Review

God of War Ragnarok

A continuação necessária e o encerramento da saga nórdica de Kratos
Disponível para:
Playstation 4, Playstation 5
Review escrito por:
Danilo Manzato

Antes de começar nosso Review de God of War Ragnarok basta dizer que se você gosta do game lançado em 2018, não existe a menor possibilidade de não gostar deste jogo ou dos caminhos que foram escolhidos para os personagens.

God of War é um modelo raro que com certeza será estudado pela indústria como um grande caso de sucesso onde uma franquia já cansada e com diversas possibilidades exploradas resolveu se reinventar.

Uma nova mitologia, novos personagens, novos dilemas e um protagonista icônico, onde seu passado e legado se manteve com muita competência e respeito por tudo que o antecedeu.

Não é fácil queimar as pontes e seguir por novos caminhos, deixando formulas que certamente continuariam funcionando e vendendo para uma legião de fãs, por isso é louvavel quando falamos de God of War Ragnarok entender a coragem do Santa Monica Studios em resolver recomeçar tudo do zero no primeiro game de 2018.

Embora goste muito do jogo anterior, devo dizer que acho o Baldur um antagonista fraco para o peso de um protagonista com tamanha história. Ele não tinha uma real relevância na história dos protagonistas e por hora ou outra cruzava nosso caminho quase que por coincidência ou mero capricho pessoal.

Embora o que importe no jogo de 2018 seja a jornada, quando encaramos que ambos os jogos fazem parte de uma mesma história, Baldur fica com aquele gostinho de um sub-chefe mais forte e agora sim nossos personagens terão problemas mais sérios.

Dito isto, God of War Ragnarok é uma sequência direta dos adventos que aconteceram no jogo anterior, porém alguns anos após a morte de Baldur e o início do inverno que antecede o Ragnarok, o Fimbulwinter, que marca o fim dos tempos na mitologia nórdica.

Kratos agora aparenta ser alguém mais ponderado e ao mesmo tempo cansado, enquanto Atreus agora mais velho se mostra cada vez mais inquieto em descobrir o motivo por ser chamado de Loki nas profecias e qual seria seu papel nisto tudo.

Esta dualidade de personalidades gera diversos conflitos entre pai e filho.

Por mais que não mostrem o que aconteceu durante o tempo que se passou entre um jogo e outro, é possível saber que Kratos treinou Atreus dia e noite para que ele assim se prepare para sobreviver tudo que vem pela frente e até mesmo quando seu pai por algum motivo não esteja por perto.

Sendo assim, enquanto o pai deseja ficar treinando e se preparando porque sabe que o que fizeram no passado terá consequências e cedo ou tarde outros deuses virão atras deles, o filho acha que ficar parado se escondendo é a pior decisão.

Assim como no primeiro jogo desta nova saga, tudo escala rapidamente para ação, e da mesma forma que Baldur bate a porta de Kratos, Thor surge em nossa casa como visto no sonho de Atreus.

Thor em God of War Ragnarok
Thor em God of War Ragnarok

Esta importante visita é o que dá início a nova aventura de pai e filho. 

O jogo acaba tendo um clima de urgência, afinal o Ragnarok pode estar chegando, todas as evidências mostram que ele será inevitável.

Mas mesmo com este clima nada é feito de forma apressada em God of War.

A história acontece no seu tempo e de uma maneira linear, no entanto sempre que terminar uma grande parte do jogo você tem a opção de seguir em frente ou explorar este mundo semi-aberto podendo fazer algumas das missões secundárias disponíveis.

Nada no jogo é em vão, seja na história principal ou nas dezenas de sidequests que são chamadas de favores.

E sim, vale muito a pena fazer cada um dos favores pois eles enriquecem em muito o universo do jogo e não são aquelas missões que geralmente são feitas apenas para aumentar horas de jogo ao invés de conteúdo.

Poder viver cada momento do jogo ouvindo Mimir e vendo o relacionamento de Kratos e Atreus cada vez mais parecendo pai e filho são recompensadores.

