Review

Resident Evil 4 Remake

Review Resident Evil 4 remake
A Capcom acerta mais uma vez trazendo um competente remake
Disponível para:
Playstation 4, Playstation 5, Xbox Series S/X, PC
Review escrito por:
Danilo Manzato

Resident Evil 4 é o novo remake dos jogos clássicos da série Resident Evil que a Capcom vem trazendo nos últimos anos.

O título original de 2005 é sem dúvida um dos mais importantes não apenas para a história dos games da franquia mas também para a indústria, sendo o pioneiro nos jogos em terceira pessoa com a câmera posicionada acima do ombro do personagem que controlamos.

Até então os jogos da franquia apresentavam o famoso porém nada saudoso controle “tanque” que é difícil até de se explicar como funcionava mas era o que tinhamos na época e assim Resident Evil 4 veio para inovar por completo a franquia.

Leon em Resident Evil 4 Remake

Original e prometido como um exclusivo de Game Cube o game acabou saindo futuramente para todas as plataformas possíveis até hoje. Mas sem sombra de dúvidas foi no Playstation 2 que o game acabou criando uma geração inteira de fãs e muitos destes que tiveram o quarto game da série como sua introdução ao universo Resident Evil.

Assim não é difícil entender todo o carinho que uma legião tem por este jogo.

No entanto, devo dizer que não sou um dos que se encaixa neste público. A geração Playstation 2 foi a que fiquei mais distante dos games, assim não tive toda essa experiência com Resident Evil 4 e acabei jogando o título uma única vez por completo em meados de 2012 na versão para Playstation 3.

Importante pontuar este fato pois para mim, embora minha memória ainda guarde os principais detalhes do jogo, Resident Evil 4 Remake soou como algo totalmente novo, tirando qualquer resquício de nostalgia que muitos possuem.

Desta forma posso dizer que aproveitei cada instante das mais de 20h que tive com o game como se tudo ali fosse praticamente inédito.

A história do jogo

Na história Leon S. Kennedy, após sobreviver todo terror apocalíptico com a infestação de zumbis em Racoon City, acabou sendo chamado pelo governo dos Estados Unidos para participar de um treinamento secreto a fim de criar agentes especiais.

Anos depois, Ashley a filha do atual presidente foi raptada e as investigações apontam que ela teria sido levada para um vilarejo na Europa. Leon é designado para esta missão e parte para encontra-la e executar o resgate.

Diferente dos 3 primeiros títulos que focam em zumbis infectados por vírus criados pela Umbrela, na história de Resident Evil 4 temos que lidar com Las Plagas, uma espécie de parasita que toma conta do corpo do hospedeiro mas que não os transforma apenas em seres ambulantes comedores de cérebro.

Infectados em Resident Evil 4 Remake

Os infectados em Resident Evil 4 de certa forma mantém controle de suas funções motoras sendo assim inimigos mais perigosos que os clássicos zumbis já que eles são capazes de empunhar armas, atirar, se esconder e nos perseguir em bandos.

Essa decisão de mudar o formato clássico de zumbis após tantos jogos anteriores para um novo tipo de ameaça na história foi uma decisão corajosa e muito assertiva trazendo um ar novo para a franquia e com isso mais ação para o jogo.

Como é jogar Resident Evil 4 Remake?

O remake foi feito com base na RE Engine, a mesma utilizada nos demais remakes como Resident 2 e 3, portanto não espere algo muito diferente caso já tenha jogado algum dos remakes anteriores.

O game traz algumas diferenças em sua jogabilidade se compararmos ao original e a principal sem dúvida é relacionado ao uso da faca.

No game original a faca surgiu como um diferencial no modo de se jogar Resident Evil, agora pela primeira vez era possível mirar em membros específicos dos inimigos onde desejávamos atirar e aliado a isso Leon era capaz de acertar seus inimigos com sua faca, destruir caixas espalhadas pelo cenário entre outras coisas.

No Remake a faca ganhou novas utilidades, agora sendo capaz de ser utilizada como meio de defesa também, porém em troca disso ela irá se desgastar.

Este uso acaba sendo bem estratégico nos fazendo decidir em vários momentos quando devemos utilizá-la para este fim.

