Metroid Prime foi um jogo originalmente de Nintendo Game Cube, que ganhou uma versão para Nintendo Wii e por último chega ao Nintendo Switch com uma versão caprichada que poderia até mesmo ser considerada um remake devido a sua qualidade visual aprimorada.
Em quase 5 anos escrevendo reviews nunca deixei esconder minha paixão pelo genêro Metroidvania. Genêro este que acabo por jogar diversos títulos todos os anos sendo fácilmente um dos meus favoritos.
Porém os jogos da franquia Metroid, justamente os games que ajudaram a fundar este gênero, nunca me chamaram muita atenção. Mas de alguns anos até a data da publicação deste review tenho explorado mais a franquia e experimentado e finalizado jogos como Super Metroid, Metroid Fusion e Metroid Zero Mission.
No entanto Metroid Prime sempre passou distante de mim, seja o original de Game Cube, console que eu não tive ou até mesmo em meu Nintendo Wii.
Por isso agora pude experimentar a melhor versão deste clássico e com isso tentar entender por que esta série tão diferente do jogo original de plataformas clássico é aclamado e adorado pelos fãs.
Jogando Metroid Prime Remastered
Antes de tudo é importante exaltar a série Metroid como uma das mais importantes por justamente mudar a maneira em que jogos de plataforma poderiam ser jogados.
Ainda na decada de 80, basicamente jogos de plataforma eram divididos em fases com o personagem indo para a direita do início ao fim da fase e após vencer todos os obstáculos uma nova fase estaria disponível.
Metroid chegou quebrando estes preceitos entregando uma aventura não linear. Onde a personagem poderia ir para direita, esquerda e revisitar cenários em busca de novos itens e locais a serem explorados.
Metroid Prime tem toda essa essência de um jogo de plataforma e ação não linear mas com 2 diferenciais de seus jogos antecessores. Agora temos uma ambientação totalmente em 3D e a visão em Primeira pessoa.
Uma mudança um tanto quanto ousada quando pensamos que mesmo sendo uma franquia que teve início lá nos anos 80, assim como Mario e Zelda, este não teve tantos títulos sendo Metroid Prime o 4º jogo, criando um spin-off dentro da série original e mudando completamente a maneira de se jogar.
E mesmo com essa nova perspectiva, toda a essência de Metroid está preservada por aqui.
O hud do jogo é visto a partir do visor do capacete de Samus e como um jogo em primeira pessoa tradicional vemos a ponta de seu canhão localizado no braço direito de sua armadura.
Temos controle total da câmera podendo visualizar todos os ângulos do cenário e atirar livremente em inimigos e objetos pelo cenário e também mirando de forma fixa em algo pressionando o botão ZL.
Durante a exploração nos deparamos com portas que são abertas quando atingidas por um tiro. Cada porta possui uma cor diferente que representa uma das armas que Samus poderá adquirir em sua jornada por este planeta.
Se comparado aos jogos tradicionais em plataforma 2D está mecânica já existia e a cada nova arma adquirida uma porta de coloração diferente poderia ser aberta. Porém as diferenças por aqui são como as armas funcionam.
Nos jogos anteriores uma nova arma adquirida poderia substituir a anterior, já em Metroid Prime, Samus tem 4 armas à sua disposição que serão adquiridas ao decorrer do jogo.
Cada uma delas possuem tipos de munição diferentes como elétrica ou gelo, abrem portas exclusivas e também existem inimigos que recebem dano apenas de um tipo específico de munição.
Outra novidade é que como estamos na visão de Samus, também adquirimos novos visores para sua armadura que ao todo serão 4.
O primeiro é o padrão que utilizamos o tempo todo trazendo a visão normal de Samus, o segundo é um scanner que serve para analisar diversas coisas pelos cenários. Sejam objetos, escritas chozo nas ruínas, ativar dispositivos e principalmente inimigos dando dicas de como podemos eliminar mais facilmente cada um deles.
Os últimos dois visores são essenciais para sequência do jogo e são responsáveis pelo visor térmico que auxilia na exploração de locais que não tenham luz, podendo visualizar o calor dos inimigos e objetos e a visão de Raio X que permite enxergarmos paredes falsas e objetos que estejam escondidos atrás de cenários.
Outra situação clássica de Metroid que encontramos em Prime é a possibilidade de Samus se transformar em uma bola.
E nestes momentos o jogo alterna sua visão de primeira para terceira pessoa e mostra Samus rolando pelos cenários. Outra alteração que acontece é que nestes momentos a câmera se torna fixa e se movimenta junto a personagem.
Transformada em bola Samus poderá entrar em pequenos locais, encanamentos, buracos pelo chão, saltar e ainda soltar bombas que são capaz de quebrar pequenas estruturas.
Por sinal, estruturas quebráveis estão espalhadas por diversos locais do mapa, responsáveis por esconder melhorias na quantidade de mísseis para disparo e subtanks que aumentam o HP de Samus.