Vale dizer também que as missões poderão ser realizadas no pós game, assim como era possível no game de 2018.

Por isso a escolha entre fazer as missões no decorrer da história ou apenas depois de terminar a história principal fica por decisão do jogador.

Outro detalhe enriquecedor é que em diversos momentos Kratos se lembra de pontos importantes da vida dele, ainda sobre os jogos da fase em que o jogo acontecia na mitologia grega.

Para aqueles que jogaram a aventura do espartano desde os primeiros jogos só fortalece o quanto este personagem é rico em história, já para quem conheceu Kratos a partir do último jogo ficam curiosidades sobre o passado deste personagem agora tão egnigmático.

Dentro da história temos apenas um grande ponto negativo.

Graças aos trailers do jogo sabemos que Tyr está vivo. Existe todo um elo no jogo onde devemos resgatar o Deus da Guerra nórdico, e durante as horas que precede este possível resgate os personagens discutem e conversam sobre as dúvidas sobre Odin ter ou não o matado. 

Não saber se Tyr está vivo ou não poderia trazer uma experiência melhor aos jogadores, ficar ouvindo diversas conversas, um Atreus esperançoso e um Kratos descrente sobre Tyr estar vivo perde todo o sentido quando já sabemos que ele será sim encontrado com vida.

Os reinos do jogo

Algo que está diferente e dá muita vida ao jogo é que em God of War Ragnarok visitamos todos os 9 reinos da mitologia.

Cada qual com suas particularidades, desafios e o mais importante, trazendo conteúdo a história do jogo. 

Agora é possível viajar de um reino a outro através das portas, que antes te levavam apenas a um ponto ou outro em Midgard.

Ainda existem reinos que possuem uma característica de desafios como Muspelheim e Niflheim já faziam, mas agora cada reino que você visita tem um motivo plausível para ser visitado dentro da jornada que está sendo vivida. 

E não espere visitar reinos que já conhece e esperar por algo familiar, tudo está diferente devido ao Fimbulwinter. Cenários como Alfheim e Niflheiim estão bem diferentes e também com áreas bem maiores de jogo.

Deuses em God of War Ragnarok

Enquanto o primeiro jogo ficou limitado a Baldur e Freya, God of War Ragnarok apresenta uma lista bem maior de Deuses que fazem parte da mitologia nórdica. Thor, Odin, Heimdall são alguns dos Deuses que surgem nesta nova história e felizmente todos estão perfeitamente encaixados.

Deuses em God of War Ragnarok

É muito interessante ver a relação entre esses deuses e suas motivações com relação a Kratos e Atreus, e a cada nova aparição você sente o crescimento dos personagens e a evolução da história.

God of War Ragnarok tem uma história forte e traz personagens que carregam esta história e nos levam por ela em uma aventura que não para.

Para isso também contamos novamente com a ideia de plano sequência, desta forma a câmera do jogo nunca pausa e não existem telas pretas ou visivelente de loadings.

Tudo acaba acontecendo de forma fluida entre as cenas que são filmes pré produzidos e outras que fazem parte e esperam ações do jogador.

Como é jogar God of War Ragnarok

Sem enrolação alguma, God of War Ragnarok é idêntico ao game de 2018.

Claro que por se tratar de um jogo, Kratos perde a maior parte das habilidades conquistadas anteriormente, mas a evolução do personagem funciona da mesma maneira.

Ao matar inimigos você ganha experiência que servem para desbloquear habilidades.

Enquanto isso as habilidades ficam disponíveis conforme as armas do jogo são evoluídas e para isso pode continuar contando com os anões Sindri e Brok para fazerem upgrades em armas e armaduras em troca dos hacksilvers e materiais encontrados durante sua exploração.

Devo dizer que está é uma das piores coisas do jogo, a quantidade de itens que podem ser feitos e seus upgrades é bem vasto, no entanto exigem uma quantidade alta de itens para que eles possam ser evoluidos.