Assim Leon possui sua faca principal que pode se quebrar e ser restaurada e facas adicionais que podemos encontrar pelo caminho e que possuem uma resistência inferior.

Todas essas facas, munições e armas ocupam espaço na clássica maleta, que funciona como menu de itens do jogador que deverá administrar os espaços com tantos itens a serem gerenciados.

Cada item consome uma quantidade de blocos dentro da maleta e você poderá movimentar e rotacionar para que os objetos se encaixem da melhor forma e assim ser capaz de levar mais itens em sua jornada.

Munições, ervas para recuperar seu hp e dinheiro aparecem nos corpos dos inimigos que derrotamos, mas vale ressaltar que nem sempre pode ser um item do qual precisamos. 

Por exemplo, você poderá gastar muita munição para matar uma quantidade de inimigos, mas necessariamente não irá reaver esta quantidade com os inimigos mortos que poderão apenas liberar dinheiro por exemplo.

O dinheiro, conhecido como Pesetas, é utilizada no mercador do jogo, localizado em pontos estratégicos da história e sempre ofertando novas armas, recursos e melhorias para as armas que já possuímos.

O icônico marcador de Resident Evil 4 é muito importante durante toda nossa passagem pelo jogo.

Nele podemos utilizar as pesetas adquiridas, vender objetos valiosos que encontramos pelo caminho e também vender as armas que utilizamos para assim adquirir novas.

Para ser mais equilibrado, o jogo vai liberando armas novas ao longo dos capítulos, 16 no total, e cabe ao jogador pensar se vale a pena vender uma arma já com upgrades por outra que promete ser mais forte.

E o jogador só irá descobrir se vale ou não a pena experimentar para entender se a nova arma combina com seu estilo de jogo.

Como foi dito anteriormente o jogo é dividido em capítulos que em diversos momentos se passam em cenários distintos mesmo que o game seja de certa maneira um tanto quanto linear.

Porém em diversos momentos entre estes capítulos é possível ir e vir pelo atual cenário o que permite o jogador explorar todos os cantos com mais tranquilidade principalmente se o jogador resolver eliminar todos os inimigos da área.

Uma novidade no Remake de Resident Evil 4 são pequenas missões secundárias que encontramos pelo caminho. Geralmente estas missões consistem em eliminar um inimigo específico, acabar com um número de ratos ou cobras de um cenário entre outras pequenas tarefas. 

Executar estas missões nos garante um item valioso de troca para itens raros no mercador. 

Ashley em Resident Evil 4 Remake

Mesmo que você nunca tenha jogado mas se já ouviu falar de Resident Evil 4, com certeza em algum momento foi alguém reclamando da Ashley.

É comum hoje em dia termos companheiros de jornada, Joel possui a Ellie, Kratos tem seu filho Atreus mas la em 2005 este tipo de situação não era nada comum.

Talvez por esta novidade quase experimental mas que durava uma boa parte do jogo, Leon deve não apenas proteger a si mesmo de todas as ameaças como também deve cuidar da jovem Ashley que o acompanha.

Diferente dos outros companheiros citados que não atrapalham em nada o jogador e até mesmo nos ajuda em algum momento, Ashley é dependente de Leon o tempo todo.

Leon e Ashley

Sendo muito honesto eu me lembro de não ter ficado incomodado com a Ashley no game original embora a inteligência artificial fosse bem mais limitada e diversos momentos isso acabava de fato atrapalhando a progressão no jogo.

Quando anunciado o Remake, a questão de como estaria a Ashley no game foi levantada imediatamente.

Os trechos em que estamos com Ashley continuam semelhantes. A personagem te segue de perto ou pode se esconder ou esperar caso o jogador dê uma ordem para ela.

A inteligência artificial funciona melhor agora depois de tantos anos de evolução, mas a dificuldade em si continua bem parecida com o game original.

Se o jogador não estiver também atento a Ashley, principalmente em situações que envolvam bandos de inimigos, poderá ser uma situação fácil de game over.

Basicamente Ashley não pode sofrer dano, caso algo a acerte ela ficará machucada no chão e o jogador terá alguns segundos para ir ao resgate, caso ela tome um segundo dano a personagem morre e você deverá recomeçar do último checkpoint.

