Artigo

Jogos com representatividade LGBTQIAP+

Acredito que seja difícil eu me expor aqui, alguns de vocês já devem me conhecer ou pelas lives ou pelas reviews que escrevo aqui pro site, porém pra quem não me conhece ainda, meu nome é Alysson ou também conhecida como Doizelly, sou uma pessoa não-binaria então jogos com representatividade LGBTQIAP+ sempre me deixaram bem feliz, então decidi montar uma lista com alguns jogos e franquias que tem representatividade para comentar aqui nesse artigo.

A comunidade LGBTQIAP+ tem sido muito sub-representada na mídia por muito tempo, incluindo nos jogos.

Mas, felizmente, isso está mudando e muitos jogos agora apresentam personagens LGBTQIAP+ jogáveis e histórias que tratam de questões relacionadas à comunidade.

Vamos começar com uma das minhas séries de jogos favoritas: Life is Strange.

Todos os jogos da série apresentam personagens diversos que fazem parte da comunidade LGBTQIAP+. É impossível não se emocionar com a história da Max e da Chloe no primeiro jogo.

Quem nunca ficou pelo menos cinco minutos pensando em qual escolha tomar na decisão final do jogo? O relacionamento delas é lindo de se ver.

Life is Strange

Outra franquia que me marcou foi The Last of Us. Apesar de começar como um jogo de ação pós-apocalíptico com zumbis, a ênfase sempre esteve no desenvolvimento dos personagens e suas histórias.

E, é claro, por estar nesta lista, há muita representatividade LGBTQIAP+. Ellie, a personagem principal da franquia, é uma garota lésbica, revelada na DLC “Left Behind” e bem explorada em “The Last of Us Part 2“.

The last of us part 2

A triste história de Bill e Frank, que originalmente era contada por meio de cartas e diálogos entre o Joel e Bill, o que fazia algumas pessoas nem repararem que Bill e Frank eram um casal, mas que foi amplamente desenvolvida na série da HBO, tendo um episódio inteiro focado em contar a historia do casal, também merece destaque. Além disso, o personagem Lev no segundo jogo é um garoto trans que precisou fugir da própria família.

São histórias que ainda me emocionam.

Celeste é um jogo de plataforma indie que merece destaque por sua representatividade. A personagem principal, Madeline, é uma mulher transgênero, o que é bastante raro em jogos desse gênero. Além disso, a história do jogo não se limita a abordar a temática LGBTQIAP+.

Celeste também trata de problemas mentais e superação, tendo a escalada da montanha como uma metáfora poderosa para enfrentar os desafios da vida.

Assassin’s Creed Odyssey é um jogo de RPG de ação que traz um grande avanço na representatividade LGBTQIAP+ na franquia. Ambientado na Grécia antiga, o jogo apresenta personagens LGBT jogáveis e NPCs.

A história inclui várias opções de romance e relacionamento, incluindo opções de mesmo sexo. E foi uma grata surpresa já que a franquia sempre teve um público majoritariamente composto por homens heterossexuais e, anteriormente, só representava romances entre homens e mulheres.

O fato de Assassin’s Creed Odyssey ter opções de relacionamento homo-afetivos é uma mudança significativa e bem-vinda.

 Assassin's Creed Odyssey

Obs: Quando fui selecionar imagens do Assassin’s Creed Odyssey para o artigo, descobri algo que me deixou profundamente desapontado e não posso deixar de mencionar aqui.

Eu raramente jogo DLCs ou expansões, então não estava ciente disso, mas na expansão Legacy of the First Blade, o jogo força o personagem a ter um relacionamento heterossexual para gerar um filho e progredir no jogo, mesmo que você tenha interpretado Alexios como gay ou Kassandra como lésbica. Isso acontece independentemente da sua preferência, o que é bastante decepcionante.

Porém mesmo que jogos representando pessoas LGBTQIAP+ esteja cada vez mais em alta existe algumas pessoas como eu que são pouco representadas nos jogos, pessoas não-binarias, lembro muito da polemica que foi gerada quando Forza Horizon 5 foi lançado e descobriram que teria opção de pronomes neutros como Elu/delu no brasil e eu genuinamente me animei muito com a ideia, mas imagina a decepção que foi quando comecei a jogar e descobri que era apenas algo para preencher no inicio e nunca mais era mencionado, pois o jogo não se adaptou ao pronome neutro escolhido, chamando o protagonista de “ele”.

No ano de 2023, eu tive duas experiências que me surpreenderam bastante, já que eu não imaginava que teria a oportunidade de vivenciá-las.

A primeira delas foi com o jogo Wild Hearts, que se diferencia do Forza Horizon, pois permite que você escolha seu pronome e, mais importante ainda, respeita essa escolha em todas as cenas do jogo em que você é mencionado.

Além disso, o jogo utiliza pronomes neutros ao se referir ao personagem, o que é uma representação excelente e me deixou muito feliz ao ver pela primeira vez.

A segunda experiência foi com o jogo Just Dance 2023, que não oferece a opção de escolher o pronome, mas ainda assim se esforça para ser inclusivo e utilizar pronomes neutros em toda a sua mecânica.

Just Dance 2023

Por fim, não poderia deixar de mencionar The Sims.

Esta série de jogos de simulação de vida permite aos jogadores criar e controlar personagens virtuais. A série inclui várias opções de personalização de personagens LGBTQIAP+.

Para finalizar, gostaria de enfatizar que, apesar dos jogos que mencionei oferecerem representatividade, isso ainda não é suficiente.

A indústria dos jogos ainda é preconceituosa e limitada, e muitos desses jogos enfrentam críticas maldosas de pessoas com mentes fechadas.

É crucial que o mercado de jogos amplie sua representatividade e diversidade, para que no futuro, ver personagens LGBTQIAP+ em jogos não seja mais uma grata surpresa, mas sim uma norma estabelecida.

Todos merecem se sentir representados e incluídos em jogos, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.

Por isso, devemos continuar apoiando jogos com representatividade LGBTQIAP+ e divulgando aqueles que apresentam personagens e histórias diversas, a fim de promover mudanças positivas e progressistas na indústria dos jogos.

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