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Mandragora: Whispers of the Witch Tree – Uma experiência Soulslike com alma em um Metroidvania sombrio

Review de Mandragora whp
Este jogo é o resultado quando Dark Souls e Diablo se encontram em um Metroidvania
Disponível para:
Playstation 5, Xbox Series S/X, Nintendo Switch, PC
Review escrito por:
Danilo Manzato

Mandragora é um jogo do gênero Metroidvania que promete incorporar elementos Soulslike em sua jogabilidade, algo que frequentemente vemos ser prometido na indústria, mas raramente entregue com qualidade. Felizmente, esse não é o caso aqui.

Antes mesmo de Elden Ring expandir o alcance do gênero Soulslike, já era comum vermos jogos sendo vendidos com esse rótulo. O problema é que, muitas vezes, bastava o título ter uma dificuldade elevada ou uma ou outra mecânica solta para ser classificado assim o que, claro, está longe de ser suficiente.

Talvez por falta de compreensão ou apenas por uma tentativa de marketing, o mercado está repleto de jogos que não passam de experiências medíocres. Mandragora: Whispers of the Witch Tree, no entanto, se destaca ao entregar uma verdadeira experiência Souls dentro de um RPG de exploração em plataforma — uma fusão perfeita entre Metroidvania, Dark Souls e uma pitada de Diablo.

Mandragora Whispers of the Witch Tree

O universo de Mandragora

No país Rubro, governado pelo Clérigo Rei, as bruxas são consideradas inimigas e devem ser eliminadas sem piedade.

Durante uma dessas execuções, nosso personagem — um inquisidor —, tomado por um impulso de compaixão, decide tirar a vida de uma bruxa que estava sendo torturada, colocando um fim ao seu sofrimento.

Indignado com o ato do inquisidor que interrompeu seu espetáculo, o Clérigo Rei decide puni-lo com uma nova missão: explorar o reino e capturar outra bruxa para que esta seja executada.

Ao longo da jornada, descobrimos que, no momento de sua morte, a bruxa selou parte de sua alma dentro do inquisidor, e agora podemos ouvir sua voz ecoando em nossa mente. Essa conexão nos leva a questionar tudo: o papel das bruxas, os reais motivos do Clérigo Rei e nossas próprias motivações.

O que faz de Mandragora um Soulslike?

Apesar de ser difícil definir exatamente o que caracteriza um Soulslike, Mandragora apresenta vários elementos que remetem diretamente aos jogos da FromSoftware.

Logo no início, o jogador pode escolher entre um personagem de aparência masculina ou feminina, com alguns modelos predefinidos de rosto. Em seguida, é possível definir a classe inicial — guerreiro, mago, ladrão, piromante, entre outras.

Essas classes determinam tanto os atributos iniciais quanto o tipo de armas disponíveis desde o começo. E, sim, essa escolha faz uma grande diferença na experiência.

Durante minhas horas de jogo, comecei com uma classe híbrida entre força física e mágica. A ideia era ter um personagem equilibrado. No início, tudo funcionou bem. No entanto, ao me aproximar da metade do jogo, a dificuldade aumentou consideravelmente e meu personagem já não conseguia resistir a praticamente nenhum golpe. Pode ter sido resultado das minhas escolhas ao evoluir, mas percebi que a classe inicial não era adequada para minha estratégia.

Então, abandonei o personagem com mais de 10 horas de jogo e iniciei um novo, focado em força bruta. E o resultado foi uma experiência completamente nova e muito mais satisfatória. Com uma nova abordagem, segui até o final do jogo.

Essa liberdade de montar personagens com estratégias distintas garante grande fator de rejogabilidade. Experimentar diferentes classes e habilidades torna cada nova partida única.

Controles e combate em Mandragora

Cada classe inicial define o tipo de equipamento disponível, como armas de uma ou duas mãos, adagas, uso de de escudos e selos mágicos.

Mandragora se assemelha um pouco também a Diablo, permitindo configurar até três botões com ataques físicos ou mágicos, dependendo do personagem escolhido. Magias e habilidades especiais são descobertas durante a exploração, ao abrir baús ou derrotar inimigos e chefes.