Em outras situações Ashley poderá ser levada por algum inimigo, nestas situações o jogador deverá ir atrás dela o quanto antes, caso não consiga evitar isso um novo game over acontece.

Para evitar que ela seja levada o jogador deverá acertar o inimigo que esta carregando Ashley, seja com uma facada pelas costas ou acertando-o com um tiro, porém se errar a mira e acertar Ashley a personagem também irá morrer.

Dito isto, o que podemos concluir é que os momentos com a Ashley em Resident Evil 4 Remake continuam bem fiéis ao original. Provavelmente quem não gostava destes momentos no original poderá não gostar aqui também.

Um remake Competente

É indiscutível que a anos a Capcom entendeu que possui em mãos um legado e uma legião de fãs de uma de suas franquias mais importantes.

Obviamente não é novidade já que desde 2002 a produtora entendeu que remakes eram importantes para manter ativa a marca Resident Evil quando lançaram o remake do primeiro jogo para Game Cube.

Este primeiro remake foi extremamente bem vindo, trazendo não apenas um novo visual para os ambientes da mansão, mas também mais profundidade a história e eventos inéditos.

Seu próximo remake, veio acontecer 17 anos depois trazendo uma experiência totalmente renovada com Resident Evil 2.

Desta vez sim um remake totalmente necessário, com um título que talvez não tenha envelhecido assim tão bem principalmente por seus controles, mas que trouxe uma experiência renovada em todos os sentidos de gráfico, jogabilidade, som, imersão.

Levando isso em conta e conhecendo o desejo da Capcom em fazer remakes de seus principais títulos, não é difícil entender os motivos pelos quais a empresa optou por trazer Resident Evil 4 para esta nova versão.

O que temos em mão é um Remake Competente em tudo que ele nos apresenta.

As melhorias gráficas que já eram esperadas tendo em vista os últimos títulos da franquia e que trariam uma imersão maior ao jogo.

Aliado a isso a liberdade da empresa em alterar pequenas coisas como exclusões de cenas ou momentos que de fato eram desnecessários e incluindo situações e diálogos para trazer mais profundidades aos outros personagens da trama e do universo de Resident Evil.

Resident Evil 4 Remake Vale a Pena?

Como disse no início deste review, não tenho todo apelo nostálgico pelo título como boa parte do público que esperou por ele deve ter.

No meu caso o Remake do Resident Evil 2 ocupa este espaço no meu coração. 

Digo isso porque por mais que seja um jogo incrível e que recomendo sem sombra de dúvidas, Resident Evil 4 Remake não me pareceu algo tão necessário ou inovador tendo em vista que o jogo original continua sendo perfeitamente jogável até hoje. Assim não causou o mesmo impacto que tive com outros remakes da série.

Mas claro essa é a minha percepção pessoal.

Sem sombra de dúvidas Resident Evil 4 Remake vale a pena e se destaca como um dos grandes jogos do ano, prioridade para os fãs do original e uma excelente escolha para quem nunca foi um forasteiro.

Agradecemos a Capcom Brasil por nos enviar uma cópia do jogo para a criação deste review.

Ouça nossos podcasts com os dubladores do jogo:

No geral Resident Evil 4 sempre foi um grande Blockbuster de ação, onde temos certeza o tempo todo de que o mocinho salvará a donzela em perigo no final. E de fato isso acontece como previsto.

O que não era possível saber é que uma das mudanças que a Capcom propôs ao jogo é que nas cenas finais teríamos o vislumbre de Albert Wesker por trás das ações de Ada Wong durante os acontecimentos.

Nisso fica a curiosidade se a Capcom pretende utilizar esta imagem como um possível gancho para um provável remake de Resident Evil 5 onde o vilão tem presença importante.

Resident Evil 4 Remake

Disponível para:
Playstation 4, Playstation 5, Xbox Series S/X, PC
Versão que jogamos:
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Pontos Positivos

  • Atualizações bem vindas no modo de jogar
  • Traz a qualidade da RE Engine vista em outros remakes da franquia
  • Grande efeito replay para liberar tudo que o jogo promete

Pontos Negativos

  • Ashley continua basicamente a mesma coisa podendo ser um problema para quem não gostava dessa parte no passado
Review escrito por:
Danilo Manzato

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