Review

The Callisto Protocol

The Callisto Protocol traz visual impecável em terror espacial
Disponível para:
Playstation 4, Playstation 5, Xbox Series S/X, PC
Review escrito por:
Danilo Manzato

Não é difícil entender a empolgação que The Callisto Protocol causou desde que foi anunciado e exibido pela primeira vez.

O gênero de jogos de terror sempre fez muito sucesso e todos os anos diversos títulos são lançados. 

No entanto devemos concordar que nos últimos anos, jogos em primeira pessoa dominaram este cenário, talvez procurando uma imersão maior com seu estilo de câmera e gameplay

Grandes nomes surgiram como Outlast e franquias clássicas como Resident Evil também se arriscaram neste novo modelo de jogos de horror.

Poucos são os títulos que apostaram no gênero survival horror em terceira pessoa nos últimos anos e nisso The Callisto Protocol acerta em cheio.

Aproveitando o começo deste review já digo que nunca joguei Dead Space, por isso não posso fazer nenhum comparativo entre um jogo e outro.

O que é  The Callisto Protocol

Ambientado no espaço, mas especificamente em Callisto, uma das luas de Júpiter o game é mistura terror e sobrevivência em uma história que começa cheia de mistérios. 

Callisto, uma das luas de Jupiter

Jacob estava fazendo apenas mais uma entrega, serviço que aparenta ser bem comum em seu dia a dia e quando resolve checar se tudo está de certo com a carga acaba sendo surpreendido com um grupo terrorista.

Após um incidente sua nave sofre uma avaria e cai, mesmo saindo com vida Jacob é resgatado e sem explicação é preso.

Em Callisto um enorme complexo conhecido como Black Iron é responsável por manter prisioneiros de diversos locais.

Porém pouco tempo após sua chegada, explosões e seres que parecem ser prisioneiros, ou o que sobrou deles, com extrema violência começam a atacar tudo e a todos e desta forma Jacob deve tentar escapar deste local.

Embora Jacob fizesse entregas ele desconhece completamente Black Iron e deverá descobrir e desvendar como escapar deste horror.

Um ambiente aterrorizante e fantástico

Se tem algo que é primoroso em The Callisto Protocol é sua ambientação.

Existem diversos ambientes a serem explorados durante o jogo e cada um tem seu toque especial.

Black Iron lembra bastante as prisões típicas de obras de ficção científica, onde grades e chão de metal se misturam a painéis e telas modernas.

Mas o game não se limita a prisão e acabamos por explorar também seus subterrâneos, a superfície de Callisto e até zonas que lembram áreas residências desta lua de Júpiter.

Cada um destes lugares tem sua própria identidade, cheia de detalhes que acabam ajudando a entender e desvendar o que acontecia neste ambiente tão hostil.

Quando pensamos em terror a iluminação é um fator primordial, não enxergar o que esta logo ali e saber que algo pode estar nos esperando é o que causa a ansiedade e a iluminação em The Callisto Protocol está impecável.

Ambientação impecável em The Callisto Protocol

Em quase todos os ambientes ela é feita com alguns spots ou pequenas luzes espalhadas pelo cenário que trazem toda essa sensação desconfortável ao jogo, poucos são os cenários com uma grande iluminação central e quando isto acontece geralmente é um momento de calmaria.

O trabalho realizado pela equipe de sons do jogo também merece ser destacado.

Em quase todo momento existe algum ruído, barulho ou algo que nos incomoda e acaba nos deixando sempre em um estado de alerta, poucos são os momentos em que você irá ficar tranquilo enquanto joga.

É possível ouvir as criaturas rastejando e andando entre as paredes, por cima dos canos, dentro dos dutos de ar e não saber como, quando e de onde elas vão surgir ajudam a criar esta sensação de terror.

E toda essa ambientação e visual nos é entregue com uma direção de arte de respeito, onde é nítido ver o envolvimento e carinho que a equipe tinha com este projeto.

Como é Jogar The Callisto Protocol

O jogo não reinventa a roda e mantém boa parte da jogabilidade semelhante a jogos de outras franquias que vieram antes.

É possível realizar ataques físicos nos inimigos e também utilizar armas de fogo.