Toda essa aventura em Metroid Prime acontece em diversos locais deste planeta que quando explorado se interligam de maneira inteligente. Os biomas explorados são padrões como a área de gelo, de fogo, floresta entre outras.
Cada um desses biomas contam com salas de salvamento e são de grande importância já que o jogo não conta com save automático e caso você morra deverá refazer tudo que fez desde a última vez que salvou o jogo.
Os cenários também acabam passando um falso sentimento de que são grandes áreas de exploração, mas quando prestamos mais atenção vemos que eles não são muito grandes, porém com todo o vai e vem que o jogo exige nos traz esta sensação.
A quantidade e variedade de inimigos não é muito grande e também mantém basicamente do que a série de jogos traz até hoje, focando muito mais na experiência de exploração do que no combate em si, mas trazendo boas batalhas contra chefes que nesta versão em 3D são grandes em tamanho e também duração.
Em resumo Metroid Prime foca bastante em sua jogabilidade de forma direta ao ponto, colocando o jogador na visão de uma verdadeira exploradora sem pegar em sua mão e recompensando a cada novo canto deste mundo que você irá desbravar.
Explorar o jogo é algo muito interessante de se fazer e você percebe que toda a mecanica até então 2D se encaixa muito bem nesta aventura em 3D, mas confesso que eu não gostei da forma em que os mapas são trabalhados.
Sempre digo em meus reviews de Metroidvanias que bons mapas são fundamentais para uma vida saudável destes jogos de exploração e plataforma. E os mapas em formato 3D, divididos em células para cada área me cansavam um pouco em sua exploração e entendimento. Não sei exatamente dizer ou opinar como poderiam ter sido melhores trabalhados, mas para algo que a todo momento é um recurso indispensável de se utilizar para mim é o ponto mais fraco deste jogo.
A história de Metroid Prime dentro da franquia
Por ser um spin-off Metroid Prime se encontra entre o primeiro e segundo jogo da série. Assim após o final do primeiro jogo Samus parte em busca de um sinal que recebeu em sua nave.
Chegando no ponto descobre que Ridley seu velho inimigo responsável pela morte de seus pais estava ali mas em uma forma robótica. O vilão escapa e Samus vai em busca dele no planeta em que nossa aventura acontece.
Dentro deste planeta, Samus encontra ruinas Chozo. Ruinas da raça de seres que cuidaram de Samus após a morte de seus pais e que também são responsáveis pela criação dos Metroids.
Assim Metroid Prime tem muito conteúdo a entregar para a Lore da série e tudo isso é está em formato de textos mas você como jogador deverá encontrar cada um deles passando seu scanner por tudo que encontrar pelo cenário.
Um remaster para se jogar como quiser.
Como dito anteriormente, este é o terceiro lançamento deste jogo sendo o original para Game Cube, um relançamento para Nintendo Wii e agora a versão definitiva remasterizada para Nintendo Switch.
Embora eu não tenha jogado as versões originais, por se tratar de uma versão remasterizada e não um remake acredito que tudo que havia no jogo original está preservado por aqui com alterações apenas estéticas para o visual mais moderno e também de sua performance.
E além destas alterações, ainda é possível escolher a maneira em que o jogador deseja experimentar Metroid Prime através da escolha de controles.
Eu joguei toda minha jornada que durou um pouco mais de 17h utilizando o controle moderno padrão que vem com o jogo.
Já para os saudosistas que queiram revisitar esta aventura e jogaram nos antigos consoles da Nintendo é possível optar por jogar com o controle no padrão do Game Cube ou utilizando a mira através da movimentação dos joycons simulando os controles do Nintendo Wii.
Vale a pena jogar Metroid Prime?
Como alguém que gosta de Metroidvanias e está explorando esta franquia a pouco tempo, Metroid Prime foi uma grande surpresa. Claro que por não se tratar de um lançamento e saber que é um jogo adorado por tantos fãs, já comecei este jogo predisposto a gostar dele.
Particularmente ainda prefiro as aventuras em 2D da Samus, mas perceber que aqui os desenvolvedores conseguiram passar exatamente a mesma sensação de um jogo de plataforma e exploração é algo realmente admirável.
Eu não acredito que este seja um jogo focado para pessoas que busquem apenas um bom FPS, mas sim para quem esteja atrás de uma jornada de exploração, descobertas e desafios para se encontrar pelo mapa, que continuo achando confuso de se navegar, mas que irá recompensar o jogador quando por mérito próprio descobrir onde será o próximo local que Samus deverá chegar.
Também com a chegada de Metroid Prime 4, que está prometido para o Nintendo Switch 1 e 2 e sem previsão de outros jogos da série ganharem também sua versão remasterizada, Metroid Prime é uma excelente escolha para quem tem um console da Nintendo e deseje explorar algo diferente.
Agradecemos os amigos da Nuuvem que nos enviaram uma cópia de Metroid Prime para a criação deste Review.