Para ataques físicos, o personagem utiliza uma barra de fúria, que se enche conforme os golpes são desferidos. Para magias, temos a clássica barra de mana. Também devemos ficar atento aos pesos dos equipamentos. Armas grandes e armaduras mais resistentes podem comprometer a movimentação do personagem e sua esquiva por exemplo.

Enfrente chefes em Mandragora Whispers of the Witch Tree

Um diferencial interessante é a existência de diferentes tipos de elementos — como fogo, trevas e selvageria —, cada um exigindo um catalisador específico. O jogador pode equipar até dois catalisadores e alternar entre eles durante o combate.

Essas escolhas tornam cada personagem único, oferecendo uma ampla variedade de estilos de jogo. O combate, por sua vez, é estratégico: conhecer o padrão de ataque, defesa e esquiva de cada inimigo é essencial. Avançar de forma descuidada raramente será recompensador.

Essa profundidade de combate e personalização traz aquela sensação gratificante típica dos bons Soulslike: a de superação após dominar um desafio.

A evolução acontece através de grandes arvores de habilidade. Inicialmete podemos evoluir apenas a da classe inicial de nosso personagem. Não podemos escolher exatamente onde iremos usar os nossos pontos de atributo livremente, mas sim para qual direção iremos nesta arvore que nos dará opções que aumentem nossa força, resistência, capacidade de peso para equipamentos e armas, ataques mágicos e estamina. Após alcançarmos o nível 25 todas as classes do jogo ficam disponíveis e assim temos a opção de diversificar as habilidades do personagem que estamos evoluindo.

A exploração do mundo

O jogo se passa no reino de Faeeldum, com mapas extensos divididos por biomas distintos, repletos de inimigos variados e com o tradicional backtracking típico dos Metroidvanias.

Confesso que, nesse aspecto, Mandragora não é exatamente inovador. Se não fosse pelo seu componente Soulslike, a exploração sozinha o tornaria um jogo mediano.

O mapa é funcional, mas simples. Não há muitos segredos, surpresas ou mecânicas inéditas.

O jogo conta com missões principais, secundárias e tarefas. Ao selecionar uma missão, o mapa indica a região que devemos visitar.

Existe também a Árvore da Bruxa, uma área neutra que funciona como refúgio para personagens encontrados ao longo da história. Cada um deles tem uma função específica: o ferreiro, a ourives, o mago responsável por runas, entre outros.

Alquimista em Mandragora

Para acessar seus serviços, é preciso não só dinheiro, mas também elevar o nível dos comerciantes e fornecer os materiais certos — encontrados ao derrotar inimigos e explorar o mundo. Isso incentiva ainda mais a exploração cuidadosa.

Mandragora é um conjunto de acertos bem executados

Não basta copiar fórmulas de sucesso ou misturar gêneros populares para criar um bom jogo. É preciso entender o propósito do projeto e saber como combiná-los de forma coesa.

Mandragora: Whispers of the Witch Tree é um jogo independente, de um estúdio que claramente soube respeitar seus próprios limites e entregar um trabalho apaixonado e consistente.

Gigantes em Mandragora

A direção de arte e animações são outro grande destaque: desde os detalhes das áreas, armaduras e equipamentos, até os movimentos dos personagens, inimigos e chefes — tudo parece ter sido feito com muito esmero.

No fim, Mandragora é uma aposta certeira e altamente recompensadora para fãs de Metroidvania e Soulslike. Um jogo que entrega o que promete — e com alma.

Agradecemos os amigos da Primal Game Studios e da Knights Peak por nos enviar uma cópia de Mandragora: Whispers of the Witch Tree de PS5 para este review.

O jogo está disponível para PlayStation 5, Xbox Series, Nintendo Switch e PCs via Steam e Epic Game Store.

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Sem Spoilers para Mandragora: Whispers of the Witch Tree.

Mandragora: Whispers of the Witch Tree – Uma experiência Soulslike com alma em um Metroidvania sombrio

Disponível para:
Playstation 5, Xbox Series S/X, Nintendo Switch, PC
Versão que jogamos:
Playstation 5
O jogo possui legendas em Português mas não é dublado.

Pontos Positivos

  • Direção de arte
  • Muitas opções na criação de builds
  • Variedade de sidequests

Pontos Negativos

  • Falta variedade de movimentos
  • O mapa pode ser um pouco confuso
Review escrito por:
Danilo Manzato

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