Confesso que a maior parte do jogo acabei usando bem mais os ataques físicos que são desferidos usando uma espécie de porrete com energia elétrica.

No começo do jogo não temos muitas escolhas, mas mesmo nas partes finais ainda é possível escolher o ataque físico como sua principal maneira de atacar os inimigos.

As armas de fogo do jogo acabam sendo utilizadas mais para suporte, podendo atrasar e derrubar inimigos. Como a munição também é limitada saber quando e como utilizar as armas é fundamental para a estratégia.

Além das armas, Jacob também conta com uma luva que é capaz de puxar objetos e inimigos para perto e depois arremessá-los.

Esta luva pode ser bem útil em momentos onde estamos cercados e queremos afastar inimigos ou até mesmo para eliminar de forma rápida podendo arremessá-los em alguma armadilha que esteja por perto.

As armas e equipamentos são produzidas em impressoras 3D espalhadas pelo jogo em lugares que funcionam como uma safe room.

Para produzir estes itens é necessário encontrar os projetos espalhados pelo cenário e depois os upgrades são feitos em troca de dinheiro que encontramos pelo cenário, com inimigos e vendendo alguns itens.

Devo dizer que mesmo explorando bem o cenário e conseguindo bastante dinheiro consegui dar upgrade máximo apenas em um item. 

Achei o valor necessário para dar upgrades meio alto e como os itens que os inimigos soltam é aleatório podendo ser munição, itens de para recuperar saúde ou dinheiro, os valores para dar upgrades mais evoluídos poderiam ser mais baixos, já que desta forma somente uma arma ficará mais forte e as outras com um ou outro upgrade apenas.

Apresentado então as maneiras que Jacob tem de eliminar seus inimigos nos resta falar sobre a esquiva de The Callisto Protocol

Essa esquiva dividiu bastante o público entre aqueles que rapidamente entenderam a mecânica e os que não conseguiram e até desistiram de continuar jogando.

Para que você possa entender, a esquiva do jogo consiste em segurar o analógico esquerdo, que é responsável por controlar o personagem, pressionando para esquerda ou direita.

Não importa o lado que o inimigo venha te atacar, o jogador deve apenas segurar o direcional para um dos lados e assim que o inimigo atacar Jacob ira esquivar automaticamente.

Caso o inimigo vá desferir um segundo golpe ou tenha um outro próximo atacando, o jogador deve mudar o lado para qual segura o controle e mais uma vez Jacob irá se esquivar.

Assim a esquiva do jogo se baseia em segurar o botão revezando de lado a cada vez que nos esquivamos.

O jogador deve dominar a esquiva do jogo.

É meio confuso no começo pois não dá para entender se você deve segurar para o lado contrário de onde vem o golpe ou se deve apenas apertar no momento exato, porém quando vemos que na verdade basta segurar para qualquer lado e apenas alternar a cada golpe desferido percebemos como é simples desviar dos ataques físicos do jogo.

Vale apontar que por mais que exista pouca variedade de inimigos e eles se repitam na maior parte do jogo a quantidade de vezes que eles atacam é variável, sendo assim é importante que o jogador fique atento e aprenda a melhor hora de contra atacar. 

Embora o jogo tenha todas essas formas de se enfrentar inimigos, é um pouco frustrante quando existem 3 ou mais na tela.

Um movimento que ao meu ver faltou ser adicionado no jogo é poder rapidamente virar 180º.

É lento demais controlar Jacob e quando existem diversos inimigos na tela fica realmente difícil visualizar e correr. Mesmo que a esquiva resolva bem a parte da defesa, não é possível desviar de 100% dos ataques quando enfrentamos mais de um inimigo ao mesmo tempo.

Para finalizar este tópico, o jogo não apresenta um HUD, tudo que você precisa ver está no seu personagem. A barra de HP fica exposta na nuca do personagem e o número de balas é exibido quando miramos com a arma empunhada.

A barra de HP fica direto em seu personagem

A ausência de um HUD causa uma imersão ainda maior em um jogo que preza tanto por sua ambientação.

Siga em frente, olhe para o lado.

Embora eu tenha gostado bastante da experiência imersiva de jogar The Callisto Protocol, devo dizer que me incomodou um pouco o fato do jogo ser tão linear.

