experiência extremamente satisfatória.

O combate é tão envolvente que, mesmo sendo um pouco repetitivo, dificilmente se torna cansativo.

Durante as lutas, é possível usar itens do dia a dia, como Red Bull e outros energéticos, para recuperar HP, além de pratos preparados pelo próprio personagem. No entanto, em batalhas específicas, como nas invasões de navios, não é possível restaurar a vida após o início do confronto.

Momento musou em Pirate Yakuza in Hawaii

O jogo também brinca em alguns momentos com o estilo Musou, desafiando o jogador a eliminar mais de 100 inimigos em uma única batalha — um verdadeiro caos, mas incrivelmente divertido!

Reciclagem bem feita

A maior parte do tempo em Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii será passada em Honolulu, o mesmo cenário do jogo anterior, Like a Dragon: Infinite Wealth.

Nesta versão, a cidade aparece um pouco menor do que no jogo original, mas ainda repleta de pontos de interesse e até mesmo com personagens conhecidos.

Ruas de Honolululu

Como Pirate Yakuza se passa seis meses após os eventos de Infinite Wealth, há diversas referências e diálogos que remetem ao jogo anterior. Alguns personagens, por exemplo, não reconhecem Goro e fazem comentários que aludem a acontecimentos passados. No entanto, essas conexões não prejudicam a experiência de quem não jogou o título anterior, apenas enriquecem a imersão para aqueles que já tiveram contato com a saga.

A decisão de reaproveitar a cidade, mas inserindo uma nova jogabilidade e personagens, poderia parecer uma escolha preguiçosa, mas, na prática, funciona perfeitamente.

Para os jogadores, isso traz uma sensação de familiaridade e nostalgia, tornando a ambientação ainda mais envolvente. Já para os desenvolvedores, a reciclagem inteligente de cenários permite otimizar o tempo de produção, garantindo que o jogo entregue uma experiência nova e empolgante sem perder qualidade.

Dessa forma, Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii não se limita a apenas explorar uma franquia de forma repetitiva, mas sim a reutilizar elementos de maneira criativa e inovadora.

Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii vale a pena?

É difícil descrever este jogo em palavras, pois só faz sentido quando estamos jogando.

Pode parecer bobo ou até mesmo exagerado ter tantos minigames em meio a uma história cativante, mas a verdade é que essa fórmula de Like a Dragon funciona perfeitamente. A cada novo título, a franquia entrega uma experiência única, divertida e extremamente prazerosa de jogar.

Like a Dragon Pirate Yakuza vale a pena?

Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii oferece uma jogabilidade envolvente, uma boa história, gráficos satisfatórios e, o mais importante, a sensação genuína de estar jogando um videogame. Cada uma das centenas de situações vividas ao longo da jornada faz parte de um todo que, no fim, resulta em uma experiência inacreditável. Poderia ser uma bagunça que falha miseravelmente, mas, surpreendentemente, é uma fórmula de sucesso.

Embora eu não tenha jogado muitos títulos da série e esta seja uma franquia antiga, posso afirmar com tranquilidade que a franquia Like a Dragon merece a atenção de todos que ainda não a conhecem.

Com um humor tipicamente nipônico, uma jogabilidade variada e satisfatória e uma história que mescla momentos bizarros, nonsense e emocionantes, Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii não só vale a pena ser jogado, como também serve como porta de entrada para essa loucura que começou há tantos anos e continua surpreendendo.

Agradecemos aos amigos da SEGA do Brasil por nos enviarem uma cópia de Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii para a realização deste review.

Like a Dragon Pirate Yakuza está disponível para PlayStation 4 e 5, Xbox One, Xbox Series e PCs.

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Embora o jogo seja uma continuação de Infinite Wealth e necessariamente não seja obrigatório ter jogando o título anterior algumas referências eu senti falta o conhecimento prévio.
Mas confesso que dentro de todas essas referências a única que realmente eu não compreendi e tive de perguntar para alguém foi justamente a referencia final da cena pós crédito do jogo.

Por isso pode ficar tranquilo em jogar o game mesmo sem ter tocado em Infinite Wealth, mas saiba que poderá perder uma referência importante para um jogo que contará com uma sequência anunciada após os créditos.

 

Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii – Conheça a Nova Aventura de Goro Majima

Disponível para:
Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series S/X, PC
Versão que jogamos:
PC
O jogo possui legendas em Português mas não é dublado.

Pontos Positivos

  • Quantidade absurda de coisas a se fazer no jogo
  • Sistema de batalhas divertido
  • Boa história mesclando diversos sentimentos

Pontos Negativos

  • Algumas sidequests podem ser repetitivas demais
Review escrito por:
Danilo Manzato

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