Além disso esta grande quantidade de variações no final não mudam tanto assim um status para o outro, o que acaba fazendo ficar desinteressante todo este trabalho.  

Já o combate é identico porém com uma adição bem vinda já que agora ao pressionar o botão triangulo é capaz de imbuir status elementais na arma que está utilizando, sendo assim, gelo para o machado leviathan e fogo para as lâminas do caos que já estão presentes desde o início do jogo. 

Uma novidade agora são os escudos que se diferenciam bastante e se adaptam com o estilo do jogador, podendo ser bom para defender golpes fortes, parrys entre outras coisas.

Escudos em God of War Ragnarok

Atuações impecáveis.

Por mais que o jogo pareça não ter uma grande evolução devo ressaltar o primor e a qualidade técnica nas expressões dos personagens e nas atuações de seus interpretes. 

É impossível não se emocionar com as caras que Kratos faz, sentido o peso e o cansaço de tantos anos de guerras inacabadas e também tentando entender e dar suporte ao jovem Atreus.

A dublagem em português mais uma vez é um show a parte, todos sem excessão fizeram um trabalho primoroso e que emociona em diversos momentos da jornada.

God of War Ragnarok vale a pena?

Não existe a menor possibilidade de se jogar God of War Ragnarök e não ficar impressionado. 

Tudo se encaixa perfeitamente bem e faz com que o jogo de 2018 fique agora completo.

É uma história que conta muito da relação pai e filho e de como nossas escolhas é que traçam o nosso futuro. 

Embora o jogo tenha um modo para se lembrar em poucos minutos o que aconteceu no game anterior, experimente jogar ambos em sequência, isso irá com certeza enriquecer sua experiência.

A Santa Monica mais uma vez acerta e God of War Ragnarok é um jogo indispensável para os donos de Playstation.

Sem dúvida alguma uma das maiores surpresas no jogo foi a possibilidade de se jogar com Atreus.
E neste sentido a Santa Monica foi muito feliz em trazer uma gameplay diferente para ambos os personagens.

Em momento algum durante os trailers havia sido divulgado que Atreus seria um personagem controlável, por isso a surpresa e ela acontece de forma tão suave que quando vemos já estamos o controlando.

Atreus consegue ser mais ágil que Kratos e não perde em nada para seu pai, trazendo um dinamismo grande entre as trocas que acontecem diversas vezes durante a história.

A história do jogo acontece de forma bem linear e por mais que seja envolvente não é algo surpreendente, a não ser com o grande plot do jogo quando descobrimos a farsa de Tyr, isso sem dúvida é algo que era impossível de se prever e foi um toque de mestre para encaminhar os jogadores para a reta final do jogo.

Para o final é sem dúvida alguma emocionante ver o quanto Kratos cresceu como personagem. A despedida de pai e filho, cada um seguindo seu caminho deve tocar a todos que viveram esta jornada completa.

Já o pós-game nos surpreendeu, pois queríamos saber onde Atreus se encaixaria para continuar após os eventos do Ragnarok e seguir a história ao lado de Freya, agora que perdoou Kratos pela morte de Baldur, foi algo bem inesperado.

Sobre o futuro, particularmente espero que não tenhamos mais jogos da série God of War, acredito que a Santa Monica chegou ao ápice da série em Ragnarok. O final em aberto de Kratos com uma possível nova profecia nos deixa com um gostinho de que no futuro o velho Deus usurpador, conhecido apenas por morte e destruição consiga enfim sua redenção ajudando o povo do norte a reconstruir sua vida após sobreviverem ao que até então seria o fim de tudo.

God of War Ragnarok

Disponível para:
Playstation 4, Playstation 5
Versão que jogamos:
Escolher a versão

Pontos Positivos

  • Atuações impecáveis
  • História envolvente até o final
  • Sidequests que valem a pena

Pontos Negativos

  • Muitas opções de equipamento que não fazem diferença
  • Exige muitos itens para poder evoluir equipamentos
Review escrito por:
Danilo Manzato

Últimos Reviews

Veja também

plugins premium WordPress