Não me incomoda o fato de jogos serem um grande corredor, recentemente jogamos A Plague Tale Requiem que na maior parte de seu tempo é um jogo que sempre leva o jogador a seguir em frente mas que de ponto em ponto nos obriga a resolver algum tipo de quebra cabeça, desafio ou algo que nos dê o sentimento da recompensa de ter passado 

Em The Callisto Protocol em nenhum momento do jogo eu me senti ameaçado, preso ou sem saber o que fazer.

O tempo todo The Callisto Protocol se vendeu como um Survival Horror, no meu entendimento, sobreviver exigiria não só matar monstros e não morrer, deveria depender de exploração, resolver problemas e avançar. 

Outro fator que sinto falta é o Backtracking que é basicamente nulo no jogo. Nada te obriga a ir em um ponto A voltar e explorar para ir a um novo ponto B. Tudo se resolve seguindo em frente. Se uma porta está trancada, continue andando pois deverá encontrar um terminal que abre essa porta logo ali.

Se existe um motivo para que exista um mínimo de exploração talvez seja largar um item para pegar outro que você possa vender e depois voltar lá para buscar.

Monstros de The Callisto Protocol

Esta falta de exploração acaba prejudicando um pouco o fator de expectativa do jogador, como eu sei que sempre vou seguir por aqui, obviamente vai ter um inimigo logo a frente, por isso eu me surpreendia às vezes com a maneira que os inimigos surgiam ou de onde, mas muito pela ambientação, mas não tomava sustos ou sentia medo pois sabia que logo ali haveria algo me esperando.

Vale a pena jogar The Callisto Protocol

The Callisto Protocol é um ótimo jogo, em cada detalhe vemos o carinho e o esmero que a equipe teve em construir este jogo.

Um detalhe que devo falar que pode ser considerado é que pelo menos até o momento o jogo não conta com um NG+ ou nenhum outro benefício que estimule o replay do jogo. Em geral jogos do genêro sempre trazer algum benefício como munição infinita de algum arma, alguma skin diferente, algo que estimule o jogador a ter um replay, porém isso ainda não acontece em The Callisto Protocol.

The Callisto Protocol vale a pena?

Mesmo com todos os detalhes que criticamos no jogo eles não tiram a diversão ou prejudicam a experiência, são detalhes que talvez pensados de outra forma enriqueceriam ainda mais o jogo.

Se você gosta de bons jogos de terror e ação em terceira pessoa The Callisto Protocol vale a pena e recomendamos que experimente o jogo. 

Agradecemos a equipe de The Callisto Protocol que nos enviaram uma cópia do jogo para a criação deste review.

Embora a história de The Callisto Protocol seja interessante eu acredito que ela demora tempo demais para ser revelada.
Mesmo tendo a reviravolta do diretor que sabendo de nossa tentativa de fuga atrapalha nossos planos você deve jogar ainda quase a metade do jogo para descobrir os motivos pelo qual ele está fazendo isso.

Confesso que a batalha final me cansou um pouco devido os detalhes que comentei no review sobre Jacob ser lento e demorou um pouco até entender de qual posição apareceriam os inimigos rastejantes.

Sobre o final o game tem grande potencial para se tornar uma franquia, e sinceramente espero que isso aconteça.
Da mesma forma espero também que nesta sequência Dani seja a protagonista já que a personagem tem uma motivação muito maior em querer vingança de tudo que está por trás da trama.

No entanto a cena final onde Jacob aparece ainda vivo pós explosão achei confusa, não deu para entender se foi feita apenas para dar um susto final ou se aconteceu antes da explosão, enfim para mim foi desnecessária e torço para que o ciclo deste protagonista tenha se encerrado no primeiro jogo.

The Callisto Protocol

Disponível para:
Playstation 4, Playstation 5, Xbox Series S/X, PC
Versão que jogamos:
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Pontos Positivos

  • Ambientação do jogo
  • Batalhas contra inimigos interessante
  • História com potencial de franquia

Pontos Negativos

  • Jogo Linear Demais
  • Falta de exploração e backtracking
Review escrito por:
Danilo Manzato

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